Sem fim...finalidades da arte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175234613302021217

Palavras-chave:

História da arte, Alegoria, Instalação, Ideia artística, Fim

Resumo

Nossa relação crítica, inicial, com a instalação nos ensina como a alegoria funciona ainda como vetor contemporâneo da significação. Consciente da sobrevivência das categorias tradicionais, intentamos entender o jogo metamórfico das permanências, apostando na força que a arte sempre teve de cruzar o passado e o presente. Contra o dogma que faz do novo o motor da arte, afirmamos que suas finalidades rompem raramente com motivações originárias já presentes, por exemplo, na teoria antiga da arte: “fins” diversos e transtemporais como a manifestação de uma ideia, o devir-vivo da imagem, a glorificação do artista, até o desejo de seu próprio “fim”! Ao mesmo tempo histórico e teórico, o jogo com o “fim” é uma dialética paradoxal de morte e transfiguração. Esses conceitos desafiadores funcionam como tensores produtivos: Alberti, Vasari, De Chirico, Maliévitch, Kosuth, Meireles, Kaprow, Vik Muniz, são algumas das referências que ritmaram trinta anos de pesquisa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Stéphane Huchet, UFMG

Professor titular na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais. Pesquisador do CNPq. Membro do Comitê Brasileiro de História da Arte. http://lattes.cnpq.br/940024500828809

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Ideia da prosa. São Paulo: Autêntica, 2012. Originalmente publicado em 1985.

ALFÉRI, Pierre. Chercher une phrase. Paris : Christian Bourgois Éditeur, 1991.

CHATEAU, Dominique. Qu’est-ce qu’un artiste? Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2009.

DOKUMENTA IX. Catálogo. Kassel: Edition Cantz Abrams, 1992.

DUBOS, Jean-Baptiste. Réflexions critiques sur la poésie et sur la peintures. Paris: École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, 1993.

FOSTER, Hal. The Return of the Real. Cambridge/London: The MIT Press, 1996.

FRIED, Michael. El lugar del espectador. Estética e orígenes de la pintura moderna. Madrid: A. Machado Libros, 2000. Originalmente publicado em 1980.

GOMBROWICZ, Witold. Ferdydurke. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

HUCHET, Stéphane. Instalação, Alegoria, Discurso. Trilhas. Revista do Instituto de Artes da Unicamp, n°6, pp.66-76, julho/dezembro de 1997.

HUCHET, Stéphane. Le tableau du monde. Une théorie de l’art des années 1920. Col. L’ouverture philosophique. Paris: L’Harmattan, 1999.

HUCHET, Stéphane. A instalação em situação. In: NAZÁRIO, L.; FRANCA, P. (Orgs.). Concepções contemporâneas da arte. Belo Horizonte, editora UFMG, 2006a. p.17-45.

HUCHET, Stéphane. Rumos: continuidade(s) ou Big Bang simbólico? In: Rumos Artes Visuais

-2006. São Paulo: Itaú Cultural, 2006b. p. 295-305.

HUCHET, Stéphane. O De Pictura à luz da arte moderna e contemporânea. In: BRANDÃO, C.A.L.; CAYE, P.; FURLAN, F. (Orgs.) Na gênese das racionalidades modernas. Em torno de Leon Battista Alberti. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013 a. p. 407-413.

HUCHET, Stéphane. Os três “clichês” de Vik Muniz: a participação, a iconografia e o artista. In: Anais do XXIII Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte “A arte e suas instituições”. Rio de Janeiro: UFRJ, 2013b. p.717-730.

HUCHET, Stéphane. Elaborar uma primeira abordagem crítica da arte dita “ativista”. In: CONDURU, R.; KLABIN, V.; SIQUEIRA, V.B. (Orgs.) Encontros com a arte contemporânea 2017. Vila Velha, ES: Museu Vale, 2017. p. 63-70.

HUCHET, Stéphane. Postfaces au “Disegno”: La rationalité artistique moderne (d’) après Vasari. Albertiana, annata: III, n. 21, p. 229-238, 2018. DOI: https://doi.org/10.19272/201812701009· «albertiana» · xxi (n.s. iii) · 1/2018.

KABAKOV, Ilya. Über die ‘Totale’ Installation / On the ‘total’ installation. Berlin: Hatje Cantz Verlag, 1995.

KAPROW, Allan. Introduction to a theory. In: Bull Shit 01. Out.-Nov. 1991. Communiqué de presse para 7 Environments. Milano: Fundazione Mudima, 3 Out.-20 Nov. 1991/Napoli: Studio Morra, Jan.-Fev. 1992.

MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

PEDROSA, Mário. Do Porco Empalhado ou os critérios da crítica. In: Mundo, Homem, Arte em crise. São Paulo: Perspectiva, 1986.

RANCIÈRE, Jacques. Aisthesis. Scènes du régime esthétique de l’art. Paris: Galilée, 2011.

WINCKELMANN, J.J. Geschichte der Kunst des Alterthums. Erste Auflage, Dresden 1764. Zweite Auflage, Wien 1776. Darmstadt: Verlag Philipp von Zabern, 2009.

Downloads

Publicado

2021-05-01

Como Citar

HUCHET, Stéphane. Sem fim...finalidades da arte. Palíndromo, Florianópolis, v. 13, n. 30, p. 217–232, 2021. DOI: 10.5965/2175234613302021217. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/20121. Acesso em: 19 mar. 2024.