Sentidos de "digital" em disputa no currículo de história: que implicações para o ensino desta disciplina?
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180306122014165Resumo
Este texto admite como base inicial de reflexão as muitas articulações que já se fizeram no campo educacional em torno dos significantes ‘ensino’ e ‘tecnologia’, em geral, fixando sentidos ligados à ideia de ‘inovação’, ‘afinamento com os novos tempos’ e/ou ‘facilitador da aprendizagem’. No caso da disciplina História, fala-se recorrentemente que a utilização das chamadas tecnologias da informação e da comunicação (TICs) pode gerar novas práticas, indo de encontro ao tão combatido ensino ‘tradicional’, ligado à ‘lógica da memorização’. Sem refutar ou corroborar tais afirmativas, e amparando-se nas contribuições das teorizações do discurso formuladas por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, a análise procura mostrar que fixar e disputar ‘sentidos de digital’ no currículo de História é uma ação política, que mobiliza/desloca a fronteira da própria definição do que é e do que não é a ciência/conhecimento histórico na contemporaneidade, provocando alterações, portanto, tanto na cultura histórica, quanto na cultura escolar. Tendo como empiria o Edital do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2015, entendido como texto curricular, o estudo evidencia e problematiza a forma como as disputas em torno da significação e fixação de ‘sentidos de digital’ têm aparecido na área de História, produzindo deslocamentos em meio às práticas articulatórias que fixam sentido para a interface ‘ensino’-‘tecnologia’.
Palavras-chave: História – estudo e ensino; Currículo
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