Urbanismo regenerativo e patrimônio: caminhos para uma abordagem da resiliência urbana sensível ao lugar
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724622492021124Palavras-chave:
renovação urbana, urbanismo sustentável, áreas de especial interesse de preservação, paisagem cultural, revisão sistemáticaResumo
Compreendido como um processo de intervenção urbana direcionado à recomposição da biosfera, o urbanismo regenerativo é um dos temas mais proeminentes para o alcance da resiliência em meios urbanos na atualidade. A pesquisa que deu origem a este artigo teve por intuito avançar na conceituação e entendimento holístico do urbanismo regenerativo através da elaboração de uma revisão sistemática. Como resultado preliminar se observou que esse novo paradigma de intervenção se relaciona tanto com o alcance da sustentabilidade urbana, como também com a realização de uma leitura e consideração sensível da cidade preexistente. Tendo em vista esse cenário, este artigo busca fundamentos para a construção de um processo reflexivo na tomada de decisão em ações de renovação urbana com objetivos de resiliência aos impactos promovidos pelas mudanças climáticas. O que se entende por esse processo reflexivo é avançar na discussão sobre a exata medida do que é possível desenvolver, em termos de desempenho ecológico, em áreas preexistentes, nas quais a identidade do lugar deva ser respeitada. Para tanto, é realizada uma ampla revisão teórica de modo a tanto problematizar o urbanismo regenerativo em relação à preexistência e à paisagem, como também construir um caminho propositivo para os dilemas impressos nessa relação. Uma síntese de boas práticas e procedimentos é sistematizada a partir de uma revisão conceitual e de fundamentos advindos da literatura que trabalha o urbanismo regenerativo em relação à preexistência e ao respeito aos aspectos genuínos do lugar.
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