Manifesto por um teatro de marionete e de figura
DOI:
https://doi.org/10.5965/2595034702042007013Abstract
Com a gigantesca modificação do mundo da imagem e da comunicação, o espetáculo vive uma revolução surda e moderada, mas real, cuja importância os profissionais e os meios de comunicação ainda não mediram totalmente. O teatro ocidental, que havia entrado em decadência desde o declínio da tragédia clássica no final do século XVII, e desde o abandono da máscara pelos atores italianos, conhece uma renovação promissora devido, em parte, à explosão audiovisual, que é a marca da nossa época, pois, por tabela, redescobre a porta estreita da teatralidade, o sentido do sagrado e do ritual.
As artes do espetáculo, o teatro, a marionete, a dança, a música, pelo menos nos artistas mais autênticos, convergem para um movimento difuso e informal, cuja constante é a utilização das marionetes, das figuras — da palavra latina “figura”, que significa “representação”. Pleonasmo? Certamente não, mas precisão bem útil e que significa que o teatro reencontra o sentido do signo, que nunca deveria ter perdido, que no teatro tudo é signo — a palavra e o corpo, o espaço e o objeto, o movimento e a luz —, e o teatro que ignora essa linguagem simbólica é apenas uma deriva duvidosa.
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