Rupturas identitárias na produção artística de Cindy Sherman e Yasumasa Morimura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175234610212018116

Palavras-chave:

Cindy Sherman, Yasumasa Morimura, identidades, abordagem queer

Resumo

Este artigo propõe uma análise queer das produções artísticas de Cindy Sherman e Yasumasa Morimura a fim de problematizar a inexistência de um sujeito original e único na contemporaneidade. A abordagem queer permite desconstruir identidades fixas, proporcionando leituras plurais às obras de arte. Sherman e Morimura se apresentam como sujeitos instáveis, transformáveis e com identidades efêmeras, de modo que desestabilizam o sistema clássico de identificação. Nas suas produções os sujeitos se instalam no devir (des)identitário, (des)construindo-se constantemente. Através das produções de Sherman a linguagem do autorretrato é problematizada, questionando quais métodos de exposição do sujeito são possíveis para o autorretrato na arte contemporânea. Os sujeitos são problematizados na obra de Morimura através da estética camp que se alia ao exagero e à imitação, questionando a fixidez identitária e os processos naturais de construção dos sujeitos.

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Biografia do Autor

Jacks Ricardo Selistre, Universidade Federal de Santa Maria

Jacks Ricardo Selistre é mestre em Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria (2018), realizou período de pesquisa no Mestrado em Arte Latinoamericano na Universidad Nacional de Cuyo, Argentina - através da Asociación Universitária Grupo Montevideo. É licenciado em Artes Visuais pela Universidade de Caxias do Sul (2016), cursou um semestre do curso de História y Gestión del Arte na Universidad del Salvador em Buenos Aires, Argentina (2012). Vencedor do Programa de Bolsas Ibero-americanas do Banco Santander, estudando Bellas Artes na Universidade de Vigo, España (2014).É membro da Associação Nacional de Pesquisa em História (ANPUH). Atuou como assistente curatorial da II Exposição Internacional de Arte e Gênero (MARQUE, UFSC, 2017). É Diretor de Patrimônio do Instituto Bruno Segalla. Participa do Laboratório de Artes e Subjetividades (LASUB). Foi bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) pela CAPES. É artista visual, participa de exposições desde 2007. 

Rosa María Blanca, Universidade Federal de Santa Maria

Professora, Pesquisadora, Artista e Curadora, possui Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas (CAPES) / Universidade Federal de Santa Catarina (2011), com a tese bilíngue;Arte a partir de uma perspectiva queer / Arte desde lo queer;. Realizou o doutorado sanduíche na Universidad Complutense de Madrid (CAPES/DGU), efetuando um estudo comparativo de produção eletrônica de conhecimento. Possui Mestrado em Artes Visuais (CAPES) / Universidade Federal de Rio Grande do Sul (1999), Brasil, e Graduação em Ciencias de la Comunicación (SEP) / Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Occidente (1989), México

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Publicado

2018-07-31

Como Citar

SELISTRE, Jacks Ricardo; BLANCA, Rosa María. Rupturas identitárias na produção artística de Cindy Sherman e Yasumasa Morimura. Palíndromo, Florianópolis, v. 10, n. 21, p. 116–129, 2018. DOI: 10.5965/2175234610212018116. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/12563. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos Seção temática