Envelhecimento de negros e negras e a defesa intransigente das políticas sociais no tempo do conservadorismo e do ultraneoliberalismo: contribuições a partir do serviço social
DOI:
https://doi.org/10.5965/19847246242023e0106Palavras-chave:
envelhecimento, políticas sociais, serviço socialResumo
Neste artigo, na condição de profissionais do Serviço Social, manifestamos a defesa intransigente dos direitos e das políticas que compõem a seguridade social brasileira a partir da Constituição em vigor. Apresentamos o ponto de vista adotado nos nossos estudos para a análise da realidade vivenciada pelos/as velhos/as trabalhadores/as, com ênfase na velhice dos/as negros no Brasil. Transitamos por uma breve exposição sobre o conservadorismo e o ultraneoliberalismo a incidirem na disseminação do ageísmo e no conteúdo das políticas públicas, mais precisamente, nas políticas sociais, pela via do desmonte e da desregulamentação de direitos conquistados mediante lutas sociais. Destacamos alguns indicadores sociais para argumentarmos sobre as desigualdades como determinações sociais nos processos de envelhecimento das nossas populações. Expomos indicadores que ilustram a questão da velhice dos/as negros/as, que são majoritariamente os/as usuários/as das políticas sociais no tempo das contrarreformas. Enfrentamos a responsabilização e a culpabilização das pessoas idosas e de suas famílias pela velhice em sua versão trágica e damos visibilidade a um importante estudo, cujos resultados apontam para a necessidade de inserção de conteúdos sobre a legislação destinada à garantia de direitos das pessoas idosas nos programas de pós-graduação stricto sensu, tendo em vista a potencial contribuição à socialização de conhecimento sobre o assunto, uma mediação necessária à mudança das condições de vida dos/as velhos/as trabalhadores/as negros/as
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