Danças tradicionais do nordeste no chão da escola: relatos de uma experiência
Alexsander Barbozza da Silva
Florianópolis, v.2, n.47, p.1-26, jul. 2023
Nos primeiros momentos da eletiva, abordamos os contextos e fruição das
Danças Tradicionais do Nordeste, este último por meio de vídeos da plataforma
youtube
, com apresentação em realidade aumentada por meio de
data show
,
computador e som. Entre o interstício apresentado acima, conseguimos elaborar
mediações com as seguintes danças: (1) Xaxado; (2) Ciranda; (3) Coco de Roda; (4)
Dança das Fitas; (5) Forró; (6) Dança dos Arcos e (7) Bumba meu boi.
Majoritariamente, fui influenciado pelas proposições de Ana Mae Barbosa, ao
sistematizar, na década de 1980, a Abordagem Triangular do Ensino das Artes e
Culturas Visuais, que genericamente constitui-se da tríade, não necessariamente
por essa ordem: fazer, ler e contextualizar.
A respeito da contextualização da Abordagem Triangular no Ensino da Dança,
Marques (2012b, p. 18) nos pontua que:
Desde que Ana Mae Barbosa, conhecida arte-educadora brasileira, formulou sua
“Abordagem Triangular para o ensino da Arte” (vide Barbosa 1991, 1992, 2010), o
ensino de repertórios de dança em algumas escolas passou a considerar
também a história dessas danças como conteúdos a serem trabalhados. Com a
inclusão da História da Dança no aprendizado de repertórios, almeja-se uma
contextualização mais ampla daquilo que está sendo dançado, pretende-se a
criação de relações entre tempos e espaços codas danças e dos dançantes. Isso,
sem dúvida, é bastante interessante e amplia consideravelmente os processos
de ensino e aprendizagem dos repertórios.
Outro ponto para refletirmos é que esses princípios da triangulação,
elaborados por Barbosa (2010), formam um dos tripés que organizam o
Caleidoscópio do Ensino da Dança
, proposta metodológica para os processos de
ensino-aprendizagem dessa linguagem artística e que foi sistematizado, por
Marques (2010), em três tripés: Arte/Dança (fazer, ler e contextualizar) - Ensino
(conhecimento de si, do meio e do/da/de outro/outra/outre) - Sociedade (vivida,
percebida e imaginada), como pontuamos na introdução deste escrito.
Nesse processo de contextualização, expusemos para os/as/es estudantes,
por meio de conversas e pesquisas, as origens das danças citadas anteriormente,
identificando
quem, onde, quais
as motivações dessa dança e se eles/elas/ilus já
tinham contato com essas danças (se já tinham ouvido falar ou visto em algum
lugar). Posteriormente, iniciamos o processo de corporificar os repertórios dessas