Contradições da “cidade lendária”: uma análise da produção poética de Jomard Muniz de Britto
DOI:
https://doi.org/10.5965/19847246242023e0510Palavras-chave:
história do Brasil, literatura, contracultura, Jomard Muniz de BrittoResumo
A presente análise procura perceber a tensão entre tradição e modernismo que atravessam as produções poéticas de Jomard Muniz de Britto sobre a cidade do Recife-PE. Atentando para a produção de uma literatura de resistência, de enfrentamento, que procura criar uma outra linguagem, outra forma de ver/pensar e dizer sobre as relações citadinas não apenas através do seu conteúdo, mas também da sua forma. Nesse sentido, observa-se primeiramente o processo criativo jomardiano, pensado em torno do que o autor nomeia como “língua dos Três Pppês”, através de entrevistas, especialmente organizadas no livro de Sérgio Cohn (2013), e livros do autor, como Contradições do homem brasileiro (1964), Do Modernismo à Bossa Nova (1966) e Atentados Poéticos (2002), para em seguida adentrar de maneira mais precisa à sua produção poética, em torno dos livros: Terceira Aquarela do Brasil (1982) e Arrecife de Desejo (1994).
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