“O Brasileiro”: sociabilidade, categorização social e estatuto transnacionais oitocentistas

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https://doi.org/10.5965/2175180314352022e0103

Résumé

Já desde o período anterior à independência do Brasil que a figura do “brasileiro” ocupa um lugar importante na literatura portuguesa, ficcional e não ficcional. E desde sempre a qualificação acarretou a ideia de uma natureza intermediária entre dois mundos. No espaço da monarquia atlântica não havia portugueses e brasileiros, mas havia territórios bem distintos e o “brasileiro” era o português que ia residir para o território do Brasil e depois voltava, ou não, para o reino. No século XIX, a manutenção e renovação deste circuito migratório consolidou-se já num contexto internacional pós-colonial entre dois países independentes. Sobretudo na segunda metade do século, o significativo aumento do fluxo de circulação de pessoas reflectiu-se no incremento da presença do “brasileiro” nas representações literárias, nos debates da opinião pública e mesmo nas agendas políticas. Mas neste contexto, e considerando o passado colonial que unia Portugal e Brasil, o “brasileiro” não foi visto como um mero emigrante. Mas, de facto, como uma figura que continuava a fazer a mediação entre dois mundos, entre duas entidades nacionais, sem nunca corresponder à integridade da origem nem do destino: uma categoria social híbrida e, veremos, transnacional.

Palavras-chave: Portugal; Brasil; transnacionalismo; emigração; identidade nacional; categorização social.

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Biographie de l'auteur

Isabel Corrêa da Silva, Universidade de Lisboa (ULisboa)

Doutora em História pela Universidade de Lisboa (ULisboa). Investigadora Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS/Ulisboa)

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Publiée

2022-04-30

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