Lais Myrrha: a arquitetura do mundo como matéria da arte
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175234614332022296Palavras-chave:
Lais Myrrha, Arte Contemporânea, Ruínas, Destruição, ImpermanênciaResumo
O presente artigo propõe-se a analisar duas obras da artista brasileira Lais Myrrha, Teoria das Bordas (2007) e Dois pesos, duas medidas (2016), a fim de desvendar aspectos da sua construção poética. Os artefatos, que lidam com a desconstrução das fronteiras reais e simbólicas que organizam a nossa existência, com o avanço da técnica moderna e a ameaça de colapso que seu uso instrumentalizado implica, dão pistas do seu interesse em, revirando as ruínas que se acumulam no nosso presente, refletir, por meio das categorias de tempo e espaço, como são arquitetadas as coisas do mundo. Ao articular as imagens a partir de outras narrativas, ao mudar os referenciais do que é visto e dos sentidos que ordinariamente lhe são atribuídos, a artista bagunça a ordem das coisas, desordena as hierarquias e traz à tona a potência da destruição de tudo aquilo que parece necessário e inevitável.
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