Repressão sem fronteiras. Os Movimentos pela Anistia: Brasil e Europa (1960-1970)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180315382023e0101

Palavras-chave:

ditadura militar brasileira, anistia, Europa, comunidade de informação, Therezinha Zerbine

Resumo

Durante os anos 1970, os comitês de Anistia europeus foram tema recorrente dos órgãos de informação da Ditadura Militar brasileira, a conhecida Comunidade de Informações. No plano exterior as agências que se notabilizaram por estabelecer o sistema de vigilância foram o Centro de Informações do Exterior (CIEX) e a Divisão Setorial de Informações do Ministério das Relações Exteriores (DSI/MRE). Para os exilados, as conexões promovidas entre Brasil e Europa colaboraram na ampliação das pautas políticas dos Movimentos pela Anistia. Nesse contexto, as mobilizações pela Anistia serviram para ampliar a sonoridade transnacional do discurso sobre os direitos humanos, em especial as graves violações cometidas pelo governo militar no Brasil, sendo auxiliadas por entidades como a Anistia Internacional e o Tribunal Bertrand Russel II.

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Biografia do Autor

Pedro Ernesto Fagundes, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGHIS/UFES)

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Publicado

2023-04-10

Como Citar

FAGUNDES, Pedro Ernesto. Repressão sem fronteiras. Os Movimentos pela Anistia: Brasil e Europa (1960-1970). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 15, n. 38, p. e0101, 2023. DOI: 10.5965/2175180315382023e0101. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180315382023e0101. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos