Belém do Pará, Maceió e a sobrevivência dos portadores do modelo de arquitetura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180303012011004

Palavras-chave:

representações, imaginário, arquitetura, modelos arquitetônicos

Resumo

Este artigo apresenta pesquisa em andamento, apoiada pelo CNPq e pela Pró-reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo, sobre as interações entre as expressões dos promesseiros do Círio de Nazaré em Belém do Pará, dos “brincantes” do auto-natalino do Guerreiro Alagoano e o motivo artístico do portador do modelo de arquitetura. Sobre estes bens culturais urbanos, a aproximação proposta fundamenta-se na noção de “survival”, “nachleben” ou sobrevivência, no entendimento de fenômenos de longa duração profundamente enraízados na memória coletiva, e no conceito de “pathosformeln”. Em termos metodológicos esta pesquisa propõe uma aproximação visual e antropológica aos fenômenos mencionados, contextualizando-os e articulando-os ao universo imaginário das representações da arquitetura.  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Artur Simoes Rozestraten, Universidade de São Paulo

Doutor em Estruturas Ambientais Urbanas junto ao Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2007), mesma instituição onde desenvolveu seu mestrado (2003) e graduou-se em Arquitetura e Urbanismo (1995). Atualmente é professor na FAUUSP-São Paulo junto ao Departamento de Tecnologia. Tem experiência profissional na área de projeto e gerenciamento de obras atuando como pesquisador nos seguintes temas: iconografia e imaginário da arquitetura, maquetes e modelagem tridimensional, representação do projeto de arquitetura, história do projeto e da tecnologia da arquitetura. Email: artur.rozestraten@usp.br.

Referências

ALVES, I. O carnaval devoto – um estudo sobre a festa de Nazaré, em Belém. Petrópolis: Vozes, 1980.

ARGAN, G.C. A História da Arte. In: História da Arte como História da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

AZEVEDO, J. (coord.). Círios de Nazaré. Belém: Graphitte, 2000.

___________________. Círio de Nazaré: a festa da fé como comunhão solidária – uma análise teológica a partir da concepção de fé de Juan Luis Segundo. Belo Horizonte: FAJE, 2008. Tese (Doutorado). Prog. de Pós-graduação em Teologia, FAJE, BH, 2008.

BADAWY, A. A Monumental gateway for a Temple of King Sety I: An Ancient Model Restored. Miscellanea Wilbouriana, 1, Nova Iorque, The Brooklyn Museum, p.1-20, 1972.

BARATA, M. Apontamentos para as Efemérides Paraenses. Revista do Inst. Hist. e Geo. Brasileiro, 1921.

BARROS, L. G. DE. A Batalha de Oliveiros com Ferrabrás. São Paulo: Editora Luzeiro Limitada, sem data.

BONNA, M. K. Círio: Painel de Vida. Belém do Pará: Falangola Editora, 1986.

BOYER, M.-F. Culto e imagem da Virgem. São Paulo: Cosac & Naify, 2000.

BRANDÃO, Théo. Folguedos natalinos – Guerreiro. Coleção Folclórica da UFAL. Maceió: Imprensa Universitária da UFAL, 1976.

_______________. Folguedos Natalinos. Maceió: Museu Théo Brandão, UFAL, 2003.

_______________. O Reisado Alagoano. Maceió: EDUFAL, 2007.

BRAUDEL, F. Escritos sobre a história. São Paulo: Perspectiva, 1992.

CASCUDO, Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint S.A., 1954.

CÍRIO DE NAZARÉ. Dossiê IPHAN; I. Rio de Janeiro: IPHAN, 2006.

CONTARDI, Bruno. Prefácio. In: ARGAN, G.C. História da Arte como História da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

DIDI-HUBERMAN, G. L’image survivante. Histoire de l’art et temps des fantômes selon Aby Warburg. Paris : Minuit, 2002.

DUARTE, Abelardo. Folclore Negro das Alagoas. Maceió: Imprensa Universitária da UFAL, 1975.

ELIADE, M. O Sagrado e o Profano, a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

ERDEMGIL, S. Ephesus: ruins and museum. Istambul: Net Turistic Yayinlar, 1994.

FIGUEIREDO, S.L., org. Círio de Nazaré: festa e paixão. Belém do Pará: EDUFPA, 2005.

FILHO, Savio Capelossi; SEYNAEVE, Raymond J.M. Guia Histórico e Turístico da Cidade de Belém. Belém: CEJUP, 1992.

GIMBUTAS, M. The Goddesses and Gods of Old Europe - 6500 a.C. – 3500 a.C. Myths and Cult Images. University of California Press Berkeley and Los Angeles, 1990.

HÄGG, R. The Minoan hut-models: their origin and function reconsidered. In: “MAQUETTES ARCHITECTURALES” DE L’ANTIQUITE. Actes du Colloque de Strasbourg, 1998. Paris: De Boccard, 2001. p.357-361.

KALAYAN, H. Notes on assembly marks, drawings and models concerning the Roman period monuments in Lebanon, In: Annales Archéologiques Arabes Syriennes. Revue d’Archéologie et d’Histoire, 21, 1971, p.269-273.

LÉVI-STRAUSS, C. La pensée sauvage. Paris: Plon, 1962.

LIPSMEYER, E. The donor and his church model in medieval art from early christian times to the late romanesque period. Diss. State Univ., New Brunswick, N. J. 1981. LOUREIRO, J. de J. P. Cultura Amazônica: uma poética do imaginário. São Paulo: Escrituras Editora, 2001.

MAUÉS, R. H. Padres, pajés, santos e festas: catolicismo popular e controle eclesiástico. Belém: Cejup, 1995.

______________.Uma outra “invenção” da Amazônia: religiões, histórias, identidades.Belém: Cejup, 1999.

______________. Histórico do Círio de Nazaré. In: AZEVEDO, Josimar (coordenador) Círios de Nazaré. Belém: Graphitte, 2000.

MERSEREAU, R. Cretan cylindrical models, abstract. American Journal of Archeology, Boston, n.97, p.1-47, Janeiro, 1993.

MONTARROYOS, H. Festas profanas e alegrias ruidosas: a imprensa no Círio. Belém: Falangola Editora, 1991-1993.

MOREIRA, Eidorfe. Visão geo-social do Círio. Belém: Imprensa Universitária, 1971.

PANTOJA, V. Negócios sagrados: reciprocidade e mercado no Círio de Nazaré. Belém: UFPA, 2006. 135 p. Dissertação (Mestrado). Prog. de Pós-graduação em Ciências Sociais, área de concentração em Antropologia, UFPA, Belém do Pará, 2006.

PANTOJA, V.; MAUÉS, R.H. O Círio de Nazaré na constituição e expressão de uma identidade regional amazônica. Revista Espaço e Cultura, Rio de Janeiro, UERJ, n.24, p.57-68, jul./dez. 2008.

PEDROSA, Tânia de Maya. Arte Popular de Alagoas. Maceió: Grafitex, 2000.

PERALTA, P.P. As narrativas fotográficas de Marcel Gautherot: estudo visual do guerreiro alagoano e do bumba-meu-boi maranhense. Revista Arte&Ensaios, Rio de Janeiro, PPGAV-EBA/UFRJ, n.15, p.34-39, 2007.

QUINTELLA, Gustavo (Org.). A parte do Índio Peri do Guerreiro, avisos, peças e embaixadas em partitura segundo D.Vitória e Mestre Verdelinho, transcrito por Gustavo Quintella. Maceió: Victória Gráfica, 2000.

RAMOS, Arthur. Estudos de Folk-lore – Definições e limites, teorias de interpretação. Rio de Janeiro: Livraria-Editora da Casa do Estudante do Brasil, 1951.

______________. O folclore negro do Brasil: demopsicologia e psicanálise. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2007.

ROCHA, José Maria Tenório. Folclore Brasileiro: Alagoas. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1977.

ROCQUE, C. História do Círio e da Festa de Nazaré. Belém do Pará: Mitograph Editora Ltda., 1981.

ROZESTRATEN, A.S. A Estudo sobre a história dos modelos arquitetônicos na Antiguidade.São Paulo: FAUUSP, 2003. 283 p. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, área de concentração História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo, FAUUSP, São Paulo, 2003.

___________________. A iconografia do portador do modelo de arquitetura na arte medieval. São Paulo: FAUUSP, 2007. 165 p. Tese (Doutorado). Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, área de concentração História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo, FAUUSP, São Paulo, 2007.

SAINTYVES, P. As Virgens Mães e os nascimentos miraculosos. Tradução de Gastão Pereira da Silva. Rio de Janeiro: Livraria Império Editora, 1960.

SEGALA, L. A coleção fotográfica de Marcel Gautherot. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.13. n.2. p. 73-134. jul.- dez. 2005.

SERVI, K. Mythologie Grecque. Athènes: Ekdotike Athenon S.A., 2004.

ThesCRA – Thesaurus Cultus et Rituum Antiquorum. Los Angeles: J.P. Getty Museum, 2004.

TYLOR, E.B. Primitive culture: researches into the development of mythology, philosophy, religion, language, art and custom. Vol. 1. Londres: H.Murray, 1873.

VIANNA, A. Festas populares do Pará. Annaes da Biblioteca e Arquivo Público do Pará, t. III. Belém, 1904.

WARBURG, A. The Renewal of Pagan Antiquity. Los Angeles: The Getty Institute, 1999.

WILL, E. La maquette de l’adyton du temple A de Niha (Beqa). In: LE DESSIN D’ARCHITECTURE DANS LES SOCIETES ANTIQUES.Anais do colóquio de Strasbourg, 26-28 de Janeiro de 1984. Strasbourg: Université des Sciences Humaines de Strasbourg, Centre de Recherche sur le Proche-Orient et la Grèce antiques, 1985. p.277-281.

Downloads

Publicado

2011-06-15

Como Citar

ROZESTRATEN, Artur Simoes. Belém do Pará, Maceió e a sobrevivência dos portadores do modelo de arquitetura. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 3, n. 1, p. 3–29, 2011. DOI: 10.5965/2175180303012011004. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2187. Acesso em: 22 dez. 2024.