“O que era simples imprensa virou mídia”: como o MST divulgou os meios de comunicação de massa

Autores

  • Fernando Perli Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180309212017181

Resumo

Este artigo analisa a construção de uma agenda política do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que tratou do lugar ocupado pelos meios de comunicação de massa nas reivindicações de movimentos sociais nas décadas de 1980 e 1990. Os impressos estudados foram o Boletim Sem Terra, o Jornal Sem Terra e a Revista Sem Terra, materiais de divulgação que constituíram um campo de comunicação em defesa de projetos políticos afinados à reforma agrária no Brasil. As produções, distribuições e usos dos impressos para capacitar quadros e divulgar a organização do MST tiveram o apoio de entidades civis, intelectuais, jornalistas, sindicalistas e lideranças sem-terra. Dentre uma variedade de temas publicados, o presente texto delimita editoriais, reportagens e artigos que expressaram posições da direção nacional do MST diante do silenciamento ou de coberturas dadas por empresas de televisão, rádio e jornais de ampla circulação às mobilizações de trabalhadores rurais sem-terra.

 

Palavras-chave: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Meios de Comunicação de Massa. Impressos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernando Perli, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Professor Adjunto da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) no curso de graduação e Programa de Pós-Graduação em História (PPGH/UFGD)

Referências

ALDÉ, Alessandra. A construção da política: democracia, cidadania e meios de comunicação de massa. Rio de janeiro: FGV, 2004.

BACZKO, Bronislaw. Les imaginaires sociaux. Paris: Payot, 1984.

BERGER, Christa. Campos em confronto: a terra e o texto. Porto Alegre: UFRGS, 1998.

BERTOL, Raquel. Como os sem-terra se inventaram pela mídia: a novidade social nos anos 1990. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 1, n. 31, 2003.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 5 ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. 2 ed. Lisboa: Difel, 2002.

CORREIA, João Carlos. Novos movimentos sociais e transformações no modelo de análise das mídias. In: FERREIRA, Jairo; VIZER, Eduardo (orgs.). Mídia e movimentos sociais: linguagens e coletivos em ação. São Paulo: Paulus, 2007.

FILHO, Laurindo Lalo Leal. A TV sob controle: a resposta da sociedade ao poder da televisão. São Paulo: Summus, 2006.

DIAS, Luciana (et al.). Santo Dias: Quando o passado se transforma em História. São Paulo: Cortez, 2005.

HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

MARTIN-BARBERO, Jesus. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 7 ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2015.

_________________. Ofício de cartógrafo: travessias latino-americanas da comunicação na cultura. São Paulo: Loyola, 2004.

MORISSAWA, Mitsue. A história da luta pela terra e o MST. São Paulo: Expressão Popular, 2001.

PERUZZO, Maria Cicília Krohling. (et al.). Comunicação e movimentos populares: quais redes? São Leopoldo: Unisinos, 2002.

PORTO, Mauro P. Televisão e política no Brasil: a rede Globo e as intepretações da audiência. Rio de Janeiro: E-papers, 2007.

WILLIAM, Raymond. Televisão: tecnologia e forma cultural. São Paulo: Boitempo; Belo Horizonte: PUCMinas, 2016.

SILVA, José Gomes da. Buraco negro: a reforma agrária na Constituinte. Petrópolis: Paz e Terra, 1989.

SIRINELLI, Jean François. Os intelectuais. In: RÉMOND, René (Org.). Por uma história política. Rio de Janeiro: FGV, 1996.

SOUZA, Eduardo Ferreira de. Do silêncio à satanização: o discurso de Veja e o MST. São Paulo: Annablume, 2004.

Downloads

Publicado

2017-09-26

Como Citar

PERLI, Fernando. “O que era simples imprensa virou mídia”: como o MST divulgou os meios de comunicação de massa. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 21, p. 181–209, 2017. DOI: 10.5965/2175180309212017181. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180309212017181. Acesso em: 28 mar. 2024.