Ética e ensino superior em design
DOI:
https://doi.org/10.5965/1808312915252020e0006Palavras-chave:
Ética, Design-Estudo e ensino, Educação moral (Superior)Resumo
O design pertence ao campo das ciências sociais aplicadas e, por isso, aceita contribuições de diversas áreas para compor a matriz curricular da graduação. Isso, porém, muitas vezes contribui para a fragmentação do saber no ensino do design, sob o nome, muito usual, de interdisciplinaridade. Atualmente, as faculdades de design no Brasil se firmam como produtoras de conhecimento, mas ainda mantêm o foco no “ensinar a fazer”. É o que se verifica em disciplinas de prática projetual, muitas vezes sem embasamento teórico-científico e, principalmente, distantes do usuário real e da realidade social que cerca a universidade. Ignoram-se as finalidades do ensino superior e seus deveres em relação à sociedade, determinados em leis específicas, como a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB - lei n° 9.394/1996. Com base nesses questionamentos e com foco na ética no ensino superior em design, construiu-se este artigo utilizando-se da revisão da literatura e da descrição de uma experiência em sala de aula, com o objetivo de questionar e avaliar a prática docente em uma faculdade de design e o papel do professor de design nos processos de ensino-aprendizagem. Concluiu-se que esses processos são uma realidade complexa e que estudos nesta área merecem desdobramentos.
Downloads
Referências
AKINOGLU, O.; TANDOGAN, R. O. The effects of problem-based active learning in science education on students’ academic achievement, attitude and concept learning. Eurasia Journal of Mathematics, Science & Technology Education, Istambul, v. 3, n. 1, p. 71-81, 2007. Disponível em: http://www.ejmste.com/The-Effects-of-Problem-Based-nActive-Learning-in-Science-nEducation-on-Students-Academic-nAchievement-Attitude-and-Concept-nLearning,75375,0,2.html. Acesso em: 17 out. 2018.
ANASTASIOU, L. G. C.; ALVES, L. Estratégias de Ensinagem. Florianópolis, 2007. Moodle, UFSC. Disponível em: https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1390223/mod_resource/content/1/anastasiou.pdf. Acesso em: 26 jun. 2018.
BAHIA, I. P. et al. "Prática projetual em design de ambientes: relato de experiência sobre a inserção da metodologia aplicada à complexidade". In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN, 12., 2016, São Paulo. Anais [...] São Paulo: Blucher, 2016. v. 9, n. 2, p. 1.280-1.292.
BARCELLOS, E. et al. De Redig ao P&D: a trajetória da abordagem da Antropologia no Design. In: CONFERÊNCIA INTERNACIONAL PARA A INTEGRAÇÃO DO DESIGN, ENGENHARIA E ADMINISTRAÇÃO PARA INOVAÇÃO-IDEMI, 4., 2015, Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: UDESC, 2015. p. 527-540. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/282673132_DE_REDIG_AO_PD_A_TRAJETORIA _DA_ABORDAGEM_DA_ANTROPOLOGIA_NO_DESIGN. Acesso em: 11 mai. 2017.
BENDER, W. N. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o século XXI. Tradução: Fernando Siqueira Rodrigues. Porto Alegre: Penso Editora, 2014. E-book. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=mBazCAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA1&dq=apren dizagem+baseada+em+projetos&ots=AlYwBRfVI1&sig=G7H_HAoUW-FyiCK3KyRUWBFHiv4#v=onep age&q=aprendizagem%20baseada%20em%20projetos&f=false. Acesso em: 26 jun. 2018
BENJAMIM, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 2012.
BERBEL, N. A. N. A problematização e a aprendizagem baseada em problemas: diferentes termos ou diferentes caminhos? Interface - Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 2, n. 2, p. 139-154, fev. 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi d=S1414-32831998000100008&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 26 jun. 2018.
BONINI, L. A.; SBRAGIA, R. O modelo do Design Thinking como indutor da Inovação nas Empresas: um estudo empírico. Revista de Gestão de Projetos – GeP, São Paulo, v. 1, n. 1., p. 3-25, jan./jun. 2011. Disponível em: http://www.revistagep.org/ojs/index.php/gep/article/view/36. Acesso em: 25 mar 2017.
BORGES, M. C. et al. Aprendizado baseado em problemas. Medicina, Ribeirão Preto, v. 47, n. 3, p. 301-307, 2014. Disponível em: http://revista.fmrp.usp.br/2014/vol47n3/8_Aprendizado-baseado-em-problemas.pdf. Acesso em: 10 out. 2018.
BOROCHOVICIUS, E.; TORTELLA, J. C. B. Aprendizagem Baseada em Problemas: um método de ensino-aprendizagem e suas práticas educativas. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 22, n. 83, p. 263-294, jun. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362014000200002&lng= en&nrm=iso. Acesso em: 26 jun. 2018.
BRAIT, L. F. R. et al. A relação professor/aluno no processo de ensino e aprendizagem. Itinerarius Reflectionis, Jataí, v. 6, n. 1, set. 2010. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/rir/article/view/40868/20863. Acesso em: 10 out. 2018.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 02 fev. 2019.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, [1996]. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf. Acesso em: 31 mar. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Qual a diferença entre faculdades, centros universitários e universidades? [Brasília], 2018. Portal Ministério da Educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/pec-g/127-perguntas-frequentes-911936531/educacao-superior-399764090/116-qual-e-a-diferenca-entre-faculdades-centros-universitarios-e-universidades. Acesso em: 30 mar. 2018.
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 1995. 440 p.
CELASCHI, F.; MORAES, D. (org.). Futuro, bem-estar, interdependência: palavras-chave para o design contemporâneo. In: CELASCHI, F.; MORAES, D. (org.) Cadernos de estudos avançados em Design. Barbacena: EdUEMG, 2013. p. 35-60. (Design & Humaniamo, v. 7). Disponível em: http://eduemg.uemg.br/arquivos/2013%20-%20CADERNOS%20DE%20ESTUDOS%20AVANCADOS%20EM%20DESIGN%20-%20HUMANISMO%20(BILINGUI)%20-%20VOL.%207.pdf. Acesso em: 26 jun. 2018.
CORDI, C. et al. Para filosofar. São Paulo: Editora Scipione, 2001.
COUTO, R. M. S. Fragmento do conhecimento ou interdisciplinaridade: ainda um dilema contemporâneo. Revista Faac, Bauru, v. 1, n. 1, p. 11-19, abr./set. 2011. Disponível em: http://www2.faac.unesp.br/revistafaac/index.php/revista/article/view/34/9. Acesso em: 17 abr. 2018.
CUNHA, M. I. Diferentes olhares sobre as práticas pedagógicas no ensino superior: a docência e sua formação. Educação, Porto Alegre, ano XXVII, n. 3, v. 54, p. 525-536, set./dez. 2004. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/download/397/294. Acesso em: 26 jun. 2018.
DE LOS RIOS, I. et al. Project-based learning in engineering higher education: two decades of teaching competences in real environments. Procedia Socialand Behavioral Sciences, Madrid, v. 2, n. 2, p. 1.368-1.378, 2010. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1877042810002429. Acesso em: 17 out. 2018.
EPLEY, N.; TANNENBAUM, D. Treating ethics as a design problem. Behavioral science & policy, v. 3, n. 2, p. 73-84, 2007. Disponível em: https://behavioralpolicy.org/articles/treating-ethics-as-a-design-problem/. Acesso em: 18 abr. 2020.
FRIEDMAN, B.; KAHN, P. H. Human values, ethics and design. In: SEARS, A.; JACKO, J. A. (org.). The human computer interaction handbook: fundamentals, envolving Technologies and emerging applications. 3. ed. Boca Raton: CRC Press Taylor & Francis Group, 2003. p. 1178-1197.
GARCEZ, L. V. M.; RIBEIRO, P. P. A.; PEREIRA, J. A. A importância do usuário na metodologia de projeto em design. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN, 12., 2016, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: Blucher, 2016. v. 2, n. 9, p. 1465-1476.
KUBO, O. M.; BOTOMÉ, S. P. Ensino-aprendizagem: uma interação entre dois processos comportamentais. Interação em Psicologia, Curitiba, v. 5, dez. 2001. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/3321/2665. Acesso em: 24 mai. 2018.
KULPA, C. C.; PINHEIRO, E. T.; SILVA, R. P. A influência das cores na usabilidade de interfaces através do design centrado no comportamento cultural do usuário. Perspectivas em Gestão e Conhecimento. João Pessoa, v. 1, n. especial, p. 119-136, out. 2011. Disponível em: http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/pgc/article/view/10795/6086. Acesso em: 10 out. 2018.
LANA, S. A complexidade dos métodos em design. In: MORAES, D.; DIAS, R. A.; SALES, R. B. C. (org.). Cadernos de estudos avançados em Design. Barbacena: EdUEMG, 2011. p. 53-65 (Método, v. 5). Disponível em: http://eduemg.uemg.br/images/livros-pdf/catalogo-2011/2011_CADERNOS_DE_ESTUDOS_AVANCADOS_EM_DESIGN_METODO_BILINGUI_VOL_5.pdf. Acesso em: 26 jun. 2018.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e Pedagogos para quê? São Paulo: Editora Cortez, 2002. 208 p. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/339046602/Livro-Pedagogia-e-pedagogos-para-que-Jose-Carlos-Libaneo-pdf. Acesso em: 22 mai. 2018.
LUCCHESI, M. A. S. O ensino superior e a influência do modelo francês. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 11., Florianópolis, 2011. Anais [...]. Florianópolis: UFSC, 2011. p. 1-14. Disponível em: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/29534. Acesso em: 31 mar. 2018.
MAIOCCHI, M.; PILLAN, M. Design emocional (ou simplesmente design?). In: MORAES, D.; DIAS, R. A. (org.). Cadernos de estudos avançados em Design. Barbacena: EdUEMG, 2013, p. 25-42. (Emoção, v. 8). Disponível em: http://eduemg.uemg.br/images/livros-pdf/catalogo-2013/2013_CADERNOS_DE_ESTUDOS_AVANCADOS_EM_DESIGN_EMOCAO_BILINGUI_VOL_8.pdf. Acesso em: 26 jun. 2018.
MAYERNYIK, M. A.; OLIVEIRA, F. A. G. O cuidado empático: contribuições para a ética e sua interface com a educação moral na formação em saúde. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 40, n. 1, p. 11-20, jan./mar. 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022016000100011. Acesso em: 18 abr. 2020.
MORAES, D. Metaprojeto como modelo projetual. In: MORAES, D.; DIAS, R. A; SALES, R. B. C. (org.). Cadernos de estudos avançados em Design. Barbacena: EdUEMG, 2011, p. 35-51. (Método, v. 5) Disponível em: http://eduemg.uemg.br/images/livros-pdf/catalogo-2011/2011_CADERNOS_DE_ESTUDOS_AVANCADOS_EM_DESIGN_METODO_BILINGUI_VOL_5.pdf. Acesso em: 26 jun. 2018.
MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A.; MORALES, O. E. T. (org). Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. 2015. p. 15-33 (Mídias contemporâneas, v.2) Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acesso em: 26 jun. 2018.
NAVES, E. T. Fazer-Saber: reflexões sobre a função acadêmica da extensão universitária. Em Extensão, Uberlândia, v. 14, n. 1, p. 9 – 29, jan. – jun. 2015. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/revextensao/article/view/28113. Acesso em: 30 mar. 2018.
NEVES, E. P. et al. Panorama da pesquisa em design no Brasil: a contribuição dos Programas de Pós-Graduação em Design nas pesquisas científicas e no desenvolvimento da área. Arcos Design, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 78-95, jun. 2014. Disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/arcosdesign/article/view/13927. Acesso em: 11 out. 2018.
NOTAS de aula da disciplina Didática do Ensino Superior. Claretiano Rede de Educação, 2018. Disponível em: https://claretiano.edu.br/. Acesso em: 08 abr. 2019.
OLIVEIRA, R. O Trabalho de Antropólogo. 2. ed. rev. Brasília: Paralelo 15, 2000.
PORTUGAL, C.; COUTO, R. Design em situações de ensino-aprendizagem. Estudos em Design, Portugal, v. 18, n. 1, p. 1-22, 2010. Disponível em: https://estudosemdesign.emnuvens.com.br/design/article/view/42/39. Acesso em: 17 abr. 2018.
RIVAS, N. P. P.; CONTE, K. M.; AGUILAR, G. M. Novos espaços formativos na universidade: desafios e perspectivas para a docência superior. In: CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES, 9., São Paulo. Anais [...]. São Paulo: UNESP, 2007. p. 2-11 Disponível em: http://www.unesp.br/prograd/ixcepfe/Arquivos%202007/10eixo_relatos.pdf. Acesso em: 26 jun. 2018.
ROCHA, C. B.; CORREIA, G. C. S. Ética na docência do ensino superior. Revista Educare. Montes Claros, v. 2, p. 1-8, 2006. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2234046/mod_resource/content/1/etica-carla-genilce.pdf. Acesso em: 18 abr. 2020.
SAVIANI, D. A expansão do ensino superior no Brasil: mudanças e continuidades. Poíesis Pedagógica, Goiás, v. 8, n. 2, p. 4-17, abr. 2011. Disponível em: https://revistas.ufg.br/poiesis/article/view/14035. Acesso em: 28 mar. 2018.
SAVIANI, D. O futuro da universidade entre o possível e o desejável. Revista Estudos Avançados da Unicamp online, Campinas, set. 2009. Artigos do CEAv. Disponível em: http://www.gr.unicamp.br/ceav/revista/content/pdf/O_futuro_da_universidade_Dermeval_Saviani.pdf. Acesso em: 31 mar. 2018.
VASCONCELOS, C.; PRAIA, J. F.; ALMEIDA, L. S. Teorias de aprendizagem e o ensino/aprendizagem das ciências: da instrução à aprendizagem. Psicologia Escolar e Educacional, Campinas, v. 7, n. 1, p. 11-19, jun. 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-85572003000100002. Acesso em: 10 out. 2018.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Deborah Camila Viana Cardoso, Edson José Carpintero Rezende
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, a qual permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original, reconhecendo a autoria e publicação inicial nesta revista.
A DAPesquisa, segue as recomendações do movimento de Acesso Aberto, proporciona acesso público a todo seu conteúdo, a partir do princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento.
Plágio, em todas as suas formas, constitui um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. A revista DAPesquisa utiliza o software iThenticate de controle de similaridade.