A urdidura do cotidiano e as culturas de classe dos trabalhadores da Indústria Têxtil de Blumenau (1960-68)

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DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180312302020e0103

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as experiências dos trabalhadores têxteis de Blumenau (1960-68) em relação ao cotidiano, em suas dimensões do trabalho e dos ritos celebrativos da festa junina, com ênfase na constituição de suas culturas de classe, articuladas com sua expressão de ideias e ações no labor, em interconexão com o âmbito festivo. A convivência entre menores de idade, mulheres e homens que trabalhavam na indústria têxtil de Blumenau indicou a diversidade de ações concretas na formulação de suas culturas de classe, tanto nos espaços formais de trabalho quanto no âmbito da festa junina, demonstrando a força da agência humana na elaboração de suas redes de solidariedade e na circularidade cultural intrínseca ao mundo do trabalho.

 

Palavras-chave: Trabalhadores têxteis – Blumenau (SC). Identidade Social. Festas – História.

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Biografia do Autor

Cristina Ferreira, Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB

Doutora em História Social - UNICAMP e Professora de História do Brasil e Pesquisa em História do Departamento de História e Geografia da Universidade Regional de Blumenau - FURB.

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Publicado

2020-08-26

Como Citar

FERREIRA, Cristina. A urdidura do cotidiano e as culturas de classe dos trabalhadores da Indústria Têxtil de Blumenau (1960-68). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 12, n. 30, p. e0103, 2020. DOI: 10.5965/2175180312302020e0103. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180312302020e0103. Acesso em: 22 nov. 2024.