Repressão sem fronteiras. Os Movimentos pela Anistia: Brasil e Europa (1960-1970)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180315382023e0101

Palavras-chave:

ditadura militar brasileira, anistia, Europa, comunidade de informação, Therezinha Zerbine

Resumo

Durante os anos 1970, os comitês de Anistia europeus foram tema recorrente dos órgãos de informação da Ditadura Militar brasileira, a conhecida Comunidade de Informações. No plano exterior as agências que se notabilizaram por estabelecer o sistema de vigilância foram o Centro de Informações do Exterior (CIEX) e a Divisão Setorial de Informações do Ministério das Relações Exteriores (DSI/MRE). Para os exilados, as conexões promovidas entre Brasil e Europa colaboraram na ampliação das pautas políticas dos Movimentos pela Anistia. Nesse contexto, as mobilizações pela Anistia serviram para ampliar a sonoridade transnacional do discurso sobre os direitos humanos, em especial as graves violações cometidas pelo governo militar no Brasil, sendo auxiliadas por entidades como a Anistia Internacional e o Tribunal Bertrand Russel II.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pedro Ernesto Fagundes, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGHIS/UFES)

Referências

CAMPAGNE pour l’amnistie generale et sans restrictins pour tous les prisionnieres et condamnes politiques et pour tous les bannis et exiles. Brésil Dossiers, [s.l.], v. 2, p. 1, avril 1976. Acervo SNI. Arquivo Nacional.

ENCAMINHAMENTO n.º 309/77-SI/SR/DPF/ES, 1977. In: Relatório anistia DOPS ES. Vitória: DOPS/EE, 197-. Acervo Dops/ES. Arquivo Público do Estado do Espírito Santo. [110 p.].

INFORMAÇÃO nº 1340/032/ASP/76, 1976. In: AC_ACE_92616_76. São Paulo: ASP, 1976. Acervo SNI. Arquivo Nacional. [10 p.].

INFORME nº 080CIEX/76. Brasília: CIEX, 1976. Acervo SNI. Arquivo Nacional.

INFORME n.º 131/76/ CIEX. Brasília: CIEX, 1976. Acervo SNI. Arquivo Nacional.

INFORME n.º 0089/CISA, Rio de Janeiro: CISA, 1976. Acervo SNI. Arquivo Nacional.

LA SOLIDARITÉ t l’appui inconditionnel á la Campagne pour L’Amnistie qui si développe au Brésil. Brésil Dossiers, [s.l.], v. 2, p. 1, avril 1976. Acervo SNI. Arquivo Nacional.

CHIRIO, Maud. Les trajectores intellectuelles et politiques des exilés brésiliens pendant le régime militaire (1964-1979): mémorie de DEA (direction Annick Lempériére). Paris: Université Paris I-Phantéon-Sobonne, 2004.

DUARTE, Ana Rita Fonteles. Sob vigilância: os movimentos feministas brasileiros na visão dos órgãos de informação durante a ditadura (1970-1980). Anos 90, [s. l.], v. 26, p. 1-17, 2019. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/anos90/article/view/90647. Acesso em: 26 mar. 2023.

FAGUNDES, Pedro Ernesto. Anistia: das mobilizações das mulheres na ditadura militar às recentes disputas sobre o passado. Vitória: Milfontes, 2019.

FICO, Carlos. Como eles agiam: os subterrâneos da ditadura militar: espionagem e polícia política. Rio de Janeiro: Record, 2001.

FREIRE, Américo. Ecos da estação Lisboa: notas sobre o exílio das esquerdas brasileiras em Portugal. In: QUADRAT, Samantha Viz (org.). Caminhos cruzados: história e memória dos exílios latino-americanos no século XX. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011. p. 117-137.

FREIRE, Américo. Depois de abril: brasileiros suspeitos em Portugal. In: GONÇALVES, Leandro Pereira; PAREDES, Marçal de Menezes (org.). Depois dos cravos: liberdades e independências. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2017. p. 49-66.

GREEN, James. Apesar de vocês: oposição à ditadura militar brasileira nos Estados Unidos, 1964-1985. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

MARTINHO, Francisco Carlos Palomanes. As elites políticas do Estado Novo e o 25 de abril: história e memória. In: MARTINHO, Francisco Carlos Palomanes; PINTO, António Costa (org.). O passado que não passa: a sombra das ditaduras na Europa do Sul e na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. p. 127-158.

PENNA FILHO, Pio. Os arquivos do Centro de Informações do Exterior (CIEX): o elo perdido da repressão. Acervo, [s. l.], v. 21, n. 2, p. 79-92, 2011. Disponível em: https://revista.arquivonacional.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/296. Acesso em: 26 mar. 2023.

RODEGHERO, Carla. A anistia de 1979 e seus significados, ontem e hoje. In: MOTTA, Rodrigo Patto Sá; REIS FILHO, Daniel Aarão; RIDENTI, Marcelo (org.). A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. p. 172-185.

ROLLEMBERG, Denise. Exílio: entre raízes e radares. Rio de Janeiro: Record, 1999.

ROLLEMBERG, Denise. A imprensa no exílio. In: CARNEIRO, Maria Luiza Tucci (org.). Minorias silenciadas: a história da censura no Brasil. São Paulo: EDUSP: Imprensa Oficial do Estado: FAPESP, 2002. p. 451-467.

ROLLEMBERG, Denise. Debate no exílio: em busca da renovação. In: RIDENTI, Marcelo; REIS FILHO, Daniel Aarão (org.). História do marxismo no Brasil: partidos e movimentos após os anos 1960. Campinas: Editora da Unicamp, 2007. p. 291-337.

Publicado

2023-04-10

Como Citar

FAGUNDES, Pedro Ernesto. Repressão sem fronteiras. Os Movimentos pela Anistia: Brasil e Europa (1960-1970). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 15, n. 38, p. e0101, 2023. DOI: 10.5965/2175180315382023e0101. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180315382023e0101. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos