Luzes e farpas sob os camarotes: Rousseau, Rameau e a Querela dos Bufões

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530405032020103

Palavras-chave:

Estética musical, Querela dos Bufões, Jean-Jacques Rousseau, Jean-Philippe Rameau

Resumo

Frequentemente, os inflamados debates estético-musicais que estiveram em pauta na França da segunda metade do século XVIII e que deram origem ao episódio conhecido como Querela dos Bufões foram reduzidos a um curioso anedotário ou a uma guerra panfletária produzida tão somente pelos humores de seus aguerridos combatentes, os quais, postados sob os camarotes reais e divididos em defensores da tradição musical francesa e entusiastas da música italiana, disparavam críticas mútuas, sob a forma de panfletos, a exemplo das farpas lançadas por Jean-Jacques Rousseau, filósofo e músico autodidata, contra os partidários da música francesa e, especialmente, contra seu arqui-inimigo na cena musical da Ilustração, o renomado compositor e teórico da música Jean-Philippe Rameau. No presente artigo, para além da reconstituição histórica da famosa Guerra dos Bufões, procedemos à análise dos próprios argumentos apresentados por Rousseau em sua ardorosa, porém articulada defesa da ópera italiana em contraposição à ópera versalhesa, tais como aqueles expostos em sua Carta sobre a música francesa.

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Biografia do Autor

Fabio Stieltjes Yasoshima, Universidade de São Paulo

Doutor, Mestre e Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), e Psicólogo e Bacharel em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), tendo se especializado em Psicopatologia Fenomenológica na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), com monografia sobre a relação entre o filósofo Michel Foucault e o psiquiatra suíço Ludwig Binswanger. Possui experiência nas áreas de Filosofia e Psicologia, atuando nos seguintes temas: Estética (sobretudo a da Música), Filosofia Moderna, Iluminismo e Bases Epistemológicas da Psicologia. Possui formação em música, tendo estudado harmonia, contraponto e composição com Osvaldo Lacerda, e instrumento (violão) com Paulinho Nogueira e Ulisses Rocha. Como pesquisador, tem se dedicado ao estudo de autores do século das Luzes e à tradução de textos deste e de outros períodos. É autor da primeira tradução parcial do Dicionário de música (1767) de Jean-Jacques Rousseau para o português, objeto de estudo de sua dissertação de mestrado (2008-2012) e, em parte, de sua tese de doutorado (2012-2017). Integrou a equipe de tradutores da ENCICLOPÉDIA de Diderot e dAlembert (Editora Unesp, 2015, organização de Pedro Paulo Pimenta e Maria das Graças de Souza), tendo traduzido os verbetes sobre música (Rousseau) e dança (Cahusac). Recentemente, traduziu a Carta a dAlembert e algumas das objeções ao Discurso sobre as ciências e as artes, de Rousseau, para o volume intitulado ROUSSEAU: ESCRITOS SOBRE A POLÍTICA E AS ARTES (Organização de Pedro Paulo Pimenta), publicado pela Editora Ubu (2020). Também traduziu contos de Guy de Maupassant, a serem publicados pela Editora Unesp.

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Publicado

2020-12-16

Como Citar

YASOSHIMA, Fabio Stieltjes. Luzes e farpas sob os camarotes: Rousseau, Rameau e a Querela dos Bufões. Orfeu, Florianópolis, v. 5, n. 3, 2020. DOI: 10.5965/2525530405032020103. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/17882. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

v. 5 n. 3 (2020): Dossiê Teoria e História

Seção

Dossiê

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