TY - JOUR AU - Pereira, Samanta Borges AU - Brito, Tayrine Parreira AU - Pereira , Viviane Guimarães PY - 2022/12/29 Y2 - 2024/03/28 TI - Feira-livre como experiência de Bem Viver: uma expressão pulsante das resistências cotidianas JF - PerCursos JA - PC VL - 23 IS - 53 SE - Artigos Demanda Contínua DO - 10.5965/1984724623532022180 UR - https://periodicos.udesc.br/index.php/percursos/article/view/22257 SP - 180 - 210 AB - <p>Neste artigo, propomos enunciar aproximações entre as práticas presentes nas feiras-livres com elementos centrais da filosofia ameríndia do Bem Viver. Apesar da força do mercado varejista na venda de produtos alimentícios, a feira resiste com sua forma e conteúdo peculiares, sendo um importante espaço de comercialização da produção da agricultura familiar e tradicional e de acesso a alimentos saudáveis. As relações e sociabilidades que se desenrolam nesse espaço fazem da feira mais que mero mercado, sendo um lugar de ritmo, encontros, passeios, aonde se vai para comprar, para rever amigos, família, histórias de vida. Diante disso, nosso objetivo neste ensaio teórico é discutir a feira-livre como um espaço de resistência e uma experiência de Bem Viver, muito mais complexa do que a lógica economicista é capaz de compreender. Convivialidade, coletividade, pessoalidade, informalidade, confiança, vínculo territorial, saberes seculares, valorização cultural, outros modos de produção e consumo são alguns dos muitos elementos materiais e simbólicos que representam a feira-livre como um espaço plural que se expressa em uma ética e valores não exclusivamente mercadológicos. A feira é uma experiência de resistência que se materializa no cotidiano da classe trabalhadora, sejam estes produtores, feirantes ou consumidores. Defendê-la, colocando em evidência sua expressão social, que carrega símbolos contrários à modernidade ocidental, é promover a construção de caminhos para “adiar o fim do mundo” (KRENAK, 2019).</p> ER -