Greenwashing e o mito da sustentabilidade na moda: alienação e fetichismo da mercadoria

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/25944630612022e0131

Palavras-chave:

Greenwashing, Mito da sustentabilidade, fetichismo da mercadoria

Resumo

O mito da sustentabilidade, juntamente com o greenwashing, são ferramentas de alienação utilizadas pelo mercado com o intuito de desviar a atenção dos problemas ambientais provocados pelo modo de produção capitalista. A abordagem do tema no presente artigo revela as contradições inerentes à forma socioeconômica vigente, especialmente no que tange ao espectro da moda, através da articulação dos conceitos de fetichismo da mercadoria, alienação, valor de uso e ruptura metabólica. Como objetivo, busca-se a intersecção dos discursos em torno da sustentabilidade na moda através de uma abordagem sociopolítica por meio de revisão bibliográfica de especialistas que auxiliem na desmistificação do modo de produção capitalista. Busca-se, portanto, demonstrar a insuficiência e as contradições das narrativas efetuadas pelo mercado da moda, e o sistema capitalista em geral, identificando também práticas de greenwashing, além da utilização do mito da sustentabilidade como instrumento de validação de práticas predatórias do sistema, tanto no que tange ao meio ambiente quanto à sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciana Paula Benetti, Universidade Federal do ABC - UFABC

Mestranda em Têxteis e Moda pela USP, pós-graduada em Cenografia e Figurino pela Belas Artes, formada em Moda pela Universidade Feevale. Pesquisa a condição das mulheres russas no período pré-revolucionário e ecossocialismo através de uma visão anticapitalista que busca compreender a ruptura metabólica entre sociedade e natureza e suas consequências.

Maria Sílvia Barros de Held, Universidade de São - USP

Possui graduação em Artes (1974) e em Publicidade / Propaganda (1974) pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Mestrado em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (1983), Doutorado em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (1990) e Livre-docência (Professora Associada/Agregada) (2019) pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Foi professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas de 1977 a junho de 2008 nos cursos de Artes Visuais e Publicidade-Propaganda. Foi Co-fundadora e Coordenadora do Lato-Sensu "Arte: Ensino e Produção", onde também lecionou a disciplina "Aspectos Tridimensionais da Expressão Plástica", de agosto de 1996 a dezembro de 1999. Fundou e coordenou o Grupo de Pesquisa "A Imagem:Arte e Design", que atuou de 2004 a 2008 na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com Linhas de Pesquisa, dentre elas "Aspectos Contemporâneos da Imagem: Teoria e Prática", onde desenvolveu seus projetos de pesquisa e orientou vários alunos de Iniciação Científica, alguns voluntários, outros com bolsas FAPIC E PIBIC. Tem experiência na área de Artes, Design e Publicidade, e atua principalmente nos seguintes temas: arte, design, comunidade, sociologia da arte, moda, arte-educação, interdisciplinaridade e produção. Atualmente é Professora Doutora efetiva da Universidade de São Paulo, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP) em RDIDP no Curso de Têxtil e Moda, na área de Design e Moda e é Membro do ICOM - International Council of Museums / UNESCO, desde 2000. Hoje é também professora visitante da Universidade de Lisboa (Portugal), do Instituto Politécnico de Castelo Branco (Portugal) e pesquisadora do Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (CIAUD) da Universidade de Lisboa (Portugal), onde desenvolveu o seu Pós-Doutorado em 2016.

Referências

CALANCA, Daniela. História social da moda. Editora Senac São Paulo: São Paulo, 2011.

ENGELS, Friedrich. Anti-Dühring. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1979.

FERNANDES, Sabrina. Se quiser mudar o mundo: um guia político para quem se importa. Planeta: São Paulo, 2020.

FOSTER, John Bellamy. Marx's Ecology: Materialism and Nature. Monthly Review Press: New York, 2000.

HARVEY, David. 17 contradições e o fim do capitalismo. Boitempo Editorial: São Paulo, 2016.

KATZ, Cindi. Whose Nature, Whose Culture? Private Productions of Space and the Preservation of Nature. In B. Braun and N. Castree (eds.) Remaking Reality: Nature at the Millennium. Routledge: London, 1998.

LIPOVETSKY, Gilles. O Império do efêmero – a moda e seus destinos na sociedade moderna. São Paulo: Companhia das letras, 1987.

LÖWY, Michael. O que é ecossocialismo? Editora Cortez: São Paulo, 2014.

LÖWY, Michael. Thirteen theses on the imminent ecological catastrophe and the (revolutionary) means of averting it. Disponível em: https://internationalviewpoint.org/spip.php?article6391&fbclid=IwAR204os5TZzeQhUMuN4YQZjtjQA2f5j_nqVhBhqgqUkdj_RQ-D114CjJR3M. Acesso em 24/01/2021.

LÖWY, Michel; DUMÉNIL, Gerard; RENAULT, Emmanuel. 100 palavras do marxismo. Editora Cortez: São Paulo, 2015)

MARX. O capital: Crítica da economia política: livro I: O processo de produção do capital. Boitempo Editorial: São Paulo, 2013.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política: livro III: o processo global da acumulação capitalista. Boitempo Editorial: São Paulo, 2017.

NETTO, José Paulo. Introdução ao estudo do método de Marx. Editora Expressão Popular: São Paulo, 2011.

SÁ BARRETO, Eduardo. Marx contra a fantasia “coaseana”: uma crítica ontológica ao fundamento teórico dos mercados de carbono. Marx e o Marxismo, v. 3, n. 5, p. 1–16, 2015.

SÁ BARRETO, Eduardo. O capital na estufa: Para a crítica da economia das mudanças climáticas. Consequência: Rio de Janeiro, 2018.

Downloads

Publicado

2022-01-31

Como Citar

BENETTI, Luciana Paula; HELD, Maria Sílvia Barros de. Greenwashing e o mito da sustentabilidade na moda: alienação e fetichismo da mercadoria. Revista de Ensino em Artes, Moda e Design, Florianópolis, v. 6, n. 1, p. 1–17, 2022. DOI: 10.5965/25944630612022e0131. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/ensinarmode/article/view/20131. Acesso em: 13 dez. 2024.