Somos todas Palhaços?
Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum
Florianópolis, v.1, n.46, p.1-22, abr. 2023
(manifestação que ocorre, desde 2011, em diversas cidades brasileiras).
Há neste dossiê, ainda, três artigos que abordam discussões sobre gênero
e sexualidade na investigação e na vivificação da palhaçaria; são eles:
“Casada consigo mesma: mulheres palhaças e a busca de uma
comicidade feminista”, de Maria do Nascimento; “Mulheres palhaças:
comicidade, gênero e política com o grupo ‘As Marias da Graça’”, de
Renata Saavedra; e “A atuação de mulheres como palhaças: resistência e
subversão”, de minha autoria (Brum, 2018, p. 38-39). Além das
publicações a que fiz referência, somam-se artigos, relatos de
experiências e entrevistas em diversas outras revistas e anais de eventos,
como os textos intitulados “A mulher na palhaçaria”, de Jennifer
Jacomini, e “Palhaçaria feminina: trajetória de investigação e construção
dramatúrgica de três espetáculos dirigidos por Karla Concá”, de Ana
Borges e Karla Concá, ambos disponíveis nos anais do
13º Mundos de
Mulheres & Fazendo Gênero 11
. Na literatura nacional sobre o tema, há
o livro
O elogio da bobagem: palhaços no Brasil e no mundo
(2005), cuja
autora, Alice Viveiros de Castro, tece algumas reflexões sobre a atuação
de mulheres como palhaças em contextos históricos e contemporâneos,
embora esse não seja o foco do livro. Na esteira disso, encontrei as
pesquisas de Erminia Silva:
As múltiplas linguagens na teatralidade
circense. Benjamim de Oliveira e o circo-teatro no final do século XIX e
início do XX
, tese de doutorado defendida em Campinas, SP, em 2003,
pelo Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); e
O circo,
sua arte e seus saberes: o circo no Brasil do final do século XIX a meados
do XX
, dissertação defendida em 1996, também na UNICAMP. Menciono,
além disso, algumas publicações de Verônica Tamaoki: O fantasma do
circo (2000), Centro de memória do circo (2017) e Circo Nerino (2004). Há,
ainda, o livro
Mulher, Mito, Riso e Cena
(2020), organizado por Joice Aglae
Brondani, que reúne artigos de pesquisadoras e artistas com ênfase nas
poéticas cômicas de mulheres (Brum, 2021, p. 38-39).
Em 2021, Adriana Patrícia dos Santos, também conhecida como a palhaça
Curalina, publicou o livro
Dos guetos que habito: negritudes em procedimentos
poéticos cênicos
, pela editora Hucitec, de São Paulo. Em 2022, as pesquisadoras
Ana Elvira Wuo e Daiani Cezimbra Severo Rossini Brum organizaram o livro
Palhaças na Universidade (Wuo; Brum, 2022), publicado pela EDUFSM (2021 em e-
book e 2022 impresso), que reúne 15 artigos de 18 autoras de todas as regiões do
país e de um autor estrangeiro (Canadá). Em 2023, foi submetido o Volume II do
livro junto à mesma editora.
Karla Concá, a Palhaça Indiana, atua desde 1991 com palhaçaria e é uma das
principais referências formativas e artísticas na atuação de mulheres na área.
Disponível em: <http://www.wwc2017.eventos.dype.com.br/site/anaiscomplementares>. Acesso em: 01
abr. 2021.