O papel dos sujeitos coletivos no enfrentamento da militarização da cidade como política de Estado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/19847246242023e0310

Palavras-chave:

sujeitos coletivos, militarização das cidades, direitos sociais

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar reflexões teórica e empíricas sobre o papel dos sujeitos coletivos das lutas urbanas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) para o entendimento da militarização das cidades como política de estado. Parte-se da premissa que a militarização das cidades é expressão da questão urbana contemporânea, assim como parte da dinâmica de acumulação do capital no e por meio da apropriação do espaço urbano. Tais reflexões se situam no campo dos estudos sobre movimentos sociais que problematizam a relação sujeito-objeto e consideram os sujeitos coletivos como detentores de saberes políticos relevantes para defesa do direito à cidade para construção de um projeto de sociedade democrática.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Caroline Rodrigues da Silva, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP. Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.

Referências

ALVES, J. C. S. Milícias: mudanças na economia política do crime no Rio de Janeiro. In: JUSTIÇA GLOBAL (org.). Segurança, tráfico e milícia no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll, 2008.

BARRETO, E. Rio é o estado que mais usou a Garantia da Lei e da Ordem na década. Poder 360, Brasília, 22 fev. 2018. Disponível em: https://www.poder360.com.br/governo/rio-de-janeiro-e-estado-com-mais-glos-na-decada/. Acesso em: 22 out. 2020.

BARROS, R. Rio de Janeiro: o caleidoscópio da militarização urbana. In: FARIAS, J. et al. Militarização no Rio de Janeiro: da pacificação à intervenção. Rio de Janeiro: Mórula, 2018. p. 283-296.

BARROS, R. O. “Urbanização” e “pacificação” em Manguinhos: um olhar etnográfico sobre sociabilidade e ações de governo. 2016. 312 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.

BIRMAN, P.; LEITE, M. P. Rio e São Paulo: categorias emaranhadas e relativização dos seus sentidos nos estudos sobre (as chamadas) periferias. In: BARROS, J.; COSTA, A. D. da; RIZEK, C. (orgs.). Os limites da acumulação, movimentos e resistência nos territórios. São Carlos: IAU/USP, 2018. p. 27-39.

CANO, I.; DUARTE, T. No sapatinho: a evolução das milícias no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll, 2012.

CHALHOUB, S. Cidade febril: cortiços e epidemias na corte imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

CENTRO DE ESTUDOS PERIFÉRICOS. Agenda propositiva da periferia. São Paulo, 2020. Disponível em: https://rosalux.org.br/agenda-propositiva-das-periferias/. Acesso em: 29 jun. 2021.

CERQUEIRA, D. R. d. C. Causas e consequências do crime no Brasil. [S. l.]: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, 2014.

DALLE, I. A resistência às milícias são os coletivos da periferia, diz professor. Rede Brasil Atual, 25 fev. 2019. Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/a-resistencia-as-milicias-sao-os-coletivos-da-periferia-diz-professor/. Acesso em: 15 nov. 2020.

D’ANDREA, T. P. A formação dos sujeitos periféricos: cultura e política na periferia de São Paulo. 2013. 308 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – São Paulo, Universidade de São Paulo, 2013. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-18062013-095304/en.php. Acesso em: 11 jul. 2021.

D’ANDREA, T. P. Contribuições para a definição dos conceitos periferia e sujeitas e sujeitos periféricos. Revista Novos Estudos, dossiê subjetividades periféricas, [S. l.], v. 39, n. 1, jan./abr., p. 19-36, 2020a. Disponível em: https://doi.org/10.25091/S01013300202000010005 Acesso em: 11 jul. 2021.

D’ANDREA, T. P. Periferias de São Paulo: conjuntura e pós-pandemia. Le Monde Diplomatique Brasil, São Paulo, 1 dez. 2020b. Disponível em: https://diplomatique.org.br/periferias-de-sao-paulo-conjuntura-e-pos-pandemia/. Acesso em: 11 jul. 2021.

ENTENDA ação que levou STF a suspender operações policiais em favelas do RJ. Conectas, São Paulo, 29 jul. 2020. Disponível em: https://www.conectas.org/noticias/entenda-as-razoes-que-levaram-o-stf-a-regular-operacoes-policiais-em-favelas-do-rio/. Acesso em: 14 jul. 2021.

FEDERAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES PARA EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL. A luta popular urbana por seus protagonistas: direito à cidade, direitos nas cidades. Rio de Janeiro: Fase, 2018.

GRAHAM, S. Cidades sitiadas: o novo urbanismo militar. São Paulo: Boitempo, 2016.

GRUPO DE ESTUDOS NOVOS ILEGALISMOS; FOGO CRUZADO. Relatório operações policiais e ocorrências criminais: por um debate público qualificado. Rio de Janeiro, jul. 2020. Disponível em: http://www.global.org.br/wp-content/uploads/2020/08/Relato%CC%81rio-Geni_ADPF-635-impactos-e-correlacoes_versao_Final.pdf . Acesso em: 11 jul. 2021.

HARVEY, D. Espaços de esperança. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011.

HIRATA, D.; GRILLO, C. C.; DIRK, R. Operações policiais e ocorrências criminais: por um debate público qualificado. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, Rio de Janeiro, p. 1-19, 2020. Disponível em: https://www.reflexpandemia.org/texto-57 . Acesso em: 29 jun. 2021.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. Estudos e Pesquisas – Informação Demográfica e Socioeconômica, [s. l.], n. 41, 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf . Acesso em: 29 dez. 2020.

LAURIS, E.; CARVALHO, S; MARINHO, G. FRIGO, D. (coord.). Violência política e eleitoral no Brasil: panorama das violações de Direitos Humanos de 2016 a 2020. Curitiba: Terra de Direitos; Justiça Global, 2020.

LEITE, M. P. Entre a ‘guerra’ e a ‘paz’: unidades de Polícia Pacificador e gestão dos territórios de favela no Rio de Janeiro. Revista Dilemas, [s. l.], v. 7, n. 4, p. 625-642, out. 2014. Disponível em: file:///C:/Users/cora_/Downloads/7270-14315-1-SM.pdf. Acesso em: 23 set. 2023.

LEITE, M. P. Para além da metáfora da guerra: percepções sobre cidadania, violência e paz no Grajaú, um bairro carioca. 2001. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001.

LEITE, M. S. P. Imagens, escolhas e dilemas de uma cidade “em pé de guerra”. Proposta, Rio de Janeiro, v. 23, n. 86, p. 5-15, 1995.

LUSQUIÑOS, M. M. A; FRANCISCO, E R. A influência das Milícias nas Eleições Municipais de 2020 no Rio de Janeiro: uma análise empírica com base em um processo eleitoral local. Revista de Iniciação Científica da FGV, Rio de Janeiro, 2022. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/ric/article/view/86858/83109. Acesso em: 20 set. 2023.

MAZUI, G. ‘No Brasil, não existe racismo’, diz Mourão sobre assassinato de homem negro em supermercado. Portal G1, Brasília, 20 nov. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/11/20/mourao-lamenta-assassinato-de-homem-negro-em-mercado-mas-diz-que-no-brasil-nao-existe-racismo.ghtml . Acesso em: 13 jan. 2021.

OBSERVATÓRIO DA INTERVENÇÃO. Intervenção federal: um modelo para não copiar. Rio de Janeiro: Cesec, 2019. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1UPulZi6XpsK8DQo6c5oVmwUFUhypkOpA/view . Acesso em: 22 out. 2020.

OLIVEIRA R. L; NERYJ. L. Indice de bem-estar Urbano Local da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: https://observatoriodasmetropoles.net.br/arquivos/biblioteca/abook_file/ibeu_riodejaneiro.pdf. Acesso em: 11 jul. 2021.

REDE FLUMINENSE DE PESQUISAS SOBRE VIOLÊNCIA, SEGURANÇA PÚBLICA E DIREITOS HUMANOS. Nota técnica: controle territorial armado no Rio de Janeiro. [S. l.], out. 2020. Disponível em: https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Controle_territorial_armado_no_Rio_de_Janeiro . Acesso em: 15 nov. 20.

SILVA, C. R. Sujeitos coletivos das lutas urbanas do Rio de Janeiro: o paradigma dos comuns como alternativa à democracia liberal e ao domínio da racionalidade neoliberal. 2021. 263 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2021. Disponível em: https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/24436

WERNECK, A.; SOUZA, R. N. Milicianos e traficantes já se uniram em 180 locais no Rio. Extra, Rio de Janeiro, 10 out. 2019. Disponível em: https://extra.globo.com/casos-de-policia/guerra-do-rio/milicianos-traficantes-ja-se-uniram-em-180-locais-no-rio-rv1-1-24007767.html . Acesso em: 24 out. 2020.

Downloads

Publicado

2023-12-04

Como Citar

SILVA, Caroline Rodrigues da. O papel dos sujeitos coletivos no enfrentamento da militarização da cidade como política de Estado. PerCursos, Florianópolis, v. 24, p. e0310, 2023. DOI: 10.5965/19847246242023e0310. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/percursos/article/view/23481. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê “Questão Urbana, os sujeitos dos territórios populares e a luta pelo direito à cidade”