As transformações e heranças do modelo pedagógico Napolitano: uma pequena reflexão a partir do tratado de João Sépe

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DOI :

https://doi.org/10.5965/2525530409022024e0103

Mots-clés :

Fedele Fenaroli, João Sépe, harmonia, contraponto, partimento

Résumé

Este artigo explora a evolução do modelo pedagógico napolitano, concentrando-se nos trabalhos de Fedele Fenaroli (versões de 1775 e 1847) e João Sépe (lançado em 1942). Destaca como o livro “Regole musicali per i principianti di cembalo”, lançado por Fenaroli, testemunhou mudanças no pensamento musical ao longo do século XIX e possuía semelhanças com os exercícios de harmonia e contraponto, no “Tratado de Harmonia” de João Sépe, amplamente utilizado em escolas de música no Brasil. Para tanto, em um primeiro momento, comparamos o formato da escrita dos exercícios e discutimos o modelo de ensino por meio dos baixos instrucionais. Posteriormente, apresentamos um modelo comparativo dos quatro ensinamentos musicais fundamentais dos cadernos de partimento: Regra da Oitava, Cadências, Suspensões e Movimentos de Baixo. Ademais, apresentamos uma breve discussão sobre as formas de modulações que encontramos nos autores. Por fim, demonstramos como a realização harmônica, transmitida através dos baixos, ganha destaque, evidenciando a força do acorde como unidade harmônica em relação às passagens contrapontísticas.

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Fernando Tavares, Universidade de São Paulo

Fernando Tavares é mestre em Musicologia pela ECA-USP, especialista em Docência no Ensino a Distância pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e Licenciado em Música pela Unimes (Universidade Metropolitana de Santos). Atualmente é doutorando do Programa de Pós-graduação em Musicologia da Escola de Comunicação e Artes (PPGMUS-ECA/USP). Como pesquisador, trabalha no LAMUS – EACH/USP (Laboratório de Musicologia) e no LEDEP – EACH/USP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico). Foi colaborador de importantes revistas para o Contrabaixo como Coverbaixo (na qual atuou como colaborador entre 2005 e 2010), Bass Player Brasil (colaborador e colunista entre 2011 e 2017 e como editor didático entre 2013 e 2017), tendo publicado um número de 243 matérias nestas duas publicações. Tem se apresentado em importantes congressos musicológicos no Brasil e exterior, especialmente divulgando suas pesquisas sobre o processo pedagógico dos partimentos, dos esquemas galantes e da música popular.

Diósnio Machado Neto, Universidade de São Paulo

Professor Livre-Docente II da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP) e professor dos programas de Pós-Graduação em Musicologia da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Programa de Mudança Social e Participação Política da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo. É Pesquisador Produtividade 2 do CNPq. É coordenador do Laboratório de Musicologia (LAMUS-EACH). É membro dos Studys Groups IMS Italian and Ibero American Relationships Study Group (RIIA) e Early Music in the New Word. Integra o Núcleo Caravelas do CESEM da Universidade Nova de Lisboa. Recebeu Menção Honrosa no Prêmio Capes em 2009 pela tese «Administrando a festa: Música e iluminismo no Brasil colonial», transformada em livro em 2013. É membro-fundador da Associação Regional para América Latina e Caribe da International Musicology Society (ARLAC-IMS) e da Associação Brasileira de Musicologia (ABMUS).

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Publiée

2024-09-19

Comment citer

TAVARES, Fernando; MACHADO NETO, Diósnio. As transformações e heranças do modelo pedagógico Napolitano: uma pequena reflexão a partir do tratado de João Sépe. Orfeu, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. e0103, 2024. DOI: 10.5965/2525530409022024e0103. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/25505. Acesso em: 21 déc. 2024.