Projeto de extensão universitária em uma comunidade de pessoas idosas em São Paulo durante a pandemia de covid-19: experiências

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/19847246242023e0103

Palavras-chave:

pessoa idosa, universidades, educação médica, humanização da assistência, idosos, universidades e faculdades

Resumo

Este artigo busca apresentar a experiencia de um grupo de 48 graduandos das áreas de enfermagem, medicina, nutrição e psicologia de um Centro Universitário, situado no município de São Paulo, junto a um equipamento da proteção social básica voltado para pessoas idosas em situação de vulnerabilidade social. Esses educandos fizeram parte de um projeto de extensão universitária que busca, através do aprendizado da construção de um projeto social voltado para as necessidades da população-alvo, incentivar a inovação, o respeito à diversidade e reforçar o trabalho interdisciplinar e interprofissional.  Uma das linhas de trabalho do projeto é voltada para a população idosa. O projeto foi desenvolvido durante a pandemia de covid-19, durante o período de 2020 a 2022. Para esses graduandos, ouvir histórias de vida de outro grupo de pessoas e poder conviver com elas de uma forma quase profissional, mostrou a eles a importância do respeito, da escuta, da empatia. Ficou claro para o grupo de alunos a autonomia dessas pessoas e como os estereótipos negativos podem limitá-la. Considera-se que o projeto vem contribuindo na consolidação não apenas da aprendizagem, mas, acima de tudo, com um retorno desse aprender à sociedade. Acredita-se que a contribuição não é apenas presente, mas futura, ao trazer importantes reflexões para esses futuros profissionais sobre as múltiplas velhices e suas possibilidades, as desigualdades sociais e as possibilidades de trabalho para além do ambiente hospitalar, de maneira mais humanista e crítica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Elisa Gonzalez Manso, Centro Universitário São Camilo

Doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Catolica de São Paulo – PUC/SP. Professora do Centro Universitário São Camilo - SP.

Referências

ALMEIDA, P. F.; MEDINA, M. G.; FAUSTO, M. C. R.; GIOVANELLA, L. et al. Coordination of care and primary health care in the Unified Health System. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 42, n.1, p. 244-260, 2018.

ANNEAR, M. J. et al. Encountering aged care: a mixed method investigation of medical students’ clinical placement experiences. BMC Geriatrics, London, England, v. 16, n.1, p.1-2, 2016.

BRASIL. Conselho Federal de Nutricionistas. CFN. II Encontro nacional de formação profissional: formação profissional em foco: diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação em Nutrição. Brasília, DF: CFN, 2015.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. CNE. Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em medicina: parecer CNE/CES Nº 116/2014. Brasília, DF: CNE, 2014.

BRASIL. Conselho Nacional De Educação. CNE. Diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em enfermagem, medicina e nutrição: parecer CNE/CES Nº 1133/2001. Brasília, DF: CNE, 2001a.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. CNE. Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em medicina: parecer CNE/CES Nº 04/2001. Brasília, DF: CNE, 2001b.

BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8742.htm. Acesso em: 10 jan. 2020.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. MDS. Benefício de prestação continuada-BPC. Brasília, DF: MDS, 2015. Disponível em: http://mds.gov.br/acesso-a-informacao/mds-pra-voce/cartadeservicos/usuario/assistencia-social/bpc. Acesso em 20 de out. de 2018.

BRASIL. Portaria nº 2.528. Aprova a política nacional de saúde da pessoa idosa. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/2528%20aprova%20a%20politica %20nacional%20de%20saude%20da%20pessoa%20idosa.pdf. Acesso em 08 de jul. de 2013.

BRASIL. Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as diretrizes para a extensão na educação superior brasileira e regimenta o disposto na meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - PNE 2014-2024 e dá outras providências. Brasília, DF: CNE, 2018.

CARMO, M. E.; GUIZARDI, F. L. O conceito de vulnerabilidade e seus sentidos para as políticas públicas de saúde e assistência social. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 34, v. 3, e0010141, 2018. Disponivel em: https://www.scielo.br/j/csp/a/ywYD8gCqRGg6RrNmsYn8WHv. Acesso em: 10 abr. 2019.

CESARI, M.; PROIETTI, M. COVID-19 in Italy: Ageism and decision making in a pandemic. Journal of American Medical Directors Association, Columbia, EUA, v. 5, n. 21, p. 576-577, 2020.

COMISIÓN ECONÓMICA PARA AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE. CEPAL. Panorama social de América Latina 2017. Santiago, Chile: Nações Unidas, 2017. Disponível em: https://www.cepal.org/pt-br/publicacoes/tipo/panorama-social-america-latina-caribe. Acesso em: 15 jan. 2017.

CUNHA, A. C. N. P.; CUNHA, N. N. P.; BARBOSA, M. T. Geriatric teaching in Brazilian medical schools in 2013 and considerations regarding adjustment to demographic and epidemiological transition. Revista Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 62, n. 2, p. 179-183, 2014.

CZERESNIA, D.; MACILA, E. M. G. S.; OVIEDO, R A. M. Os sentidos da saúde e da doença. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2013.

FÁVERO, O. Paulo Freire: importância e atualidade de sua obra. Revista e-curriculum, São Paulo, v. 7, n. 3, p. 1-8, 2011.

FOUCAULT, M. A história da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 18. ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1988.

GROISMAN, D. A velhice, entre o normal e o patológico. História, Ciências, Saúde, Rio de Janeiro, v. 9, p. 61-78, 2002.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. Idosos no Brasil. Brasília, DF: IBGE 2017. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias. Acesso em: 23 jan. 2019.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. IPEA. Atlas da violência 2019: fórum brasileiro de segurança pública. Brasília, DF: IPEA, 2019

KOCH, R.; FUHR, H.; KOIFMAN, L.; STURM, H.; MARCH, C. et al. A post-Flexner comparative case study of medical training responses to health system needs in Brazil and Germany. BMJ Glob Health, London, England, v. 7, n. 3, e008369, 2022. Disponivel em: https://gh.bmj.com/content/7/3/e008369. Acesso em: 27 jun. 2022.

LE BRETON, D. Antropologia do corpo e modernidade. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

LUPTON, D. Foucault and the medicalisation critique. In: PERTENSEN, A.; BUNTON, R. Foucault Health and Medicine. Nova York: Routledge, 1997. p. 94-110.

MANSO, M. E. G. Saúde e doença: do controle sobre os corpos à perspectiva do adoecido. São Paulo: Max Limonad; 2015.

MANSO, M. E. G.; FRANCISCO, C. M.; TORRES, R. L.; CAMARGO, M. R. et al. Risco para desenvolvimento de transtorno cognitivo em um grupo de idosos ativos. PAJAR, Porto Alegre, v.8, e- 37867, 2020. Disponivel em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/pajar/article/view/37867. Acesso em: 17 jul. 2020.

MANSO, M. E. G.; PAGOTTO, M. U. N.; TORRES, R. L. Percepções de alunos de medicina sobre as potencialidades e limitações para o cuidado humanizado. Interface, Botucatu, v. 25, e200394, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/interface.200394. Acesso em: 17 jul. 2020.

MANSO, M. E. G; GIMENEZ, M. M. Programa de extensão saúde da pessoa idosa: a práxis na graduação de profissionais de saúde. In: BARROSO, A. E. S.; DA SILVA, H. S.; ALCÂNTARA, A. O.; FORTUNATO, I. (org.). Velhices inéditas, envelhecimento e o estatuto do Idoso: diálogos com Paulo Freire. Itapetininga: Edições Hipótese, 2021. p. 480-502.

MORENO-ALTAMIRANO, L. Reflexiones sobre el trayecto salud-padecimiento-enfermedad-atención: una mirada socio antropológica. Salud Publica, Cuernavaca, Mexico, v. 49, p. 63-70, 2007.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. OMS. Global strategy and action plan on ageing and health. Geneva: World Health Organization, 2017.

ORGANIZAÇÃO NAÇÕES UNIDAS. ONU. World population prospects 2019. Genebra, Suiça: Organização das Naçoes Unidas, 2019. Disponível em: https://population.un.org/wpp2019/. Acesso em: 12 jul. 2020.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. OPAS. Plan of action on the health of older persons, including active and healthy aging: final report. Genebra: OPAS, 2019.

SANTOS, B.S. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2008.

SCHEFFER, M. Demografia médica no Brasil. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo; Conselho Federal de Medicina, 2020

SECRETARIA MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA. SMDH. Indicadores sociodemográficos da população idosa na cidade de São Paulo. São Paulo: SMDH, 2019.

SILVA, L. L. S.; LIMA, A. F. R.; POLLI, D. A.; RAZIA, P. F. S. et al. Medidas de distanciamento social para o enfrentamento da COVID-19 no Brasil: caracterização e análise epidemiológica por estado. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 9, 2020. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00185020. Acesso em: 24 out. 2021.

TEIXEIRA, R.C.; MUNIZ, J.W.C; NAZARÉ, D.L. Políticas para o ensino superior e a formação do fisioterapeuta no Brasil. Cad. Edu Saúde e Fis., Porto Alegre, v. 4, n. 7, p. 27-27, 2017.

Downloads

Publicado

2023-04-27

Como Citar

MANSO, Maria Elisa Gonzalez. Projeto de extensão universitária em uma comunidade de pessoas idosas em São Paulo durante a pandemia de covid-19: experiências. PerCursos, Florianópolis, v. 24, p. e0103, 2023. DOI: 10.5965/19847246242023e0103. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/percursos/article/view/22557. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê “A multidimensionalidade das velhices: perspectivas do envelhecimento nas agendas do século XXI”