A urdidura do cotidiano e as culturas de classe dos trabalhadores da Indústria Têxtil de Blumenau (1960-68)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180312302020e0103

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as experiências dos trabalhadores têxteis de Blumenau (1960-68) em relação ao cotidiano, em suas dimensões do trabalho e dos ritos celebrativos da festa junina, com ênfase na constituição de suas culturas de classe, articuladas com sua expressão de ideias e ações no labor, em interconexão com o âmbito festivo. A convivência entre menores de idade, mulheres e homens que trabalhavam na indústria têxtil de Blumenau indicou a diversidade de ações concretas na formulação de suas culturas de classe, tanto nos espaços formais de trabalho quanto no âmbito da festa junina, demonstrando a força da agência humana na elaboração de suas redes de solidariedade e na circularidade cultural intrínseca ao mundo do trabalho.

 

Palavras-chave: Trabalhadores têxteis – Blumenau (SC). Identidade Social. Festas – História.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cristina Ferreira, Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB

Doutora em História Social - UNICAMP e Professora de História do Brasil e Pesquisa em História do Departamento de História e Geografia da Universidade Regional de Blumenau - FURB.

Referências

ALONSO, Gustavo. Cowboys do asfalto: música sertaneja e modernização brasileira. 2011. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2011.

AMARAL, Rita. Festa à brasileira: sentidos do festejar no país que “não é sério”. 1998. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

BATALHA, Claudio Henrique de Moraes; SILVA, Fernando Teixeira da; FORTES, Alexandre (orgs.). Culturas de classe: identidade e diversidade na formação do operariado. Campinas: Editora Unicamp, 2004.

BATALHA, Claudio Henrique de Moraes. A geografia associativa: associações operárias, protesto e espaço urbano no Rio de Janeiro da Primeira República. In: AZEVEDO, Elciene. et al. Trabalhadores na cidade. Campinas: Editora Unicamp, 2009. p. 251-269.

BERNARDO, Adília. A força de trabalho feminina na indústria têxtil regional: estudo das formas de sociabilidade das mulheres operárias do Vale do Itajaí (1940 – 1970). [Entrevista cedida a] Cristina Ferreira (coord.). Blumenau, maio 2001.

CAMPOS, Daniela de. Operário Padrão, cidadão de prestígio. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 26., 2011, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: ANPUH, 2011. p. 1-13.

CHIANCA, Luciana. Devoção e diversão: expressões contemporâneas de festas e santos católicos. Revista Anthropológicas, Recife, v. 18, n. 2, p. 49-74, 2007.

CIDADE DE BLUMENAU. Blumenau: [s.n.], 1958-1968.

CORBIN, Alain. História dos tempos livres. Portugal: Teorema, 1995.

CUNHA, Maria Clementina Pereira. Carnavais e outras f(r)estas. Campinas: Editora Unicamp, 2002.

ELIAS, Norbert. On the concept of everyday life. In: GOUDSBLOM, Johan; MENNELL, Stephen (orgs.). The Norbert Elias reader: a biographical selection. Malden: Blackwell, 1998.

FERREIRA, Cristina. Nas malhas da história: sociabilidade e política no cotidiano dos trabalhadores têxteis de Blumenau (1958-1968). 2015. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.

FONTES, Paulo. Migração Nordestina e Experiências Operárias: São Miguel Paulista nos anos 1950. In: BATALHA, Claudio Henrique de Moraes; SILVA, Fernando Teixeira da; FORTES, Alexandre (orgs.). Culturas de classe: identidade e diversidade na formação do operariado. Campinas: Editora Unicamp, 2004. p. 363-402.

GINZBURG, Carlo. O nome e o como: troca desigual e mercado historiográfico. In: GINZBURG, Carlo. A Micro-história e outros ensaios. Lisboa: Difel, 1991. p. 169-178.

GONÇALVES, Norberto. A vida fora das fábricas: o cotidiano dos operários da indústria têxtil de Blumenau (1950 – 1970). [Entrevista cedida a] Cristina Ferreira (coord.). Blumenau, maio 2003.

HÄRBE, Ingeborg. A força de trabalho feminina na indústria têxtil regional: estudo das formas de sociabilidade das mulheres operárias do Vale do Itajaí (1940 – 1970). [Entrevista cedida a] Cristina Ferreira (coord.). Blumenau, maio 2001.

INFORMATIVO HERING. Blumenau: [s.n.], 1964-1972.

KRATZ, Paula e Mário. A vida fora das fábricas: o cotidiano dos operários da indústria têxtil de Blumenau (1950 – 1970). [Entrevista cedida a] Cristina Ferreira (coord.). Blumenau, mar. 2002.

KIRK, Neville. Cultura: costume, comercialização e classe. In: BATALHA, Claudio Henrique de Moraes; SILVA, Fernando Teixeira da; FORTES, Alexandre (org.). Culturas de classe: identidade e diversidade na formação do operariado. Campinas: Editora Unicamp, 2004. p. 49-70.

LEAL, Murilo. A reinvenção da classe trabalhadora (1953-1964). Campinas: Editora Unicamp, 2012.

LEITE, Artino. Trabalho e sociedade: o cotidiano dos operários da indústria têxtil de Blumenau (1950-1970). [Entrevista cedida a] Cristina Ferreira (coord.). Blumenau, jul. 2004.

LEVI, Giovanni. Un problema de escala. Relaciones, Zamora, México, n. 95, p. 279-288, 2003.

LÜDTKE, Alf. What happened to the “Fiery red glow”? Workers experiences and german Fascism. In: LÜDTKE, Alf (ed.). The history of everyday life: reconstructing historical experiences and way of life. Princeton: Princeton University Press, 1995. p. 198-251.

MAMIGONIAN, Armen. Estudo geográfico das indústrias de Blumenau. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia, 1966.

MENSAGEIRO ARTEX. Blumenau: [s.n.], 1964-1968.

MISSFELD, Ruth. A força de trabalho feminina na indústria têxtil regional: estudo das formas de sociabilidade das mulheres operárias do Vale do Itajaí (1940 – 1970). [Entrevista cedida a] Cristina Ferreira (coord.). Blumenau, out. 2001.

A NAÇÃO. Blumenau: [s.n.], 1958-1968.

NAPOLITANO, Marcos. Cultura brasileira: utopia e massificação (1950-1980). 2 ed. São Paulo: Contexto, 2004.

NOTICIÁRIO CREMER. Blumenau: [s.n.], 1966-1972.

PERROT, Michele. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. São Paulo: Paz e Terra, 1992.

POLI, Irene Rosa. A força de trabalho feminina na indústria têxtil regional: estudo das formas de sociabilidade das mulheres operárias do Vale do Itajaí (1940 – 1970). [Entrevista cedida a] Cristina Ferreira (coord.). Blumenau, jun. 2001.

PROST, Antoine. Fronteiras e Espaços do Privado. In: PROST, Antoine; VICENT, Gerard (orgs.). Da primeira guerra a nossos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 13-136. (História da Vida Privada, v. 5).

O RADAR SULFABRIL. Blumenau: [s.n.], 1963-1972.

SCHWABE, Norma. A força de trabalho feminina na indústria têxtil regional: estudo das formas de sociabilidade das mulheres operárias do Vale do Itajaí (1940 – 1970). [Entrevista cedida a] Cristina Ferreira (coord.). Blumenau, abr. 2001.

THOMPSON, Edward Palmer. Agency and choice – I (A reply to criticism). The New Reasoner, n. 5, p. 89-106, summer 1958.

THOMPSON, Edward Palmer. Costumes em comum: estudos sobre cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

WEINSTEIN, Barbara. (Re)formação da classe trabalhadora no Brasil: 1920-1964. São Paulo: Cortez: CDAPH-IFAN, 2000.

WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade na história e na literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

Downloads

Publicado

2020-08-26

Como Citar

FERREIRA, Cristina. A urdidura do cotidiano e as culturas de classe dos trabalhadores da Indústria Têxtil de Blumenau (1960-68). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 12, n. 30, p. e0103, 2020. DOI: 10.5965/2175180312302020e0103. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180312302020e0103. Acesso em: 22 dez. 2024.