The mobilization of topics of Brazilian social thought in commercial historiography consumed in Brazil in times of democratic crisis (2013-2020)

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180313332021e0204

Abstract

The purpose of this article is to examine the interpretations of Brazil developed in books that, evoking the generic historiographical identity, found great success in the publishing market in these years of democratic crisis. The hypothesis of the work suggests that these texts mobilized arguments produced by the authors that we learned to call “interpreters of Brazil”, who throughout the 20th century tried to inventory the causes of the Brazilian delay in synthesis essays of national history. At the end of the text, I speculate that these best-sellers of commercial historiography have collaborated to modulate political behavior in civil society in the context of the democratic crisis still underway in Brazil.

Keywords: Brazilian social thinking; Sign of delay; Commercial historiography; Democratic crisis.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Rodrigo Perez Oliveira, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Rodrigo Perez Oliveira é carioca, doutor em história social pela UFRJ e professor adjunto de teoria da história na Universidade Federal da Bahia, atuando na graduação e na pós-graduação. Rodrigo Perez é autor do livro "As armas e as letras: a Guerra do Paraguai na memória oficial do Exército Brasileiro (1881-1901)”, publicado em 2013 pela editora Multifoco, e organizador do livro "Conversas sobre o Brasil: ensaios de crítica histórica", publicado em 2017 pela editora Autografia. Os interesses de pesquisa do autor estão concentrados nas relações entre a epistemologia histórica e a história política, sendo sua especialidade a história da historiografia e do pensamento político brasileiros, assuntos que já abordou em uma dezena de artigos publicados em diversos periódicos especializados. Atualmente, Rodrigo Perez vem desenvolvendo pesquisas sobre a historiografia brasileira produzida nos anos da redemocratização (1975-1990) e sobre a experiência de crise institucional que desestabiliza a cena política brasileira desde 2013.

References

CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2917.

CARITAT, Antoine-Nicolas. O progresso do espírito humano. In: GARDNER, Patrick. Teorias da história. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995.

CARVALHO, José Murilo de. O pecado original da República. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2017.

CARVALHO, José Murilo de. A Construção da ordem/ o teatro das sombras. Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2006.

CARVALHO, José Murilo de. Forças armadas e política no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. O manifesto comunista. São Paulo: Ridendo Castigar Moraes, 1999.

GOMES, Laurentino. 1808. São Paulo: Editora Planeta, 2009.

GOMES, Laurentino. 1822. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 2010.

GOMES, Laurentino. 1889. São Paulo: Editora Globo, 2013.

GOMES, Laurentino. Escravidão (Volume 1). Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019.

NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da história do Brasil. São Paulo: Ed. Leya, 2009.

PRADO, Eduardo. Fastos da ditadura militar no Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

SOUZA, Jessé. A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato. São Paulo: Editora Leya, 2017.

ALBIERI, Sara; GLEZER, Raquel. O campo da história e as ‘obras fronteiriças’: algumas observações sobre a produção historiográfica brasileira e uma proposta de conciliação. Revista IEB, São Paulo, n. 48, p. 13-30, 2009.

ARENDT, Hannah. Da revolução. São Paulo: Editora Ática, 1998.

ABREU, João Capistrano de. Necrológio de Francisco Adolfo de Varnhagen. Jornal do Comércio, São Paulo, p. 01-02, 1878.

ALONSO, Ângela. Ideias em movimento: a geração de 1870 na crise do Brasil – Império. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

BARBOZA FILHO, Ruben. A modernização brasileira e o nosso pensamento político. Perspectivas, São Paulo, v. 37, p. 15-64, jan./jun. 2010.

BEISER, Frederick C. German idealism: the struggle against subjectivism, 1781-1801. Cambridge: Harvard University Press, 2002.

BINOCHE, Bertrand. Les trois sources des philosophies de l’histoire. Paris: PUF, 1994.

BRANDÃO, Gildo Marçal. Linhagens do pensamento político brasileiro. Dados: Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 48, n. 02, p. 231-269, 2005.

BRANDÃO, Gildo Marçal. A teoria política é possível? Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 13, n. 36, 1998.

CASIMIRO, Paulo Henrique; LYNCH, Christian Edward Cyril. Wanderley Guilherme dos Santos, modelo de intelectual. São Paulo: Nexo Jornal, 2019. Disponível em:

https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2019/10/29/Wanderley-Guilherme-dos-Santos-modelo-de-intelectual-p%C3%BAblico. Acesso em: 24 set. 2020.

DARDOT, Pierre. LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.

DUTRA, Eliana de Freiras. A nação dos livros: a biblioteca ideal na coleção Brasiliana. In: DUTRA, Eliana de Freitas.; MOLLIER, Jean-Yves. Política, nação e edição: o lugar dos impressos na construção da vida política- Brasil, Europa e Américas nos séculos XVIII e XX. São Paulo: Anablumme, 2006.

FRANZINI, Fabio. A década de 1930, entre a memória e a história da historiografia. In: PEREIRA DAS NEVES, Lucia M. B; GUIMARÃES, Lucia. M. P; GONÇALVES, Márcia; GONTIJO, Rebeca (orgs.). Estudos de historiografia brasileira. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 2011.

GADAMER, Hans George. O problema da consciência histórica. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.

GALLAGHER, Catherine; GREENBLATT, Stephen. A prática do novo historicismo. Bauru: EDUSC, 2005.

GUERRA, Roberto Rodrigues. El liberalismo conservador contemporâneo. Santa Cruz de Tenertie: Universidade de La Laguna, 1998.

HAMBURGUER, Esther. Telenovelas e interpretação do Brasil. Lua Nova, São Paulo, n. 82, p. 61-86, 2011.

HESKETH, Ian. Diagnosing Froude’s disease: boundary work and the discipline of history in late-victorian britain. History and Theory, 47, p. 373-395, out. 2008.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Modernização dos sentidos. São Paulo: Ed 34, 2010.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: ContraPonto, 2006.

LAMOUNIER, Bolivar. Formação de um pensamento político autoritário na Primeira República: uma interpretação. In: FAUSTO, Boris (org.). O Brasil Republicana/ história geral da civilização brasileira. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. Tomo III, v. 2. p. 345-374.

LYNCH, Christian Edward Cyril. Por Que Pensamento e Não Teoria? A Imaginação Político-Social Brasileira e o Fantasma da Condição Periférica (1880-1970). Dados, Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 56, n. 4, p. 727-767, 2013.

LYNCH, Christian Edward Cyril. Cartografia do pensamento político brasileiro: conceito, história, abordagens. Rev. Bras. Ciênc. Polít. [online], Rio de Janeiro, n.19, p.75-119, 2016.

LOUREIRO, Isabel; SINGER, André (orgs.). As contradições do lulismo. São Paulo: Boitempo, 2016.

LUKACS, Georg. A alma e as formas. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

MANNHEIM, Karl. Conservative thought. Londres: ED P&C, 1987

MELLO, Maria Tereza Chaves de. A República consentida. Rio de Janeiro: FGV, 2007.

MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF, Niterói, n. 34, p. 287-324, 2008. Dossiê: Literatura, língua e identidade

NICOLAZI, Fernando. Raízes do Brasil e o ensaio histórico: da história filosófica à síntese sociológica (1836-1936). Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 36, n. 73, p. 89-110, 2016.

PEREZ, Rodrigo. Por que vendem tanto? O consumo de historiografia comercial no Brasil em tempos de crise (2013-2019). Revista Transversos, Rio de Janeiro, n. 18, p. 64-85, 2020.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade, modernidade e racionalidade. In: BONILLO, Heraclio (org.). Los conquistados. Bogotá: Mundo Ediciones: FLACSO, 1992. p. 437-449.

RAUTER, Luísa. As temporalidades do evento junho de 2013. In: OLIVEIRA, Rodrigo Perez; PINHA, Daniel (orgs.). Tempos de crise: ensaios de história política. Rio de Janeiro: Ed. Autografia, 2020. p. 150-180.

RESENDE, André Lara. O mal estar contemporâneo. Valor econômico, São Paulo, 05 jul. 2013. Disponível em:

https://valor.globo.com/eu-e/coluna/o-mal-estar-contemporaneo.ghtml. Acesso em: 14 out. 2020.

RICUPERO, Bernardo. Sete lições sobre as interpretações do Brasil. São Paulo: Alameda, 2011.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. A democracia impedida: o Brasil no século XXI. Rio de Janeiro: FGV, 2017.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. A imaginação político-social brasileira. Dados, Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, n. 2-3, p. 182-93, 1967.

SINGER, André. Brasil, junho de 2013: classes e ideologias cruzadas. Novos Estudos, São Paulo, n. 97, nov. 2013.

SOUZA, Cláudio Andre. Antipetismo e ciclos de protestos no brasil: uma análise das manifestações ocorridas em 2015. Em Debate, Belo Horizonte, v. 8, n. 3, p. 35-51, maio 2016.

TELLES, Helcimara. Corrupção, legitimidade democrática e protestos: o boom da direita na política nacional? Revista Interesse Nacional, São Paulo, Ano 8, n. 30, p. 70-97, jul./set. 2015.

TELLES, Helcimara. Corrupção, antipetismo e nova direita: elementos da crise político-institucional. Revista GVExecutivo, São Paulo, v.14, n.2, p. 30-57, jul./dez. 2015b.

VIANNA, Luiz Werneck. A revolução passiva: iberismo e americanismo no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Renavan, 1997.

Published

2021-06-22

How to Cite

OLIVEIRA, Rodrigo Perez. The mobilization of topics of Brazilian social thought in commercial historiography consumed in Brazil in times of democratic crisis (2013-2020). Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 13, n. 33, p. e0204, 2021. DOI: 10.5965/2175180313332021e0204. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180313332021e0204. Acesso em: 17 jul. 2024.