De tônico para idosos a melhorador de desempenho em crianças: os usos da Ritalina e as explicações cerebrais para transtornos mentais

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180314372022e0305

Palabras clave:

Ritalina, metilfenidato, TDAH, smart drugs, medicalização, farmaceuticalização

Resumen

O objetivo deste artigo é analisar em perspectiva histórica os diferentes usos atribuídos à Ritalina (metilfenidato), desde a sua descoberta, na década de 1950, até hoje. Analisamos também como as explicações sobre supostos substratos neurais para os transtornos mentais possibilitou e legitimou o atual uso da droga para “tratar” problemas de comportamento e para melhorar o desempenho acadêmico. São abordados o diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), que permitiu o uso de metilfenidato e de outros estimulantes em crianças; como esse medicamento foi usado ao longo do tempo, desde sua entrada no mercado na década de 1950; o papel das explicações biológicas cerebrais na consolidação do TDAH como diagnóstico psiquiátrico tratável com medicamentos; e como tudo isso resulta no metilfenidato como um medicamento prescrito e utilizado para melhorar o desempenho cognitivo. Argumentamos, ao final, que a crença nos substratos neurais de transtornos mentais pode gerar consequências sociais relevantes: a relativização da influência de questões sociais nos sofrimentos; a tentativa de prevenção de “perigos” por meio do tratamento e estigmatização de indivíduos considerados em risco; danos físicos e neurais decorrentes do uso exagerado e/ou a longo prazo de medicamentos psicotrópicos, dentre outras.

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Biografía del autor/a

Fabíola Stolf Brzozowski, Prefeitura Municipal de Florianópolis

Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Servidora da Prefeitura Municipal de Florianópolis.

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Publicado

2022-12-22

Cómo citar

BRZOZOWSKI, Fabíola Stolf. De tônico para idosos a melhorador de desempenho em crianças: os usos da Ritalina e as explicações cerebrais para transtornos mentais. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 14, n. 37, p. e0305, 2022. DOI: 10.5965/2175180314372022e0305. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180314372022e0305. Acesso em: 24 nov. 2024.