A escuta como estratégia enunciativa: uma crítica a dois modelos ontológicos de descrição e análise da experiência auditiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530409012024e0207

Palavras-chave:

estudos do som, escuta, relações de poder, análise de discurso

Resumo

Este artigo propõe uma análise crítica às premissas que fundamentam teorias ontológicas materialistas recentes vinculadas ao campo dos estudos do som, buscando entendê-las pela via de uma dimensão ética-auditiva. Foram escolhidos os textos de Christoph Cox e Salomé Voegelin como objetos iniciais de estudo. Primeiramente, apresentamos alguns trabalhos que investigam o som e a escuta a partir de seus elementos histórico-sociais. Posteriormente, analisamos argumentos teóricos representativos que marcam as abordagens selecionadas. Comparamos os enunciados dos autores a uma ilustração de peças e traços sonoros característicos. A fim de compreendermos os limites e problemáticas das abordagens, buscamos situá-las por meio das noções foucaultianas de prática discursiva e modalidade enunciativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniel Gouvea Pizaia, Universidade Estadual de Londrina

Professor colaborador do curso de licenciatura em música da Universidade Estadual de Londrina. Doutorando em criação sonora pela UFPR e mestre em musicologia pela UFPB. Atua como pesquisador no grupo Arte, Informação e Sentido (UEL) e como estudante no Núcleo Música Nova (UFPR). Desenvolve análise crítica de discurso sobre o papel do ouvinte e o lugar da escuta no debate acadêmico voltado à arte sonora e em diferentes abordagens dos estudos do som.

Referências

BONNET, François J. The order of sounds: a sonorous archipelago. 2° edição. MIT Press, 2019.

CAGE, John. Silence: Lecture and writings by John Cage. Middletown: Wesleyan University Press, 1973. 312p.

CASTRO, Edgardo. Vocabulário de Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.

COX, Christoph. Sound Art and the Sonic Unconscious. Organised Sound, v. 14, n. 1, p. 19-26, 2009. Disponível em: < https://faculty.hampshire.edu/ccox/Cox%20article%20OS%2014.1.pdf >. Acesso em: 31 de mar. de 2024.

____. Beyond representation and signification: toward a sonic materialism. Journal of visual culture, v. 10, n. 2, p. 145-161, 2011. Disponível em: <https://www.academia.edu/3757421/Beyond_Representation_and_Signification_Toward_a_Sonic_Materialism>. Acesso em: 31 de mar. de 2024.

____. Sonic flux: sound, art, and metaphysics. Chicago: The University of Chicago Press, 2018a.

____. Sonic Realism and Auditory Culture: a Reply to Marie Thompson and Annie Goh. Parallax, v. 24, n. 2, p. 234-242, 2018b. Disponível em: <https://faculty.hampshire.edu/ccox/Cox.Sonic%20Realism%20and%20Auditory%20Culture.pdf > Acesso em: 31 de mar. de 2024.

ERLMANN, V. Reason and resonance: a history of modern aurality. Nova Iorque: Zone Books, 2010.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 7° edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.

__________. A ordem do discurso. 24° Edição. São Paulo: Edições Loyola, 2014.

GOEHR, Lydia. The Imaginary Museum of Musical Works: An Essay in the Philosophy of music. Oxford: Clarendon Press, 1992.

HAINGE, Greg. Noise Matters: Towards an Ontology of Noise. Nova Iorque: Bloomsbury Publishing, 2013.

JOHNSON, James H. Listening in Paris: a cultural history. Los Angeles: University of California Press, 1995.

KAHN, Douglas. Sound art, art, music. The Iowa Review Web, v. 8, n. 1, p. 23-36, 2006.

KANE, Brian. Sound studies without auditory culture: a critique of the ontological turn. Sound Studies, v. 1, n. 1, p. 2-21, 2015.

_____. Musicophobia, or Sound Art and the Demands of Art Theory. Editorial Board. v. 8, p. 1-20, 2013. Disponível em: <https://www.academia.edu/11590182/Musicophobia_or_Sound_Art_and_the_Demands_of_Art_Theory> . Acesso em: 31 de mar. de 2024.

LABELLE, Brandon. Background Noise: perspectives on Sound Art. 2° Edição. Nova Iorque: Bloomsbury Publishing, 2015.

LICHT, Alan. Sound Art: Origins, development and ambiguities. Organised Sound, v. 14, n. 1, p. 3-10, 2009.

_____.Sound Art Revisited. Nova Iorque: Bloomsbury Publishing, 2019.

MILLS, Sara. Discourse. Londres e Nova Iorque: Routledge, 1997.

STERNE, Jonathan. The Audible Past: cultural origins of sound reproduction. Durham & London: Duke University Press, 2003.

SZENDY, Peter. Listen: a history of our ears. Nova Iorque: Fordham University Press, 2008.

THOMPSON, Marie. Whiteness and the Ontological Turn in Sound Studies. Parallax, v. 23, n. 3, p. 266-282, 2017.

VOEGELIN, Salomé. Listening to Noise and Silence: Towards a philosophy of sound art. New York: Continuum, 2010.

Downloads

Publicado

2024-09-19

Como Citar

PIZAIA, Daniel Gouvea. A escuta como estratégia enunciativa: uma crítica a dois modelos ontológicos de descrição e análise da experiência auditiva . Orfeu, Florianópolis, v. 9, n. 1, p. e0207, 2024. DOI: 10.5965/2525530409012024e0207. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/25379. Acesso em: 24 dez. 2024.