Demarcação inacabada: a luta Apinajé pelo território dividido pela Transamazônica
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180315402023e0105Palavras-chave:
Terra Indígena, Transamazônica, povo ApinajéResumo
Este artigo discorre sobre o histórico de luta do povo Apinajé pelo território indígena excluído do processo de demarcação na década de 1980. As “terras do Gameleira” foram suprimidas da terra indígena pelo limite estabelecido pela rodovia Transamazônica (BR-230), construída na década de 1970, que atravessou o território indígena. Iniciamos com a explanação dos aspectos da gestão territorial e ambiental indígena das terras demarcadas e reivindicadas, indicando a Associação União das Aldeias Apinajé (Pempxà) como articuladora das lutas políticas Apinajé. Em seguida, contextualizamos a construção da Transamazônica e seus impactos sobre o território Apinajé. Descrevemos, a partir de distintas fontes documentais, a longa luta pela demarcação da terra indígena, apontando a influência da rodovia e das pressões das elites regionais na supressão das áreas a oeste da BR-230. Por fim, recompomos elementos etno-históricos das “terras do Gameleira”, demonstrando as distintas relações estabelecidas entre os Apinajé e essa região. Conclui-se que a justificativa para a supressão desse território não mais existe pelo desvio do traçado original e que os documentos oficiais reiteram o reconhecimento desse território Apinajé, persistindo a luta pela demarcação da área “Apinajé II”.
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