Aprender a desaprender no processo de criação do espetáculo
DOI:
https://doi.org/10.5965/1808312903052008965Palabras clave:
Improvisação, Partitura de movimentos, Criação do espetáculoResumen
Diante de diversos espetáculos de teatro de bonecos manipulados à vista assistidos, surgiu a inquietação com relação ao que confere a alguns deles qualidade técnica e artística. Constatei que a criação e adoção de partitura de movimentos é uma técnica de grande importância para que se atinja tal qualidade. Mas como percorrer o caminho da técnica sem que com isso se perca de vista a poética? A proposta do presente artigo é oferecer ao ator- criador de espetáculo de teatro de animação uma imagem que o auxilie em seu percurso de criação, através de uma metáfora de tal processo como a recuperação do mito do paraíso perdido. Nesta perspectiva, a etapa de improvisação equivaleria ao paraíso, em um estado no qual prevalece a graça e a inocência. Mas como a inocência carrega em si sua própria transgressão, a queda, entendida como a separação entre homem e natureza, pela tomada de consciência, é apresentada como a adoção da técnica, que, enquanto é aprendida, limita o artista. Caberia então ao homem uma ascensão ao paraíso, o que não pode acontecer pela negação da consciência, mas, sim, pelo reconhecimento e superação de seus limites, até um estado em que a ação humana seja governada pelo sentimento. Na metáfora proposta, tal conquista acontece quando o ator, após muito treino e repetição, incorpora de tal forma a técnica, que a desaprende.Descargas
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