Entre memória e história, filiação destruída, trauma, narrativa de vida e paixão por arquivos
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180305092013218Palavras-chave:
enfantscaches, juifs, déportation, archives, transmission, Deuxième guerre mondialeResumo
Minha intervenção relata aspectos de uma pesquisa, ou antes, de um convívio com um grupo particular pessoas que foram crianças judias que permaneceram escondidas na Franca durante a Ocupação e que sobreviveram ao genocídio, e que eu encontrei 60 anos depois. Meu argumento vai apoiar-se na minha participação nas atividades da Associação pela memória do Comboio Y, que elas criaram e cujas diferentes atividades eu segui, para depois realizar entrevistas com 16 participantes. Durante mais de quatro anos, acompanhei o grupo: as reuniões, as assembleias gerais, as viagens de comemoração no interior, em Paris e na Polônia, as exposições e as diferentes evoluções da associação criada pelo grupo. O grupo não se constituiu em razão de sua experiência dolorosa e singular de crianças judias escondidas na Franca durante a Ocupação, mas em nome da memória de seus pais deportados em julho de 1942, em sua maioria assassinados em Auschwitz. Perguntei-me o que estava em jogo no dinamismo dessas atitudes contemporâneas sobre traumas e desaparecimentos que datam mais de meio século, com o sentimento de que se reinstaurava uma possibilidade criativa de elaboração dos lutos e das perdas como autorizado ou legitimado pelo projeto de pesquisa sobre transmissão e uma paixão por arquivos.
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