Do Rio de Janeiro para a Sibéria tropical: prisões e desterros para o Acre nos anos 1904 e 1910

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180303012011161

Palavras-chave:

desterros, Revolta da Vacina, Revolta da Chibata, Amazônia, Acre

Resumo

Neste artigo procuraremos trazer à tona alguns aspectos obscuros de dois acontecimentos que marcaram a nascente República brasileira no alvorecer do século XX: a Revolta da Vacina (1904) e a Revolta dos Marinheiros (1910). Alguns destes aspectos estão relacionados com as os desterros, que foram adotados como punição pelo Estado brasileiro após o fim destes eventos que ocorreram na cidade do Rio de Janeiro. O que permanece obscuro é o porquê daqueles homens e mulheres serem condenados ao desterro e o que levou o Estado brasileiro a enviá-los para o Território do Acre, na Amazônia. Objetivamos neste breve texto situar dentro das normas e enquadramentos jurídicos adotados na época, os intentos e sentidos de tais medidas. Discutindo também os significados das percepções das punições impostas aos desterrados na perspectiva da ordem republicana, bem como os propósitos — simbólicos e práticos — de serem enviados para os “confins” da Amazônia, no Acre.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francisco Bento da Silva, Universidade Federal do Acre

Professor assistente do Centro de Filosofia e Ciências Humana, área de História, da UFAC. Doutorando em História pela UFPR.  

Referências

BARBOSA, Rui. Obras completas.Volume XXXVIII, tomo I. Fundação Casa de Rui Barbosa: Rio de Janeiro, 1911.

BLOCH, Marc Leopold Benjamin. (2001). Apologia da história ou o ofício do historiador. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro. Jorge Zahar editores.

CARVALHO, Lia Aquino de. Contribuição ao estudo das habitações populares: Rio de Janeiro – 1886/1906. Coleção Biblioteca Carioca. Rio de Janeiro: Secretária Municipal de Cultura, 1995.

CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados da República: o Rio de Janeiro e a República que não foi. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

CHALHOUB, Sidney. “Medo branco de almas negras: escravos libertos e republicanos na cidade do Rio”.In Revista Brasileira de História, São Paulo: ANPUH/Marco Zero, vl. 08, nº 16, pp. 83/105, 1988.

___________, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na Corte imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

CUKIERMAN, Henrique. Yes, nós Temos Pasteur – Manguinhos: Oswaldo Cruz e a História da Ciência no Brasil. Rio de Janeiro: Faperj/Relume Dumará, 2007.

CUNHA, Euclides da. Um paraíso perdido.Rio Branco: Fundação Cultural do Estado do Acre, 1998.

________. A margem da história.Rio Branco: Fundação Elias Mansour, 2000.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: historia da violência nas prisões.Petrópolis: Vozes, 1987.

HUYSSEN, Andréas. Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia.Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.

LINEBAUGH, Peter. “Todas as montanhas atlânticas estremeceram”. In: Revista Brasileira de História, São Paulo: ANPUH/Marco Zero, nº 06, pp. 07/46, 1984.

LEVI-STRAUSS, Claude. Tristes trópicos.Tradução de Rosa Freire D’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

NASCIMENTO, Álvaro Pereira do. A ressaca da marujada: recrutamento e disciplina na Armada Imperial.Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001.

NEEDELL, Jeffrey. Belle èpoque tropical: sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.

OLIVEIRA VIANNA, Francisco. Pequenos estudos de psychologia social. 3ª edição, Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1942.

PEREIRA, Leonardo Affonso de Miranda. As barricadas da saúde: vacina e protesto popular no Rio de Janeiro da Primeira República.São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.

ROCHA, Oswaldo Porto. A era das demolições: cidade do Rio de Janeiro – 1870/1920.Coleção Biblioteca Carioca. Rio de Janeiro: Secretária Municipal de Cultura, 1995.

TOCANTINS, Leandro. Amazônia:natureza, homem e tempo. 2ª edição. Rio de Janeiro: Civilização brasileira/Bibliex, 1982.

Downloads

Publicado

2011-06-17

Como Citar

SILVA, Francisco Bento da. Do Rio de Janeiro para a Sibéria tropical: prisões e desterros para o Acre nos anos 1904 e 1910. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 3, n. 1, p. 161–179, 2011. DOI: 10.5965/2175180303012011161. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180303012011161. Acesso em: 13 nov. 2024.