Dança, deficiência, educação acessível e formação de professores: experiências e teorizações em percurso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/19843178164202085

Palavras-chave:

Dança. Deficiência. Educação acessível. Formação de professores.

Resumo

O presente texto apresenta experiências e reflexões de uma docente atuante em disciplinas dedicadas à teorizações e práticas em uma perspectiva inclusiva, em cursos de graduação em dança. Em um percurso de duas décadas destacam-se as percepções da autora quanto às mudanças no cenário político-educacional, nos contextos educacionais e artísticos, motivando a constante reflexão sobre conceitos, temáticas de estudo, metodologias e proposições a serem desenvolvidas com alunas e alunos que irão atuar na docência. As experiências evidenciam alguns fundamentos éticos, políticos, estéticos, poéticos, artísticos e pedagógicos norteadores para a composição de currículos, o potencial da prática como componente curricular guiando os processos de ensino-aprendizagem, a importância das colaborações entre o espaço acadêmico e outros segmentos sociais e, a sala de aula como espaço de composições e encontros na diversidade. Conclui-se que apesar de avanços significativos, os estudos sobre dança, deficiência e educação acessível, seguem sendo necessários, apontando para a relevância de espaços-tempos de experiências e reflexão crítica nos cursos de formação de professores de dança.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Maria Rodriguez Costas, UNICAMP

Nome artístico Ana Terra. Professora-doutora do Instituto de Artes (IA)/Universidade Estadual de Campinas. Pós-doutorado (2016) no Programa de Pós-Graduação da ECA/USP, sob supervisão da Profa. Dra. Maria Lúcia de Souza Barros Pupo com a pesquisa Processos de criação e pedagogia da dança: configurações de um ideário relacional. Doutora em Educação (2010) e Mestre em Artes (1997) pela UNICAMP. Graduada em Ciências Sociais pela USP. Foi professora (1999-2014) e coordenadora (1998-2002) do Curso de Graduação em Dança na Universidade Anhembi Morumbi/SP. Foi a 1a Secretária da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (ABRACE) na gestão 2013-2014. Tem experiência nas áreas da Educação e de Artes, com ênfase em Dança, principalmente nos seguintes temas: abordagens somáticas; processos de criação; pedagogia da dança; ensino da dança, diversidade e inclusão. É membro do comitê editorial da Revista Conceição/Conception. Foi consultora em dança da SEE/SP para a elaboração dos currículos de artes de 1a a 5a séries do ensino fundamental. Como artista da dança, no momento, concentra-se na colaboração artística em processos de criação de grupos e companhias de dança contemporânea, em especial, daqueles inseridos na vertente da dança em contexto ou site specific.

Referências

BERSELLI, Marcia; ISAACSSON, Marta. (Des) habilidades em cena: revisão e contextualização da produção acadêmica a respeito da participação da pessoa com deficiência nas artes cênicas. Urdimento-Revista de Estudos em Artes Cênicas, v. 2, n. 27, p. 364-380, 2016.

BÖCK, Geisa Letícia Kempfer; GESSER, Marivete; NUERNBERG, Adriano Henrique. O desenho universal para aprendizagem como um princípio do cuidado. Revista Educação, Artes e Inclusão, v. 16, n. 2, p. 361-380, 2020.

BRASIL. Parecer CNE/CES n. 0195/2003. Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação em Música, Dança, Teatro e Design. Disponível em http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES_0195.pdf. Acesso em 18 jul. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Politica Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192. Acesso em 18 jul. 2020.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Direitos Humanos. Portaria nº 2.344, de 3 de novembro de 2010. Dou de 05/11/2010 (nº 212, seção 1, pág. 4). Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/21770156/pg-4-secao-1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-05-11-2010. Acesso em: 18 jul. 2020.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Resolução CNE/CP n. 02/2015, de 1º de julho de 2015a. Brasília, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, seção 1, n. 124, p. 8-12, 02 de julho de 2015. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=02/07/2015&jornal=1&pagina=8&totalArquivos=72. Acesso em: 18 jul. 2020

BRASIL. Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015b. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: . Acesso em: 18 jul. 2020.

BRASIL. Decreto n. 9.034, de 20 de abril de 2017a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9034.htm>. Acesso em: 18 jul. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, abril, 2017b. 383p. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 18 jul. 2020.

COOPER Albright, Ann. Choreographing Difference: The Body and Identity in Contemporary Dance. Hanover, NH: Weleyan University Press, 1997.

COSTAS, Ana Maria Rodriguez. Para além das normatizações, pulsar saberes. p. 127. In: Graduações em dança no Brasil: o que será que será? ROCHA, Thereza Organização: Instituto Festival de dança de Joinville. Joinville: Nova Letra, 2016. p. 127.

E-MEC. http://emec.mec.gov.br/emec/nova

FERREIRA, Windyz Brazão. 20 anos depois de Salamanca... onde estamos e para onde vamos? Poíesis Pedagógica, v. 13, n. 1, pp. 87-106, 2015.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra: 1989.

GERALDI, S. G. A prática da pesquisa e a pesquisa na prática. In: Carla Sabrina Cunha; Diego Pizarro; Marila Annibelli Vellozo. (Org.). Práticas Somáticas em Dança: Body-mind Centering em criação, pesquisa e performance. 1ed.Brasília: Editora IFB, 2019, v. 1., p. 139-147.

GOMES, Nilma Lino. Movimento negro, saberes e a tensão regulação-emancipação do corpo e da corporeidade negra. Revista Semestral do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar, v. 1, n. 2, p. 37, 2011.

KASTRUP, Virgínia. A atenção na experiência estética: cognição, arte e produção de subjetividade. Revista Trama Interdisciplinar, v. 3, n. 1. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie 2012.

KUPPERS, Petra. Educação Acessível: estéticas, corpos e deficiência. Tradução de Gabriela Camargo e Carla Vendramin. UFRGS: Revista Cena, n. 15, 2014.

MARTINS, Mirian Celeste. Conceitos e terminologias: aquecendo uma transformação-ação: atitudes e valores no ensino de arte. In: BARBOSA, A. M. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2002.

SACAVINO, Susana Beatriz. Educação, interculturalidade e direitos humanos. In. Didática e a prática de ensino na relação com a sociedade / organizadores José Albio Moreira de Sales... [et al.] – Fortaleza: CE: EdUECE, 2015. (recurso digital) (Coleção Práticas Educativas) Trabalhos apresentados no XVII ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, realizado em Fortaleza, CE, de 11 a 14 de novembro de 2014. 4.104 p. Formato PDF. ISBN: 978-85-7826-294-5. (Pp. 01884 – 01896).

SANT’ANNA, Denise B. de. Corpos de passagem: ensaios sobre a subjetividade contemporânea. 2.ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2001.

SANT’ANNA, Denise B. de. As infinitas descobertas do corpo. Cadernos Pagu, n. 14, p. 235-249, Campinas, 2000.

SÃO PAULO. Conselho Estadual de Educação. Deliberação CEE n.154/2017. Dispõe sobre alteração da Deliberação CEE n. 111/2012. Disponível em: http://www.anped.org.br/sites/default/files/images/651-06_delib-154-17-indic-160-17-.pdf. Acesso em 18 jul. 2020.

TEIXEIRA, Ana Carolina Bezerra. Em cena, deficiência: tecituras protéticas entre discursos e ausências. Pitágoras 500, v. 8, n. 2, p. 3-14, 2018.

VENDRAMIN, C. Diversas danças-diversos corpos: discursos e práticas da dança no singular e no plural. DO CORPO: ciências e artes, v. 1, n. 3, 2013.

WALSH, Catherine. Interculturalidad crítica y pedagogía de-colonial: apuestas (des) de el in-surgir, re-existir y re-vivir. UMSA Revista (entre palabras), v. 3, p. 30, 2009.

Downloads

Publicado

01-10-2020

Como Citar

COSTAS, Ana Maria Rodriguez. Dança, deficiência, educação acessível e formação de professores: experiências e teorizações em percurso. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 16, n. 4, p. 085–114, 2020. DOI: 10.5965/19843178164202085. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/18313. Acesso em: 28 mar. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)