Memória pública e patrimônio prisional: questões do tempo presente

Autores

  • Viviane Borges UDESC

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180310232018310

Resumo

O presente artigo tem como objetivo problematizar processos de patrimonialização ligados à memória pública e ao patrimônio prisional. A elaboração do texto buscou discutir a tensão dentro das escolhas a respeito da preservação e da configuração das prisões como patrimônio cultural, analisando casos que perpassam o século XX e XXI em diferentes espaços, como França, Portugal, Estados Unidos, procurando situar o caso brasileiro dentro dessa tessitura. Abordando o dilema entre o que é escolhido para ser lembrado e a produção do esquecimento, pretende-se refletir sobre a memória pública prisional, dialogando com questões ligadas ao estudo da história do tempo presente e da história pública.

Palavras-chave: Prisões. Usos do Passado. História do Tempo Presente. História Pública.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. Fragmentos do discurso cultural: por uma análise crítica das categorias e conceitos que embasam o discurso sobre a cultura no Brasil. Disponível em: <http://www.cchla.ufrn.br/ppgh/docentes/durval/artigos/segunda_ remessa/fragmentos_discurso_cultural.pdf>

ASHWORTH, G.J., GRAHAM, Brian, TUNBRIDGE, J.E. Pluralising Pasts: heritage, identity and place in multicultural societies. London: Pluto Press, 2007.

AUGÉ, Marc. Para que vivemos? 1. ed. francesa. Lisboa, 90 Graus, 2006.

BÉDARIDA, François. Tempo presente e presença da história. In: FERREIRA, Marieta de M. AMADO, Janaína (Orgs.). Usos & abusos da história oral. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2000. p.219-229.

BORGES, Viviane. O patrimônio cultural e as prisões: apagamentos e silenciamentos. História: Questões & Debates, Curitiba, v.65, n.1, p. 285-303, jan./jun. 2017.

BORGES, Viviane Trindade. Carandiru: os usos da memória de um massacre. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 8, n. 19, p. 04‐ 3. set.,/dez., 2016.

BORGES, Viviane. O tempo abre as portas a quem sabe esperar: usos do passado e embates do presente no percurso da exposição realizada na Penitenciária de Florianópolis (SC). Esboços, Florianópolis, v. 21, p. 236-250, 2014.

BORGES, Viviane. Arthur Bispo do rosário está voltAndo: patrimonialização e memória na invenção de um personagem ilustre. Revista Esboços, Florianópolis, 2011.

BRUGGEMAN, Seth. Reforming the carceral past: eastern state penitentiary and the challenge of twenty‐first century prison museums. Radical History Review, n.1 CORRÊA, Ricardo Santhiago. História pública como prática e campo de reflexões: debates, trajetórias e experiências no brasil. Texto apresentado como parte do relatório da bolsa PNPD 2013-2014, realizado no PPGH-UFF. INSERIR LOCAL, DATA.

DOSSE, Fraçois. Entrevista. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 32, n. 64, p. 341-350, 2012.

DUMOULIN, Olivier. O papel social do historiador. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

ELK, Sara Jane. Eastern State Penitentiary Historic Site, Philadelphia Pennsylvania. Revue Histoire Pénitentiaire: Patrimoine Et Architecture Carcérale, v.11, 2016.

FOUCAULT, Michael. Dos suplícios as celas. In: MOTTA, Manoel Barros da (Org). Ditos e escritos III. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

HARTOG, François. Crer em história. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

HUYSSEN, Andreas. Culturas do passado-presente: modernismos, artes visuais, políticas da memória. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.

KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da industrialização:

problemas teóricos de restauro. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2008.

KÜHL, Beatriz. Algumas questões relativas ao patrimônio industrial e à sua preservação. Disponivel em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/algumas_questoes_ relativas_ao_patrimonio.pdf>. Acessado em 23/11/2017.

LOGAN, William; Reeves, Keir. Remembering places of pain and shame. In: LOGAN, William e Reeves, Keir (Orgs.).Places of pain and shame: dealing with difficult heritage. London/New York, Routlegde, 2009. p. 1–14.

LOWENTHAL, David. Como conhecemos o passado, São Paulo, Projeto História, v. 17, São Paulo, 1998.

MANDRES, Ethienne. Prisons: Patrimoine de France. Paris: LexisNexis, 2013.

MAUAD, Ana. O passado em imagens: artes visuais e história pública. In: SANTHIAGO, Ricardo et al. História Pública no Brasil. São Paulo: Letra e Voz, 2016.

MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. Do teatro da memória ao laboratório da História: a exposição museológica e o conhecimento histórico. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v.2, p.09-42, jan./dez. 1994.

MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. A exposição museológica e o conhecimento histórico. In: FIGUEIREDO, Betânia; VIDAL, Diana G. Museus: dos gabinetes de curiosidades à museologia moderna. Belo Horizonte: Argvmentum; Brasília, DF: CNPq, 2005. p. 15-84.

MENEGUELO, Cristina. Patrimônios sombrios, memórias difíceis. In: FLORES, Maria Bernardete Ramos; PETERLE, Patricia (Orgs.) História e arte: herança, memória e patrimônio. São Paulo: Rafael Copetti Editor, 2014, p. 46-66.

MORRISSEY, Kris; SCHWAZER, Marjorie (Eds). Rethinking Incarceration. Museums and Social Issues, v. 6 Issue 2, spring 2011.

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, n.10, dez. 1993, p.7-28.

POULOT, Dominique. Uma história do patrimônio no Ocidente. São Paulo: Estação liberdade, 2009.

SANTOS, Myriam Sepúlveda dos. Ruínas e testemunhos: o lembrar através de marcas do passado. Revista de Ciências Sociais, n. 39, p. 221-239, out., 2013.

SEVCENKO, Liz. Prison public memory in the era of mass incarceration. American Quarterly, v.8, n.3, p. 823 – 834, Sep., 2016,

SEVCENKO, Liz. Public Histories for Human Rights: Sites of Conscience and the Guantánamo Public Memory Project. In: HAMILTON, Paula; GARDNER, James. The Oxford Handbook of Public History. 2017. Disponível em: <http://hihumanities.org/wp-content/uploads/2014/01/12-Sevcenko-essay-with-addendum.pdf>.

SMITH, Cynthia Duquette; BERMAN, Teresa, You were on Indian Land: Alcatraz Island as Recalcitrant Memory Space, from Places of Memory: The Rhetoric of Museums and Memorials Alabama: University of Alabama Press, 2010, 160-190.

STRANGE, Carol; KEMPA, Michael. Shades of Dark Tourism: Alcatraz and Robben Island. Annals of Tourism Research, v.30, Issue 2, p.386-405, april, 2003.

VIMONT, Jean Claude. La mémoire des murs, 2014. Disponível em: <https://criminocorpus.org/fr/expositions/art-et-justice/la-memoire-des-murs/>. Acessado em 23/07/2017.

VIMONT. Jean Claude. Les graffiti de la maison d’arrêt du Havre, 2010. Disponível em: <http://criminocorpus.hypotheses.org/55>. Acessado em 23/07/2017.

Welch, Michel. Penal tourism and a tale of four cities: Reflecting on the museum effect in London, Sydney, Melbourne, and Buenos Aires. Criminology & Criminal Justice, v.13, n.5, 2013.

WELCH, Michael. Escape to prison: penal tourism and the pull of punishment. Berkeley: University of California Press, 2015.

WILSON, Jacqueline. Prison: public memory and dark tourism. New York: Peter Lang Publishing, 2008.

Downloads

Publicado

2018-04-18

Como Citar

BORGES, Viviane. Memória pública e patrimônio prisional: questões do tempo presente. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 23, p. 310–332, 2018. DOI: 10.5965/2175180310232018310. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180310232018310. Acesso em: 28 mar. 2024.