Anjo Negro, de Nelson Rodrigues: a caracterização do personagem Ismael

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1414573103452022e0203

Palavras-chave:

Anjo Negro, Questão racial, Teatro brasileiro

Resumo

Este artigo tem como objetivo refletir sobre a caracterização do personagem Ismael, na peça Anjo Negro, de Nelson Rodrigues. De modo mais específico, a análise busca demonstrar que Ismael, ao longo da peça, é construído – por suas palavras e ações, bem como pelas informações que os outros personagens apresentam sobre ele – como um “anjo negro”; imagem que evoca sentidos negativos, como a maldade, a crueldade e a morte. Tal representação é construída, principalmente, em contraste com a imagem de Elias, personagem que, na maioria dos atos, sobretudo para a personagem Virgínia, reflete a bondade, a pureza e a delicadeza, e cuja aparência física faz alusão à figura de um anjo comum do imaginário cristão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mayara Nunes da Silva, Faculdade de Ciências e Letras de Assis

 Mestranda no Programa de Pós-graduação em Letras da Faculdade de Ciências e Letras de Assis/UNESP. Licenciatura em Letras, habilitação Português e Inglês, concluída em 2018, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).

Referências

BRANDÃO, Roberto. Sobre “Anjo Negro”. Diário Carioca. Rio de Janeiro, 06064 ed., p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/093092_03/32099.

Acesso em: 20 fev. 2022.

CAMARGO, Hertz Wendel de; HAIDA, Nathalia Akemi Lara; KÜHL, Crystian Eduard. A pós-vida do Mito: consumo e encruzilhadas do Diabo Na série Lúcifer. Travessias, Cascavel, v. 14, n. 1, p. 105–120, 2020. DOI: 10.48075/rt.v14i1.24172. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/24172. Acesso em: 20 fev. 2022.

CANDIDO, Antonio. Literatura e Sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Trad. Vera da Costa e Silva et al. 16 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001.

FANON, Fantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Trad. Renato da Silveira. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia, 2008.

FERRAZ, Selma. Os marginais na bíblia: Lúcifer e Madalena. Revista Estação Literária. V. 12, p. 143-164, 2014. Disponível em: https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/estacaoliteraria/article/view/26213.

Acesso em: 20 fev. 2022.

HEDIONDO. In: MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2022. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/busca?id=dEE7#:~:text=2%20Que%20%C3%A9%20considerado%20desprez%C3%ADvel,Que%20%C3%A9%20f%C3%A9tido%20ou%20fedorento.

Acesso em: 20 fev. 2022.

LEAL, Maria Lucia. Anjo Negro: sexo e raça no teatro brasileiro. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 1, n. 16, p. 067-075, 2020.

DOI: 10.5965/1414573101162011067. Acesso em: 4 maio. 2022.

MAGALDI, Sábato. Teatro da Obsessão: Nelson Rodrigues. Global Editora: São Paulo, 2004.

MAGALHÃES, Antonio Carlos de Melo; BRANDÃO, Eli. O Diabo na arte e no imaginário ocidental. In: MAGALHÃES, Antonio Carlos de Melo et al. (org.). O demoníaco na literatura [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2012. p. 277-290. Disponível em: https://static.scielo.org/scielobooks/y742k/pdf/magalhaes-9788578791889.pdf. Acesso em: 20 fev. 2022.

MAGNO, Paschoal Carlos. O “Anjo Negro” virá? Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 16350 ed., p. 23, 1948a. Disponível em:

: http://memoria.bn.br/DocReader/089842_05/40278. Acesso em: 20 fev. 2022.

MAGNO, Paschoal Carlos. “Anjo Negro”, a Cendura e os escritores do Brasil. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 16351 ed., p. 13, 1948b. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/089842_05/40278. Acesso em: 20 fev. 2022.

MAGNO, Paschoal Carlos. A peça mais discutida do Brasil – Anjo Negro – Estreia hoje, no Fênix. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 16882 ed., p. 11, 1948c. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/089842_05/40816. Acesso em: 20 fev. 2022.

MAGNO, Paschoal Carlos. “Anjo Negro”, no Fênix. Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 16885 ed., p. 15, 1948d. Disponível em:

http://memoria.bn.br/DocReader/089842_05/40880. Acesso em: 20 fev. 2022.

MEDEIROS, Elen de. A concepção do trágico na obra dramática de Nelson Rodrigues. 2010. Tese (Doutorado em Letras) - Instituto de Estudos da Linguagem – Unicamp, Campinas, 2010. Disponível em:

http://www.santoandre.sp.gov.br/pesquisa/ebooks/343671.PDF. Acesso em: 20 fev. 2022.

MILTON, J. O paraíso perdido. Trad. António José de Lima Leitão. São Paulo: Poeteiro Editor Digital, 2014.

NASCIMENTO, Robéria Nádia Araújo; PIRES, Valtyennya Campos. Paródias do “Senhor das Trevas”: Reinvenções simbólicas e arquetípicas da série Lúcifer. Revista Tropos: Comunicação, Sociedade e Cultura, v.9, nº1, 2020. Disponível em: https//revistas.ufac.br/index.php/tropos/article/view/2785. Acesso em: 20 fev. 2022.

NETO, Antônio Accioly. Finalmente o “Anjo Negro”. O Cruzeiro. Rio de Janeiro, 0008 ed., p. 49, 1947. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/003581/52254. Acesso em: 20 fev. 2022.

NETO, Antônio Accioly. Anjo Negro – Verso e reverso. O Cruzeiro. Rio de Janeiro, 0027 ed., p. 25, 1948. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/003581/58564. Acesso em: 20 fev. 2022.

PALLOTTINI, Renata. Dramaturgia: A construção do personagem. São Paulo: Ática, 1989.

PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.

RODRIGUES, Nelson. Teatro completo: peças míticas. vol. 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981

SOUZA, Laura de Mello e. O diabo e a Terra de Santa Cruz: feitiçaria e religiosidade popular no Brasil Colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.

Downloads

Publicado

2022-12-12

Como Citar

SILVA, Mayara Nunes da. Anjo Negro, de Nelson Rodrigues: a caracterização do personagem Ismael. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 3, n. 45, p. 1–29, 2022. DOI: 10.5965/1414573103452022e0203. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/22411. Acesso em: 23 nov. 2024.