1
Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Para citar este artigo:
BRUM, Daiani Cezimbra Severo Rossini. Somos todas
Palhaços?.
Urdimento
Revista de Estudos em Artes
Cênicas, Florianópolis, v. 1, n. 46, abr. 2023.
DOI: http:/dx.doi.org/10.5965/1414573101462023e0107
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Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Florianópolis, v.1, n.46, p.1-22, abr. 2023
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Somos todas Palhaços?
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Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
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Resumo
No contexto da atuação palhacesca, que historicamente caminha lado a lado
aos costumes e às ações de cada sociedade, propomos, no presente artigo,
a seguinte questão: somos todas palhaços? No intuito de investigá-la, aliamo-
nos às análises da autora Marilena Chauí (2021) sobre a sociedade brasileira,
bem como às nossas experiências, seja com redes de mulheres palhaças,
seja com pesquisas, atuações artísticas e processos formativos no contexto
da atuação palhacesca. Diante da impossibilidade de identificação com uma
resposta afirmativa para a questão apontada acima, analisamos o registro de
pesquisas bibliográficas especificamente relacionadas, no campo científico, à
atuação de mulheres como palhaças, demonstrando que as mesmas são
responsáveis pela edificação de importante, expressivo e crescente
conhecimento contemporâneo na área.
Palavras-chave
: Palhaças. Pesquisa. Atuação palhacesca.
1
Revisão ortográfica, gramatical e contextual do artigo realizada por Isabel Scremin da Silva, mestra em
Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP, 2023) e bacharela em Letras Português pela
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, 2019).
2
Este artigo é uma ponte entre minha pesquisa de Doutorado em Teatro, finalizada em 2021 e realizada na
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), sob orientação da Profa. Dra. Maria Brígida de Miranda e
sob financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), e
minha pesquisa de Pós-Doutoramento, iniciada em janeiro de 2023 na Universidade Federal de Uberlândia
(UFU), sob supervisão da Profa. Dra. Ana Elvira Wuo e financiamento do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), com Bolsa de Pós-Doutorado nior (PDJ). Este artigo,
portanto, é resultado parcial de minha pesquisa de Pós-Doutoramento e nele se aprofundam os resultados
esboçados no artigo “A palhaçaria de mulheres no Brasil contemporâneo: breve registro de ações artísticas,
formativas e de pesquisa” (Brum, 2022).
3
Pós-doutoranda pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU); doutora em Teatro pela Universidade do
Estado de Santa Catarina (UDESC, 2021); mestra em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN, 2017) e graduada em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, 2012).
daianisevero@gmail.com.
http://lattes.cnpq.br/6728284014151656 https://orcid.org/0000-0002-8914-6123.
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Are we all clown?
Abstract
In the context of clowning acting, which historically is related to the customs
and actions of each society, we propose, in this article, the following question:
are we all clowns? In order to investigate this issue, we combine the analysis
of Marilena Chauí (2021) about Brazilian society to our experiences with
networks of women clowns, with researches, artistic performances and
formative processes related to the context of clowning acting. Faced with the
impossibility of identifying an affirmative answer to the question raised at the
beginning of this paper, we observe that the bibliographical research recorded
here is carried out by a specific scientific field of women as clowns. Besides,
we demonstrate that these women are responsible for building an important,
expressive and growing area of contemporary knowledge about clowning.
Keywords
: Clowns. Research. Clown performance.
¿Somos todos payasos?
Resumen
En el contexto de la actuación clown, que históricamente va de la mano con
las costumbres y acciones de cada sociedad, proponemos en este artículo la
siguiente pregunta: ¿somos todos payasos? Para investigarlo, combinamos
los análisis de la autora Marilena Chauí (2021) sobre la sociedad brasileña, así
como nuestras experiencias, ya sea con redes de mujeres payasos, ya sea
con investigaciones, actuaciones artísticas y procesos de formación en el
contexto de la actuación. payaso. Ante la imposibilidad de identificarse con
una respuesta afirmativa a la pregunta antes mencionada, analizamos el
registro de investigaciones bibliográficas específicamente relacionadas, en el
ámbito científico, con la actuación de las mujeres como payasas,
demostrando que ellas son las encargadas de construir importantes,
expresivas y creciente conocimiento contemporáneo en el área.
Palabras clave
: Payasas. Investigación. Performance de payasas.
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Introdução
Quando mulheres, homossexuais e lésbicas, de todas as bordas clamam
pelo reconhecimento da diferença sexual sem o estigma de -la
convertida em papel social discriminador, lutam por algo que sempre lhes
foi negado: o direito de fruir o próprio corpo sem transformá-lo em
instrumento para um suposto rendimento produtivo ou máquina de
engrenagem social (Chauí, 2021, p. 101).
O trecho acima foi escrito em 1983 pela filósofa brasileira Marilena Chauí. Não
obstante essas considerações terem sido destacadas pela autora quarenta
anos, elas permanecem pungentes na sociedade brasileira atual. Quanto à vida
das mulheres, no país, que se destacar o cenário implacável que enfrentam
com relação à violência doméstica
4
, a elevados índices de feminicídios
5
, estupros
6
,
à desigualdade salarial (IBGE, 2021), dentre outras formas violentas de coerção, no
decurso do século XXI, em decorrência de questões de gênero (IBGE, 2021).
Quanto à população homoafetiva, é possível afirmar que o Brasil fornece, no
contexto contemporâneo, a moradia com maior periculosidade na América Latina
(Bond, 2018), sendo um dos países mais letais no mundo para esses grupos, uma
vez que o índice de assassinatos motivados por homofobia/lesbofobia/transfobia,
além de numeroso, é crescente no Brasil (Lammerhirt, 2018), assim como são
crescentes as agressões e os crimes motivados pelo ódio às nossas existências
(Brum, 2021).
Conforme nos lembra Chauí, em texto escrito entre 2013 e 2015:
[...] deixamos na sombra o fato de que vivemos em uma sociedade
oligárquica, verticalizada, hierarquizada, autoritária e por isso mesmo
4
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA.
Visível e invisível
: a vitimização de mulheres no Brasil. 2017.
Disponível em: <http://www.forumseguranca.org.br/atividades/visivel-e-invisivel-a-vitimizacao-de-
mulheres-no-brasil/>. Acesso em: 31 jul. 2018.
5
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Estatísticas de Gênero
: Indicadores sociais das
mulheres no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2021. Disponível em: <
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/genero/20163-estatisticas-de-genero-indicadores-
sociais-das-mulheres-no-brasil.html>. Acesso em: 20 mar. 2023.
6
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA.
11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública
. 2017. Disponível em: <http://www.forumseguranca.org.br/wp-
content/uploads/2017/12/ANUARIO_11_2017.pdf>. Acesso em: 31 jul. 2018.
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violenta, que bloqueia a concretização [...] de uma subjetividade e de uma
intersubjetividade verdadeiramente éticas e da cidadania
verdadeiramente democrática (Chauí, 2021, p. 48).
Para a autora, a violência está de tal modo atrelada à existência da população
brasileira que as desigualdades passam por um processo de naturalização e de
invisibilização, sejam elas relacionadas ao gênero, à raça, à etnia, à classe ou a
outros marcadores sociais. Amparada pelo racismo estrutural, a desigualdade, no
Brasil, escandaliza e revolta a sociedade em proporções infinitamente menores do
que clamam as realidades da fome, da morte e do medo, cada vez mais
individualizadas e menos vistas como calamidades coletivas. Vivemos em um
período de medo. Medo da bandidagem armada, medo da polícia armada, medo
do/a “cidadão/ã de bem” armado/a até os dentes, correndo pelas ruas com suas
pistolas em riste.
Como uma mulher não binária, lésbica, pertencente à classe trabalhadora e
de origem periférica, não posso me furtar à reflexão sobre como as experiências
concretizadas naquilo que Marilena Chauí nomeou de “bordas” delinearam minha
trajetória não como palhaça e pesquisadora em Artes Cênicas, mas também
como pessoa muitas vezes subordinada, no dia a dia, a marcadores sociais de
classe, gênero e sexualidade. Olhares e ações hostis, por vezes furtivos, outras
vezes evidentes, explicitam o ressentimento imediato contra minha existência,
considerada, com frequência, divergente de uma norma socialmente instituída.
Minha família, composta por um casal de mulheres e por duas crianças, parece
ofender considerável parcela da população, colocando-nos constantemente em
estado de alerta. Das “bordas”, faço parte do retrato de um país dividido e
polarizado, cujos resultados (ainda não mensurados pela História) são
devastadores para a democracia no Brasil e para nosso próprio direito de coexistir
na divergência.
O chavão “somos todos humanos” se tornou comum entre diversos grupos e
movimentos de extrema direita no Brasil contemporâneo, sendo usado
especialmente como contradiscurso a práticas feministas e antirracistas. Com a
falaciosa justificativa de “sermos todos humanos”, argumenta-se que não
precisamos nos aprofundar em discussões sobre grupos específicos. Além de
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configurar-se como uma afirmação retrógrada e prejudicial para a sociedade,
tornando-se um entrave no tocante a transformações necessárias em direção a
reparações históricas e à diminuição das desigualdades no país, essa falácia
esvazia significados frente ao medo de cada mulher, especialmente de cada
mulher negra
7
e de cada pessoa LGBTTQIA+
8
, em converter-se como parte das
estatísticas atrozes que assolam o Brasil.
Diante disso, no contexto da atuação palhacesca, que historicamente
caminha lado a lado aos costumes e às ações de cada sociedade (Castro, 2005),
propomos, no presente artigo, a seguinte questão: somos todas palhaços? No
intuito de investigar essa questão, aliamo-nos às análises da autora Marilena Chauí
(2021) sobre a sociedade brasileira, bem como à nossa experiência, seja com redes
de mulheres palhaças, seja com pesquisas, atuações artísticas e processos
formativos no contexto da atuação palhacesca. Realizamos, também, uma
pesquisa em repositórios brasileiros de teses e dissertações concluídas no país.
Diante da impossibilidade de identificação com uma resposta afirmativa para a
questão apontada acima, elaboramos um registro de pesquisas bibliográficas
relacionadas especificamente, no campo científico, à atuação de mulheres como
palhaças, demonstrando que as mesmas são responsáveis pela edificação de
importante, expressivo e crescente conhecimento contemporâneo na área.
Somos palhaças, palhaces, palhaços!
Particularmente, identifico-me com a denominação “palhaça”, no que tange
à busca que desenvolvo, ao longo de quase quinze anos, pela construção de uma
figura cômica. Por vezes, pesquiso minha existência como “palhace”, borrando
fronteiras entre os gêneros feminino e masculino. Esta opção nem sempre é
premeditada, de modo a expressar uma questão pessoal por meio do canal da
existência palhaça. Como “palhaço” nunca pude me identificar, em decorrência de
7
O
Dossiê Violência Contra as Mulheres
, de 2015, revela que, entre os anos de 2003 e de 2013, cresceu em
54% o número de feminicídios de mulheres negras (Instituto Patrícia Galvão, 2015).
8
Sayonara Moreno. Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo.
Brasil de Fato
, 30 jan. 2018.
Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2018/01/30/brasil-e-o-pais-que-mais-mata-pessoas-
trans-no-mundo>. Acesso em: 14 out. 2022.
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divergências que tive, as quais, desde o início de meus estudos e práticas, aliaram
minha busca por uma comicidade a estudos de gênero, tornando-os uma
metodologia de permanência na palhaçaria. Assim como muitas autoras/es,
palhaças/es e pesquisadoras/es, a identificação com a palavra “palhaço” pode ser
associada a questões doloridas para corporeidades advindas das “bordas”,
conforme denominou Marilena Chauí aquelas existências que estão à margem do
poder. Como diversas áreas da sociedade, “a arte do palhaço” teve como base
uma cultura masculinista e branca, de referências massivamente europeias, que
acumulou, muitas vezes, conteúdos irrecuperáveis para a busca por uma
sociedade menos desigual.
Uma considerável parcela da história do circo no país registra cenas e
números clássicos que constantemente objetificam e menosprezam mulheres e
pessoas LGBTTQIA+ (Borges; Cordeiro, 2022). O mesmo ocorre nos registros da
atividade do
clown
circense europeu, a exemplo da “clássica” dramaturgia da cena
“A sonâmbula” (Rémy, 2016), em que incitação ao estupro de uma mulher que
dorme, além de sua clara objetificação, quando um dos palhaços afirma que a
devolverá no dia seguinte, conforme acontece, na cena, com relógio, carteira e
demais objetos pessoais dos palhaços. que se observar que a referida
publicação ocorreu, no Brasil, em 2016, sem que uma linha (seja por parte da
tradução brasileira ou da edição original francesa) tenha sido escrita em razão do
prejuízo sofrido pelas mulheres a partir da disponibilização de tal conteúdo.
As autoras e palhaças Karla Cordeiro e Ana Borges refletem sobre a realidade
vivenciada pelas palhaças no Brasil:
Até os anos 90 era rara a presença de mulheres no universo da
palhaçaria. No ambiente circense sua atuação era limitada a números de
acrobacia tais como o trapézio, equilíbrio em cavalos ou o
contorcionismo, que reforçavam os traços de beleza, feminilidade, graça,
leveza e perfeição conferidas à mulher. A incidência de mulheres em
papéis cômicos circenses, quando observada, tem natureza secundária
quando parte do enredo ou estas estão travestidas de homens com o
gênero do palhaço mantido em sigilo para o público (Cordeiro; Borges,
2017, p. 1).
No Brasil, a palhaçaria feita por mulheres destaca-se a partir da criação de
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um dos primeiros e mais conhecidos grupos brasileiros de mulheres palhaças, As
Marias da Graça (RJ), que, desde 1991, tem ganhado notória força, difusão e
protagonismo no Brasil (Brum, 2021), tornando-se vasto campo de pesquisa em
Artes Cênicas. O presente artigo, nesse sentido, registra a existência expressiva
tanto de produções bibliográficas sobre a atuação palhacesca de mulheres, quanto
de pesquisas acerca do assunto, nas quais se observa um entrelaçamento entre
gênero e comicidade. Serão listados os
links
e os endereços onde esses trabalhos
podem ser encontrados.
Desse modo, ao propor a visibilização e ao sublinhar a fecundidade desses
trabalhos, pretendo sublinhar a diferença estrutural das vivências de mulheres e
de pessoas LGBTTQIA+ no Brasil. Logo, destaco a impossibilidade de agrupamento
de nossas existências junto ao termo “palhaço”, uma vez que palhaças e palhaces
são responsáveis pela estruturação de uma emergente área de pesquisa em Artes
Cênicas, área que, por suas especificidades, deve ser encarada como fenômeno
autônomo da arte palhacesca, largamente distante daquilo que fora secularmente
denominado como “a arte do palhaço”.
Palhaças: pesquisas bibliográficas e a criação de um
contemporâneo campo de estudo e ação
Na maioria dos casos observados nesta pesquisa, as investigações teóricas
acerca da atuação palhacesca de mulheres aparecem não movidas por suas
práticas, como também protagonizadas por suas experiências de vida e por
criações de dramaturgias cênicas próprias. Observo que muitas mulheres
palhaças, quando vinculadas a universidades e quando responsáveis por produção
bibliográfica, diante da escassez de material de pesquisa sobre o tema das
mulheres palhaças e diante da impossibilidade de identificação com vários dos
materiais bibliográficos remetidos aos palhaços, destacam-se por produzirem
conteúdo a partir de suas próprias reflexões, em diálogo com outras companheiras
de profissão e de prática cênica. Como organizadora do primeiro livro acadêmico
sobre mulheres palhaças no Brasil e, talvez, um dos primeiros no mundo –,
entendo que temos nos dedicado, enquanto palhaças e pesquisadoras, à
construção de um campo específico e emergente de pesquisa em Artes Cênicas,
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o das Mulheres Palhaças. Para exemplificar essa afirmativa, trago, a seguir, dados
de um mapeamento que reúne informações sobre o campo de estudos das
mulheres palhaças em âmbito acadêmico.
Via
internet
, pesquisei, nas plataformas Google e Sucupira, as palavras-chave:
mulheres palhaças; palhaçaria feminina; palhaçaria; palhaçaria e feminismo, além
de seus termos equivalentes em inglês, francês e espanhol. Do mesmo modo,
visitei as bibliotecas digitais de teses e dissertações dos cursos de pós-graduação
com Mestrado e Doutorado em Teatro, Artes e Artes Cênicas, além da Biblioteca
Nacional de Teses e Dissertações
9
e o Banco de Teses e Dissertações da CAPES
10
.
No âmbito de Mestrado nas áreas de Artes, Artes Cênicas, Artes da Cena e
Teatro, entre outras áreas, encontrei os dados dispostos a seguir:
Tabela 1 – Dissertações referentes à atuação protagonizada por mulheres
Ano
Título da dissertação
Autora
Programa
2022
Palhaçaria diversa: a
presença de dissidentes
(LGBTQIAP+) na
Palhaçaria brasileira
11
João Tomaz dos
Santos Neto
Programa de Pós-
Graduação
Interdisciplinar em
Ciências Humanas
2021
E eu não sou palhaça?!
dramavivências de palhaças
das regiões Norte e Nordeste
do Brasil
12
Andressa Passos
do Nascimento
Programa de Pós-
Graduação em
Artes Cênicas
2021
Narrativa itinerante de uma
professora palhaça13
Bianka Barbosa
Penha
Programa de Pós-
Graduação em
Educação
2019
Tem palhaça na rua-rio? Tem
sinsinhô! Vivências de
palhaçaria e educação
popular no Porto do Sal14
Alana Clemente
Lima
Programa de Pós-
Graduação em
Artes
9
Disponível em: <https://bdtd.ibict.br/vufind/>. Acesso em: 18 mai. 2021.
10
Disponível em: <https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/>. Acesso em: 18 mai. 2021.
11
Disponível em: <https://rd.uffs.edu.br/bitstream/prefix/6110/1/SANTOS%20NETO.pdf>. Acesso em: 10 jan.
2023.
12
Disponível em: <https://tedebc.ufma.br/jspui/bitstream/tede/3985/2/AndressaPassos-.pdf>. Acesso em: 01
out. 2023.
13
Link não disponibilizado até o momento dessa submissão de artigo.
14
Disponível em:
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2018
Nedda, Colombina,
Matusquela e Zerpina:
ensaios sobre palhaçaria e
ópera
15
Manuela Castelo
Branco Cardoso
Programa de Pós-
Graduação em
Artes Cênicas
2017
Cristiane Paoli Quito,
formadora de palhaços
16
Danielle Burghi
Programa de Pós-
Graduação em
Artes
2017
Olha a palhaça no meio da
praça: Lily Curcio, Lilian
Moraes, questões de gênero,
comicidade e muito mais!17
Maria Silvia do
Nascimento
Programa de Pós-
Graduação em
Artes
2017
A atuação de palhaças e
palhaços: o hospital como
palco de encontros18
Daiani Cezimbra
Severo Rossini
Brum
Programa de Pós-
Graduação em
Artes Cênicas
2017
De palhaça e velhos: vozes
dramáticas no contexto
asilar
19
Cassandra
Batista Peixoto
Ormachea
Programa de Pós-
Graduação em
Artes da Cena
2016
Embutidos gastronômicos de
Estrelita e Uisquisito:
memorial e poética cênica de
uma palhaçaria agridoce
20
Priscila Romana
Moraes de Melo
Programa de Pós-
Graduação em
Artes
2016
Presente da palhaçaria:
análise de unipersonais
brasileiros21
Jennifer
Jacomini de
Jesus
Programa de Pós-
Graduação em
Teatro
2015
Aspectos do processo de
abertura à participação
feminina na palhaçaria
brasileira: especificidades da
produção carioca nas
décadas 1980 e 1990
22
Amanda Dias
Leite Ferreira da
Silva
Programa de Pós-
Graduação em
Artes
2014
Mulheres palhaças:
percursos históricos da
palhaçaria feminina no
Brasil23
Sarah Monteath
dos Santos
Programa de Pós-
Graduação em
Artes
<https://www.ppgartes.propesp.ufpa.br/DISSERTA%C3%87%C3%83O%20ALANA%20DEFESA.pdf>.
Acesso em: 10 jan. 2023.
15
Disponível em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/35818>. Acesso em: 18 mai. 2021.
16
Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/152532> Acesso em: 18 mai. 2021.
17
Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/151957>. Acesso em: 18 mai. 2021.
18
Disponível em:
<https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/23196/1/AtuacaoPalhacasPalhacos_Brum_2017.pdf>.
Acesso em: 18 mai. 2021.
19
Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/322328>. Acesso em: 18 mai. 2021.
20
Disponível em: <http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8665>. Acesso em: 18 mai. 2021.
21
Disponível em: <https://pergamumweb.udesc.br/biblioteca/index.php>. Acesso em: 18 mai. 2021.
22
Disponível em: <https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/EBAC-ABFMX2>. Acesso em: 18 mai. 2021.
23
Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/108810>. Acesso em: 18 mai. 2021.
Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Florianópolis, v.1, n.46, p.1-22, abr. 2023
11
2014
A Palhaça Bailarina: uma
investigação para a
comicidade física
24
Ana Cristina Vaz
Programa de Pós-
Graduação em
Artes
2014
Palhaçaria feminina na
Amazônia brasileira: uma
cartografia de subversões
poéticas e cômicas25
Andréa Bentes
Flores
Programa de Pós-
Graduação em
Artes
2014
A Palhaça Bailarina: uma
investigação para a
comicidade física
26
Ana Cristina Vaz
Programa de Pós-
Graduação em
Artes
2014
Palhaçaria feminina na
Amazônia brasileira: uma
cartografia de subversões
poéticas e cômicas27
Andréa Bentes
Flores
Programa de Pós-
Graduação em
Artes
2014
Comicidade feminina: as
possibilidades de construção
do cômico no trabalho de
mulheres palhaças
28
Elaine Cristina
Maia Nascimento
Programa de Pós-
Graduação em
Artes Cênicas
2013
A rua é o picadeiro e o céu é
a lona: a criação de uma
palhaça brincante29
Raquel Franco
Almeida
Programa de Pós-
Graduação em
Artes Cênicas
2012
Da graça ao riso:
contribuições de uma
palhaça sobre a palhaçaria30
Mariana Rabelo
Junqueira
Programa de Pós-
Graduação em
Artes Cênicas
2012
Levando a sério a palhaçada:
um estudo da natureza
ambivalente do riso
31
Fernanda Moreto
Fernandes
Programa de Pós-
Graduação em
Antropologia Social
da
2011
Caminhos para uma palhaça:
investigação a partir de obra
de Avner, “The Eccentric32
Ana Carolina
Carvalho Torres
Barbosa
Programa de Pós-
Graduação em
Artes Cênicas
24
Disponível em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/17164>. Acesso em: 18 mai. 2021.
25
Disponível em: <http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/7575>. Acesso em: 18 mai. 2021.
26
Disponível em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/17164>. Acesso em: 18 mai. 2021.
27
Disponível em: <http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/7575>. Acesso em: 18 mai. 2021.
28
Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16493>. Acesso em: 18 mai. 2021.
29
Disponível em: <https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24601?mode=full>. Acesso em: 18 mai.
2021.
30
Disponível em: <http://www.repositorio-bc.unirio.br:8080/xmlui/handle/unirio/11314>. Acesso em: 18 mai.
2021.
31
Disponível em: <https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-93DLT4/1/palha_ada_pdf.pdf>. Acesso
em: 10 jan. 2023.
32
Disponível em: <https://www.circonteudo.com/trabalho-academico/caminhos-para-uma-palhaca-
investigacao-a-partir-da-obra-de-avner-the-eccentric-pdf/>. Acesso em: 18 mai. 2021.
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Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Florianópolis, v.1, n.46, p.1-22, abr. 2023
12
2006
Clown, absurdo e encenação:
processos de montagem dos
espetáculos “Godo”,
“Trattoria” e “Joguete”33
Joice Aglae
Brondani
Programa de Pós-
Graduação em
Artes Cênicas
Já no âmbito de Doutorado, nas áreas de Artes, Artes Cênicas, Artes da Cena
e Teatro, encontrei as seguintes produções referentes à palhaçaria protagonizada
por mulheres, desde 2012 até 2021, tanto no Brasil quanto no exterior:
Tabela 2 – Teses de Doutorado referentes à palhaçaria protagonizada por mulheres
Ano
Título da tese
Autora
Universidade
Programa
2021
Reflexões feministas
sobre a palhaçaria com
ênfase no contexto
hospitalar
34
Daiani Cezimbra
Severo Rossini
Brum
Universidade do
Estado de Santa
Catarina (UDESC)
Programa de Pós-
Graduação em
Teatro
2020
O sorriso da palhaça:
pedagogias do riso e do
risível
35
Ana Carolina
Fuchs
Universidade
Federal do Rio
Grande do Sul
(UFRGS)
Programa de Pós-
Graduação em
Educação
2020
Palhaçaria humanitária:
uma perspectiva
decolonial sobre a
experiência da ONG
Palhaços Sem Fronteiras
36
Jennifer
Jacomini de
Jesus
Universidade do
Estado de Santa
Catarina (UDESC)
Programa de Pós-
Graduação em
Teatro
2021
Como soltar a franga sem
deixar a peteca cair:
experimentos da dra.
Catavento e o processo de
seleção de palhaços nos
Especialistas da Alegria
37
Patricia Bueno
Pluschkat
Universidade
Federal do Paraná
(UFPR)
Programa de Pós-
Graduação em
Educação
2020
EU - TERNURINHA: O
processo criativo e
curativo da atriz-
personagem a
Stefanie Liz
Polidoro
Universidade do
Estado de Santa
Catarina (UDESC)
Programa de Pós-
Graduação em
Teatro
33
Disponível em:
<https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27113/1/disserta%C3%A7%C3%A3o%20em%20PDF.pdf>. Acesso
em: 10 jan. 2023.
34
Disponível em: <http://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/00008f/00008fb3.pdf>. Acesso em: 10
jan. 2023.
35
Disponível em:
<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/218425/001123090.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.
Acesso em: 18 mai. 2021.
36
Disponível em: <http://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000082/000082cc.pdf>. Acesso em: 22
dez. 2022.
37
Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/69337>. Acesso em: 18 mai. 2021.
Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Florianópolis, v.1, n.46, p.1-22, abr. 2023
13
partir de seus excessos e
vivências nas ruas, e o
ativismo político e
feminista que
compõe suas
teatropalestras
38
2020
A alegria de ser quem é:
uma formação palhaça de
professores para a
diversidade39
Laili Von Czékus
Flórez
Universidade
Federal da Bahia
(UFBA)
Programa de Pós-
Graduação em
Educação
2021
Dos guetos que habito:
negritudes em
procedimentos poéticos
cênicos
40
Adriana Patrícia
dos Santos
Universidade do
Estado de Santa
Catarina (UDESC)
Programa de Pós-
Graduação em
Teatro
2016
Repertório de clown na
educação: elementos de
uma pedagogia da palhaça
na formação de
professores
41
Lucia de Fátima
Royes Nunes
Universidade
Estadual de
Campinas
(UNICAMP)
Programa de Pós-
Graduação em
Educação
2009
A dramaturgia circense:
conformação, persistência
e transformações
42
Daniele Pimenta
Universidade
Estadual de
Campinas
(UNICAMP)
Programa de Pós-
Graduação em Artes
da Cena
2004
Experimentações
clownescas: os palhaços e
a criação de possibilidades
de vida43
Kátia Maria
Kásper
Universidade
Estadual de
Campinas
(UNICAMP)
Programa de Pós-
Graduação em
Educação
2015
Payasas: historias, cuerpos
y formas de representar la
comicidade desde uma
perspectiva de género44
Melissa Lima
Caminha
Universidad de
Barcelona
Facultad de Belas
Artes de Barcelona
2013
Toward a Female Clown
Practice: Transgression,
Archetype and Myth
45
Margaret Irving
University of
Plymouth
School of
Humanities and
Performing Arts
Faculty of Arts
38
Disponível em: Disponível em: http://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000081/000081e8.pdf.
Acesso em: 25 nov. 2022.
39
Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31375>. Acesso em: 18 mai. 2021.
40
Disponível em: <https://pergamumweb.udesc.br/biblioteca/index.php>. Acesso em: 18 mai. 2021.
41
Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/305327>. Acesso em: 18 mai. 2021.
42
Disponível em: <https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2009.471119>. Acesso em: 10 jan. 2023.
43
Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/252779>. Acesso em: 18 mai. 2021.
44
Disponível em:
<https://www.academia.edu/43074931/Payasas_Historias_Cuerpos_y_Formas_de_Representar_la_Comicida
d_desde_una_Perspectiva_de_G%C3%A9nero>. Acesso em: 18 mai. 2021.
45
Disponível em: <https://pearl.plymouth.ac.uk/handle/10026.1/1583>. Acesso em: 18 mai. 2021.
Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Florianópolis, v.1, n.46, p.1-22, abr. 2023
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Foram identificadas, desse modo, 21 dissertações de mestrado e 12 teses de
doutorado sobre a atuação de mulheres como palhaças e/ou protagonizadas por
mulheres palhaças e/ou LGBTTQIA+. Indubitavelmente, no contexto das pesquisas
acadêmicas, sejam elas de mestrado ou de doutorado, muitos são os trabalhos
que minha pesquisa não registrou (Brum, 2021) sobre a atuação de mulheres como
palhaças, contemporâneo e emergente campo de pesquisa em Artes Cênicas.
A exemplo disso, o Brasil, segundo os dados que consegui levantar durante
minha pesquisa de Doutorado, é o país no mundo que mais concentra festivais e
encontros de mulheres palhaças, isto é, mais de 16 encontros periódicos, os quais
ocorrem, anual e bienalmente, em todas as regiões, totalizando mais de cem
edições desses eventos desde 2005.
Além das teses nacionais, das teses internacionais e das dissertações
dispostas acima, encontrei, ainda, uma série de publicações referentes à
atuação de mulheres palhaças, como a
Revista Palhaçaria Feminina
, um
importante veículo de registro e de difusão da palhaçaria feita por
mulheres, que reúne artigos, relatos, imagens, vivências da atuação de
mulheres palhaças segundo as suas próprias narrativas. A revista foi
criada, organizada, editorada e realizada pela pesquisadora Michelle
Silveira, a palhaça Barrica, de Chapecó (SC). Em 2018, foi publicada a sua
quarta edição, que contou com a colaboração textual de 52 mulheres
palhaças (Brum, 2021, p. 38).
Em 2022, publicou-se a quinta edição, que reuniu cerca de 40 palhaças
colaboradoras. A terceira edição havia sido lançada em 2015; a segunda, em 2014;
a primeira, em 2012. Michelle Silveira da Silva também organizou, em 2022, o livro
Somos todas Palhaças
(Silva, 2022). A partir desse exemplo, podemos observar
como as redes de palhaçaria de mulheres se nutrem da força de ações pioneiras,
marcadas pela liderança de palhaças que movimentam a cena palhacesca, e como
também são construídas sob um ponto de vista bibliográfico.
Em 2018, foi lançado o dossiê “O humor das mulheres e as mulheres no
humor: feminismos, riso e arte”, pela
Revista Ártemis
, vinculada ao
Programa de Pós-Graduação em Sociologia e ao Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). No
dossiê, um texto sobre a tomada das ruas por parte de diversas
vertentes do movimento feminista em 2016, conhecida como a
“primavera das mulheres”, e sobre o caráter humorístico utilizado como
recurso político de visibilidade, a exemplo da Marcha das Vadias
Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Florianópolis, v.1, n.46, p.1-22, abr. 2023
15
(manifestação que ocorre, desde 2011, em diversas cidades brasileiras).
neste dossiê, ainda, três artigos que abordam discussões sobre gênero
e sexualidade na investigação e na vivificação da palhaçaria; são eles:
“Casada consigo mesma: mulheres palhaças e a busca de uma
comicidade feminista”, de Maria do Nascimento; Mulheres palhaças:
comicidade, gênero e política com o grupo ‘As Marias da Graça’”, de
Renata Saavedra; e “A atuação de mulheres como palhaças: resistência e
subversão”, de minha autoria (Brum, 2018, p. 38-39). Além das
publicações a que fiz referência, somam-se artigos, relatos de
experiências e entrevistas em diversas outras revistas e anais de eventos,
como os textos intitulados “A mulher na palhaçaria”, de Jennifer
Jacomini, e “Palhaçaria feminina: trajetória de investigação e construção
dramatúrgica de três espetáculos dirigidos por Karla Concá”, de Ana
Borges e Karla Concá, ambos disponíveis nos anais do
13º Mundos de
Mulheres & Fazendo Gênero 11
46
. Na literatura nacional sobre o tema,
o livro
O elogio da bobagem: palhaços no Brasil e no mundo
(2005), cuja
autora, Alice Viveiros de Castro, tece algumas reflexões sobre a atuação
de mulheres como palhaças em contextos históricos e contemporâneos,
embora esse não seja o foco do livro. Na esteira disso, encontrei as
pesquisas de Erminia Silva:
As múltiplas linguagens na teatralidade
circense. Benjamim de Oliveira e o circo-teatro no final do século XIX e
início do XX
, tese de doutorado defendida em Campinas, SP, em 2003,
pelo Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); e
O circo,
sua arte e seus saberes: o circo no Brasil do final do século XIX a meados
do XX
, dissertação defendida em 1996, também na UNICAMP. Menciono,
além disso, algumas publicações de Verônica Tamaoki: O fantasma do
circo (2000), Centro de memória do circo (2017) e Circo Nerino (2004). Há,
ainda, o livro
Mulher, Mito, Riso e Cena
(2020), organizado por Joice Aglae
Brondani, que reúne artigos de pesquisadoras e artistas com ênfase nas
poéticas cômicas de mulheres (Brum, 2021, p. 38-39).
Em 2021, Adriana Patrícia dos Santos, também conhecida como a palhaça
Curalina, publicou o livro
Dos guetos que habito: negritudes em procedimentos
poéticos cênicos
, pela editora Hucitec, de São Paulo. Em 2022, as pesquisadoras
Ana Elvira Wuo e Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum organizaram o livro
Palhaças na Universidade (Wuo; Brum, 2022), publicado pela EDUFSM (2021 em e-
book e 2022 impresso), que reúne 15 artigos de 18 autoras de todas as regiões do
país e de um autor estrangeiro (Canadá). Em 2023, foi submetido o Volume II do
livro junto à mesma editora.
Karla Concá, a Palhaça Indiana, atua desde 1991 com palhaçaria e é uma das
principais referências formativas e artísticas na atuação de mulheres na área.
46
Disponível em: <http://www.wwc2017.eventos.dype.com.br/site/anaiscomplementares>. Acesso em: 01
abr. 2021.
Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Florianópolis, v.1, n.46, p.1-22, abr. 2023
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Concedendo-nos uma entrevista, ela nos orienta:
Uma orientação que eu dou é estudar essa nossa história, que é muito
recente. Tem muito material saindo, tem muitas mulheres fazendo
coisas pelas mulheres. É um caminho muito novo mesmo. [...] até os
homens estão tendo que se rever, porque tem espaços que não aceitam
mais espetáculos de homens que são muito machistas. Isso está
acontecendo atualmente (Brum, 2018, p. 467).
Considerações
O levantamento dos dados disponibilizados acima sobre a produção
bibliográfica de mulheres palhaças, sobretudo voltados às discussões que
envolvem gênero, demonstra que é crescente a produção de conteúdo acadêmico
a respeito do campo de estudos das mulheres palhaças, área em forte processo
de expansão a partir do final da década de 1990, no Brasil. É notável, ainda, a
avassaladora desigualdade à qual o Brasil encontra-se amordaçado, desde os
primórdios da colonização escravocrata, anti-indigenista e patriarcal, até os dias
atuais, marcados pela violência, pela discriminação racial, pela exaltação do
machismo, pela agressão contra mulheres e pessoas LGBTTQIA+, pelo fanatismo
religioso, pelo armamento da população, pela fome, pela miséria, pelo medo.
Vivenciamos cotidianamente o “mito da não violência” (Chauí, 2021) em um país
estruturado com base nas múltiplas e cotidianas violências e desigualdades.
Esses dados contrastam com perspectivas universalistas e objetivistas que,
ao invés de simplificar, acabam por cooptar os trabalhos, as pesquisas e as
atuações de grupos específicos, como no caso das mulheres palhaças, para
campos de pesquisa seculares, onde jamais fomos protagonistas e onde, em
muitos períodos históricos, fomos proibidas de atuar (Monteah, 2014). Em
desacordo com nossos objetivos de pesquisa e de desenvolvimento de um
emergente campo de pesquisa em Artes Cênicas, o emprego da expressão “a arte
do palhaço”, quando utilizada para denominar práticas e ações de palhaças e
palhaces em contextos científicos, ignora uma história de invisibilidade e de lutas
feministas por espaço, por protagonismo e por representatividade em diferentes
âmbitos da sociedade, inclusive o da atuação palhacesca e o das práticas
Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
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circenses e teatrais. Além disso, a expressão apaga da história, mais uma vez, uma
modalidade de atuação existente, generalizando uma prática específica e, assim,
suprimindo o avanço das discussões ali propiciadas.
O campo de atuação de mulheres como palhaças é específico e delineado
por características comuns a esse grupo de pessoas, tais como: a organização em
redes de mulheres; a organização a partir de festivais e de encontros específicos
de palhaças; as dramaturgias voltadas para questões de mulheres e experiências
pessoais; a criação de discursos e de ações que potencializam e diversificam a
legibilidade sobre as mulheres palhaças e suas múltiplas possibilidades de
existência; a criação de pesquisas e conteúdos bibliográficos sobre a atuação de
mulheres como palhaças; a criação e a participação em espaços formativos
específicos para palhaças.
Diante dessas características, nascidas da necessidade e da prática de
palhaças brasileiras, compreendo que a expressão “a arte do palhaço” torna-se
inadequada para denominar o campo de estudos acerca da atuação das mulheres
palhaças em contextos artísticos, formativos e de pesquisa. Palhaços como Charlie
Chaplin, Arrelia, Carequinha, Charlie Rivel, Oleg Popov, Slava, Oscarito e Grande
Otelo, entre outros do cinema, da televisão, do teatro e do circo, figurarão
eternamente em nossas memórias, enchendo nossos corações de alegria e
inquietando nossas mentes a cada vez que voltamos a assisti-los; todavia,
compreendemos a enorme diferença e o abismo temporal entre o trabalho
realizado por esses artistas e palhaços, e a comicidade das palhaças
contemporâneas Indiana, Mafalda Mafalda, Vera Abbud, Lily Cúrcio, Gardhi Hutter,
Ferrugem, Curalina, Generosa, entre outras, e palhaces como Augustine,
Matusquela, Deixavim, entre outres do teatro, dos hospitais do circo
contemporâneo, das periferias, das ações sociais, que visibilizam, enaltecem e
diversificam a potência da/e palhaça/e. Palhaça/e que, além de humana/e, está
sujeita/e a demarcadores sociais de gênero, etnia, classe e sexualidade.
Esperamos, com este artigo, antes de buscar definições estáticas, somarmo-nos
aos movimentos de questionamento, de discussão e de compreensão do
fenômeno da atuação de palhaças e de palhaces, do qual somos órgão pulsante.
A necessidade de viver como pessoa e não como objeto a serviço da cultura
Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Florianópolis, v.1, n.46, p.1-22, abr. 2023
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dominante processo que, com base no pensamento de Marilena Chauí (2021),
pode ser lido como oposto à sujeição à violência é urgente para mulheres e
pessoas LGBTTQIA+, sobretudo em uma sociedade destacada por dados atrozes
no tocante à desigualdade de gênero. Na área da atuação palhacesca ou em
qualquer contexto da sociedade, são necessários a visibilidade e o registro da
existência, das ações e das pesquisas de mulheres e de pessoas LGBTTQIA+. Para
que o afastamento das pessoas para as “bordas”, investigadas na década de 1980
por Chauí, seja, por fim, rompido, necessitamos rever as práticas que privilegiam
determinados tipos de existência, sejam elas realizadas na linguagem, na escrita,
nas pesquisas e/ou nas ações do dia a dia.
Referências
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Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Florianópolis, v.1, n.46, p.1-22, abr. 2023
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Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
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Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
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“E eu não sou palhaça?! dramavivências de
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Comicidade feminina: as possibilidades de
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. 2014. Dissertação
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Olha a palhaça no meio da praça: Lily Curcio, Lilian
Moraes, questões de gênero, comicidade e muito mais!
2017. Dissertação
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NUNES, Lúcia de Fátima Royes.
Repertório de clown na educação: elementos de
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. 2016. Tese (Doutorado em
Educação) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.
ORMACHEA, Cassandra Batista Peixoto.
De palhaça e velhos: vozes dramáticas no
contexto asilar
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Recebido em: 30/01/2023
Aprovado em: 17/04/2023
Universidade do Estado de Santa Catarina
UDESC
Programa de Pós-Graduação em Teatro
PPGT
Centro de Arte CEART
Urdimento Revista de Estudos em Artes Cênicas
Urdimento.ceart@udesc.br