Ensino de filosofia e colonialidade: debates sobre a formação na educação superior
DOI :
https://doi.org/10.5965/1984723820442019326Résumé
O objetivo deste artigo é debater a colonialidade do saber presente nos projetos pedagógicos e desenhos curriculares dos cursos de filosofia de duas universidades públicas situadas na Amazônia brasileira. Inicialmente, apresentam-se a metodologia, o referencial teórico e, por fim, tendo como foco discutir as bases conceituais, as concepções e as geopolíticas do conhecimento que estão incorporadas nos projetos pedagógicos, nas ementas de algumas disciplinas e nas falas dos (as) estudantes dos cursos de filosofia. Pergunta-se, como a colonialidade do saber está circulando nos documentos basilares do curso? Como ela se manifesta nas relações concretas em sala de aula? Como se expressa nas falas dos estudantes? Na primeira parte, apresenta-se, de forma mais descritiva, os objetivos, os perfis de egressos a serem formados, as concepções de filosofia imbricadas, as referências teóricas e legais presentes nos projetos pedagógicos. Conclui-se que os projetos pedagógicos, a disposição curricular e os ementários estão mergulhados na colonialidade do saber. As “vozes” que destoam do discurso moderno/colonial estão sendo colonizadas, como por exemplo, nas disciplinas que tendem a maior abertura epistemológica como Filosofia da Cultura e Filosofia Política, as quais ainda estão amarradas ao paradigma eurocêntrico, pois, a narrativa histórica, filosófica e pedagógica permanece atrelada à matriz monocultural do Eurocentrismo.
Palavras-chave: Educação. Colonialidade. Ensino de Filosofia. Decolonialidade.
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