Poética pajé

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1414573102512024e0108

Palavras-chave:

xamanismo, política cósmica, mitopoética, humanos e não humanos, seres virtuais

Resumo

A elaboração de uma Poética pajé visa colocar em interação proposições estético-políticas extra ocidentais e ocidentais. Quer, especificamente, retirar a filosofia prática xamânica do fundo do cenário da floresta e levá-la para a boca de cena de uma figuração plurinacional brasileira, gerando sentidos por meio de copresençasinterétnicas, interartísticas, intertextuais. Para tal, delineia noções-experimentais a partir da complexa concepção do plano onírico-relacional-virtual vivenciado pelo pajé, a fim de fazer uma re-visão de alguns autores e obras cênico-performáticas e literárias modernas; investigando ressonâncias dessa concepção nas letras, artes, vozes indígenas contemporâneas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

André Gardel, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Pós-doutorado em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestrado em Letras pela UFRJ.

Referências

ARTAUD, Antonin. Linguagem e vida. Org..: J. Guinsburg, Sílvia Fernandes Telesi e Antonio Mercado Neto. São Paulo: Perspectiva, 2008.

CASTRO, Eduardo Viveiros de. Metafísicas Canibais: elementos para uma antropologia pós- estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2015a.

CASTRO, Eduardo Viveiros de. O recado da mata. In: KOPENAWA, Davi& ALBERT, Bruce. A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. Trad.: Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 2015b.

CASTRO, Eduardo Viveiros de. A floresta de cristal: notas sobre a ontologia dos espíritos amazônicos. Cadernos de campo. São Paulo, n.14/15, p. 319-338, 2006.

CESARINO, Pedro de Niemeyer. Quando a terra deixou de falar: cantos da mitologia marubo. Org., Trad. e Apres.: Pedro de Niemeyer Cesarino. São Paulo: Editora 34, 2013a.

CESARINO, Pedro de Niemeyer. Cartografias do cosmos: conhecimento, iconografia e artes verbais entre os Marubo. Mana – Estudos de Antropologia Social, Rio de Janeiro, Volume 19, Número 3, p.437-471, 2013b, Versão online. Acesso em: 01 maio 2024. Link: https://www.scielo.br/j/mana/i/2013.v19n3/

CESARINO, Pedro de Niemayer. Posfácio: o corpo da tradução. In: FALEIROS, Álvaro. Traduções canibais: uma poética xamânica do traduzir. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2019.

COCCIA, Emanuele. Prefácio. In: ALBERT, Bruce & KOPENAWA, Davi. O espírito da floresta: A luta pelo nosso futuro. São Paulo: Companhia das letras, 2023.

CUNHA, Manuela Carneiro da. Xamanismo e tradução. In: Cultura com aspas e outros ensaios. SP: Ubu Editora, 2017.

DELEUZE, Gilles. A lógica do sentido. Trad.: Luiz Roberto Salinas Fortes. SP: Perspectiva, Ed. Universidade de São Paulo, 1974.

GOW, Peter. A geometria do corpo. In: NOVAES, Adauto (Org.). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Cia das Letras, 1999.

KAMBEBA, Márcia Wayna. Saberes da floresta. SP: Jandaíra, 2020.

KOPENAWA, Davi & ALBERT, Bruce. O espírito da floresta: A luta pelo nosso futuro. São Paulo: Companhia das letras, 2023.

KOPENAWA, Davi& ALBERT, Bruce. A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil: agência, alteridade, relação. Belo Horizonte: C/ Arte, 2009.

LIMULJA, Hanna. O desejo dos outros: Uma etnografia dos sonhos yanomami. Pref.: Renato Sztutman. São Paulo: Ubu Editora, 2022.

LISBOA, Paulo Victor Albertoni. Uma escuta guarani em São Paulo, capital. Cult – Revista Brasileira de Cultura, São Paulo, ano 24, setembro de 2021, edição 273, p.47-50.

MACIEL, Maria Esther. Animalidades: zooliteratura e os limites do humano. São Paulo: Editora Instante, 2023.

NASCIMENTO, Evando. O pensamento vegetal: a literatura e as plantas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.

OLIVEIRA, Joana Cabral. Sobre florestas cultas – por uma antropologia além do anthropos: diálogos ameríndios, feministas e vegetais. Cult – Revista Brasileira de Cultura, São Paulo, ano 24, setembro de 2021, edição 273, p.44-46.

RISÉRIO, Antônio. Palavras canibais. In: Textos e Tribos: poéticas extraocidentais nos trópico brasileiros. Rio de Janeiro: Imago, 1993.

ROSA, João Guimarães. Meu tio o Iauaretê. In: Estas Estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

SÁ, Lúcia. Literaturas da floresta: textos amazônicos e cultura latino-americana. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012.

SCARAMUZZI, Igor. Interdependência, cooperação e parceria nas florestas de castanhais. Cult – Revista Brasileira de Cultura, São Paulo, ano 24, setembro de 2021, edição 273, p.51-53.

SZTUTMAN, Renato. Sobre a ação xamânica. In: GALLOIS, Dominique (Org.). Rede de relações nas Guianas. São Paulo: Humanitas, 2005.

VILAÇA, Aparecida. Morte na floresta. São Paulo: TODAVIA, 2020.

VILAÇA, Aparecida & GASPAR, Francisco Vilaça. Ficções amazônicas. São Paulo: Todavia, 2022.

Publicado

2024-07-24

Como Citar

GARDEL, André. Poética pajé. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 2, n. 51, p. 1–24, 2024. DOI: 10.5965/1414573102512024e0108. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/25527. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático: O que fazer com a teoria teatral?