José Maurício Nunes Garcia and the Eurocentrism: Black Beethoven ́s historical revisionism

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530407022022e0202

Keywords:

Eurocentrism, Father José Maurício Nunes Garcia, Mozart fluminense, Anthropology, Black Beethoven

Abstract

Nowadays the historical process has suffered revisionisms in which remarkably personalities known as white persons or mulatto nicknamed, such as Machado de Assis, Mário de Andrade and Antônio Carlos Gomes, have been recognized from afrobrazilian origins. The pejorative terms were born with connotations derived from slavery, when the Brazilian State needed to elect whitened national symbols to exalt and become an industrialized pole in the tropics without the stigma that associated blackness to the discriminatory currents such as social Darwinism. One of these national symbols, in addition to the aforementioned ones, was Father José Maurício Nunes Garcia – whose Germanization went to history as the "Mozart fluminense" – born in Rio de Janeiro. By demystifying his whitening, the object of this study was to bring up elements that prove that he was really black, using anthropological methodology, in the same way that recent discussions show that the German composer Beethoven would have African ancestry.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Pedro Razzante Vaccari, São Paulo State University

Pós-doutorando em Música pela USP. Integra o Coral Paulistano do Teatro Municipal de São Paulo desde 2008. Em novembro de 2021 foi solista do Réquiem (1816) do padre José Maurício Nunes Garcia, com o Coral Paulistano do Theatro Municipal de São Paulo, com o qual foi solista também da ópera Café, em 2022, libreto de Mário de Andrade e música de Felipe Senna. Em julho de 2022 apresentou-se no Complexo do Theatro Municipal de São Paulo com o ciclo Dichterliebe de Schumann e Serestas de Heitor Villa-Lobos.

References

ALVES, Amanda Palomo; SILVA, Eronildo José da; ARAÚJO, Marivânia Conceição. (org.). Diálogos sobre diversidade, relações raciais e desigualdade no Brasil. Maringá: Eduem, 2018.

ANDRADE, Mário de. A modinha de José Mauricio. Ilustração Musical, Rio de Janeiro, n. 3, p. 78-81, out. 1930.

ANDRADE, Mário de. Aspectos do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2019.

ANDRADE, Mário de. Música, doce música. Belo Horizonte: Itatiaia, 2006b.

ANDRADE, Mário de. Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.

BLACKING, John. How musical is man? Washington: Washington Press, 1973.

CAMARGO, Oswaldo de. Negro drama: ao redor da cor duvidosa de Mário de Andrade. São Paulo: Ciclo Contínuo, 2018.

DARWIN, Charles. A origem das espécies: esboço de 1842. Tradução: Mario Fondelli. Roma: Newton Compton, 1996.

DESCAMPS, Paul. État social des peuples sauvages. Paris: Payot, 1930.

DOMINGUES, Petrônio. A nova abolição. São Paulo: Selo Negro, 2008.

FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Globo, 2008. v. 2.

FIGUEIREDO, Carlos Alberto. GARCIA, José Maurício Nunes (Rio de Janeiro, 22/9/1767 – Rio de Janeiro 18/4/1830). In: PACHECO, Alberto (coord.). Dicionário biográfico caravelas. Lisboa: CESEM/ Nova FCSH, 2012. n. 6, p. 1-51. Disponível em: https://dicionario-biografico.caravelas.fcsh.unl.pt/node/82. Acesso em: 20 set. 2020.

FREYRE, Gilberto. Casa-grande e senzala. São Paulo: Global, 2016.

GOMES, Nilda Lino. Afirmando direitos: acesso e permanência de jovens negros na universidade. São Paulo: Autêntica, 2004.

GUIMARÃES, Elione Silva. Múltiplos viveres de afrodescendentes na escravidão e no pós-emancipação: família, trabalho, terra e conflito (Juiz de Fora-MG, 1828-1928). São Paulo: Annablume, 2006.

HAZAN, Marcelo Campos. José Maurício, Marcos Portugal e a Sonata de Haydn: Desconstruindo o Mito. Brasiliana: revista semanal da Academia Brasileira de Música, n.28, p. 2-11, dez. 2008.

HAZAN, Marcelo Campos. Raça, Nação e José Maurício Nunes Garcia. Resonancias: revista de investigación musical. Santiago do Chile, v. 13, n. 24, p. 23-40, 2009.

HEITOR, Luiz. O espírito religioso na obra de José Maurício. Ilustração Musical, Rio de Janeiro, n.3, p. 75-8, 1930.

HERTZMAN, Marc A. Making Samba: a new history of race and music in Brazil. Durham; Londres: Duke University, 2013.

HOFBAUER, Andreas. Uma história de branqueamento ou o negro em questão. São Paulo: Unesp, 2006.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do paraíso. São Paulo: Brasiliense, 2000.

IKEDA, Alberto T. Música política: imanência do social. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1995. Tese [Doutorado].

JUNG, Carl Gustav. A vida simbólica: escritos diversos. Tradução: Edgar Orth. Petrópolis: Vozes, 2012.

KARNAL, Leandro. Tão longe de mim distante. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 16 set. de 2018. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,tao-longe-de-mim-distante,70002503885. Acesso em: 06 nov. 2020.

KRAUSE, Gustavo Bernardo. A reação do cético à violência: o caso Machado de Assis. In: FANTINI, Marli (org.). Crônicas da antiga corte: literatura e memória em Machado de Assis. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes trópicos. Tradução: Rosa Freire D´Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

LOPES, Nei (org.). Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. 4. ed. São Paulo: Selo Negro, 2011.

MATTOS, Cleofe Person de. Catálogo temático: José Maurício Nunes Garcia. Brasília: MEC, 1970.

MATTOS, Cleofe Person de. José Maurício Nunes Garcia: Biografia. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1997.

MATTOS, Cláudia Valadão de. Lasar Segall. São Paulo: Edusp, 1997.

MEDAGLIA, Júlio. A contribuição do negro na cultura do Brasil. Revista Concerto, São Paulo, n. 242, p. 8, 2017.

MERRIAM, Alan P. The Anthropology of Music. Michigan: Northwestern University, 1964.

O PIMPÃO. Rio de Janeiro: Alfredo Ribeiro, n. 171, 1876.

OLIVEIRA PINTO, Tiago de. Questões de antropologia sonora. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 44, n. 1, p. 221-86, 2001.

PORTO-ALEGRE, Manuel de Araújo. Ideias sobre música. Revista Nitheroy, Paris, n.1, p.160- 183, 1836.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Global, 2015.

RODRIGUES, Raymundo Nina. As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2011.

SANTOS, Ynaê Lopes dos. História da África e do Brasil afrodescendente. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2018.

SCHWARCZ, Lilia. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

TAUNAY, Visconde de. Dous artistas maximos: José Maurício e Carlos Gomes. São Paulo: Melhoramentos, 1930a.

TAUNAY, Visconde de. Uma grande glória brasileira José Maurício Nunes Garcia. São Paulo: Melhoramentos, 1930b.

Published

2022-12-14

How to Cite

VACCARI, Pedro Razzante. José Maurício Nunes Garcia and the Eurocentrism: Black Beethoven ́s historical revisionism. Orfeu, Florianópolis, v. 7, n. 2, p. e0202, 2022. DOI: 10.5965/2525530407022022e0202. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/21896. Acesso em: 1 jul. 2024.