
O que (não) é autoficção?: corpos que escrevem na pesquisa em educação, linguagem e teatralidades
Jean Carlos Gonçalves
Florianópolis, v.4, n.53, p.1-15, dez. 2024
O que (não) é autoficção?1: corpos que escrevem na pesquisa em educação, linguagem e
teatralidades2
Jean Carlos Gonçalves3
Resumo
O artigo apresenta algumas tentativas de negação ou interrogação, que possam mobilizar a
questão:
o que (não) é autoficção
? Considerando que nos campos de pesquisa em educação,
linguagem e teatralidades os exercícios de escrita são sempre atravessados e vinculados aos
corpos de seus autores, o artigo defende a ideia de que a autoficção no universo acadêmico
se quer e deve ser móvel, deslizante, errônea, inclassificável e imprevisível, assim como os
corpos que a escrevem. Sem o intuito de se constituir enquanto panorama dos estudos nas
áreas correlacionadas, o trabalho é de caráter ensaístico-bibliográfico e encontra em Bakhtin
e o Círculo sua principal ancoragem teórica.
Palavras-chave
: Autoficção. Corpo. Escrita. Bakhtin e o Círculo.
What is (not) autofiction?: bodies that write in research on education, language and theatricalities
Abstract
The article presents some attempts at denial or interrogation, which may raise the question:
what (isn't) autofiction? Considering that in the fields of research in education, language and
theatricality, writing exercises are always crossed and linked to the bodies of their authors,
the article defends the idea that autofiction in the academic universe wants and should be
mobile, sliding, erroneous, unclassifiable and unpredictable, just like the bodies that write it.
Without the intention of constituting itself as a panorama of studies in related areas, the
work is of an essayistic-bibliographical nature and finds its main theoretical anchor in Bakhtin
and the Circle.
Keywords:
Autofiction. Body. Writing. Bakhtin and the Circle.
¿Qué es (no) autoficción?: cuerpos que escriben en investigaciones sobre educación, lenguaje y
teatralidades
Resumen
El artículo presenta algunos intentos de negación o interrogatorio, que pueden plantear la
pregunta: ¿qué (no es) autoficción? Considerando que en los campos de investigación en
educación, lenguaje y teatralidad, los ejercicios de escritura están siempre cruzados y
vinculados a los cuerpos de sus autores, el artículo defiende la idea de que la autoficción en
el universo académico quiere y debe ser móvil, deslizante, errónea, inclasificable. e
impredecible, como los cuerpos que lo escriben. Sin ánimo de constituirse como un
panorama de estudios en áreas afines, la obra es de carácter ensayístico-bibliográfico y
encuentra su principal anclaje teórico en Bajtín y el Círculo.
Palabras clave
: Autoficción. Cuerpo. Escribiendo. Bajtin y el círculo.
1 Revisão ortográfica e gramatical do artigo realizada por Fagner Gomes do Nascimento. Doutorando em Letras
(FURG). Graduado em Letras – Inglês e Português pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
fagnernascimento01@yahoo.com.br
2 Trabalho realizado com o apoio do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
3 Pós-doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP/CNPq). Doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em
Educação pela Universidade Regional de Blumenau (FURB/CAPES). Licenciatura e Bacharelado em Teatro
pela FURB. Professor do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da Universidade Federal do Paraná
(UFPR). Atua no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFPR) e no Programa de Pós-Graduação
em Letras (PPGLetras/UFPR). Pesquisador com bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq.
jeancarllosgoncalves@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/8274122800491884 https://orcid.org/0000-0003-2826-3366