Escola, sociedade civil e aparelhos de hegemonia: uma contribuição gramsciana à educação
DOI:
https://doi.org/10.5965/19847246252024e0204Palavras-chave:
Gramsci, escola, sociedade civil, aparelhos de hegemonia, culturaResumo
A escola pode ser considerada um aparelho “privado” de hegemonia? Partindo desse questionamento, o objetivo deste texto é discutir, à luz das reflexões gramscianas, a determinação da escola como um espaço da sociedade civil, buscando respostas que evidenciem, de um lado, as contribuições teórico-metodológicas de Gramsci para a educação na atualidade, e de outro, a potência política e pedagógica dessas indicações para a luta dos trabalhadores e grupos subalternos para educarem-se a si próprios e dirigirem-se na vida, tendo em vista a realização da sociedade regulada e autogerida pelos produtores associados. O estudo foi realizado a partir da leitura e interpretação sistemáticas dos escritos gramscianos, principalmente, dos Cadernos do Cárcere, publicados no Brasil em seis volumes pela Civilização Brasileira. Os termos e expressões cunhados por Gramsci ao refletir sobre a escola e os chamados “aparelhos de hegemonia” foram extraídos do texto do autor com vistas à problematização de seus significados, o que não seria possível sem um tratamento analítico respeitoso e consciente da unidade e organicidade de seu pensamento. Assim, a afirmação de que a escola pode ser entendida como um aparelho de hegemonia política e cultural encontra, nos escritos de Gramsci, não só documentação fecunda, mas também evidência lógica e histórica, embora tal assertiva precise ser ainda aprofundada pelos estudiosos do campo da educação, considerando que, para Gramsci, há uma profunda articulação entre escola, hegemonia e política.
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