Rumo aos "mundos secundários" na ópera Elegy for Young Lovers de Henze

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530405012020209

Palavras-chave:

Ópera contemporânea, pluralismo, metalinguagem, Hans Werner Henze, tópos

Resumo

Este artigo tem por objetivo traçar as origens dramático-musicais da ópera em três atos Elegy for Young Lovers (1961), com música do compositor alemão Hans Werner Henze e libretto de Auden e Kallman. Através da pesquisa de fontes literárias e teóricas sobre esta obra, com ênfase nos escritos dos próprios autores, foi examinada a existência de recursos extrínsecos que contribuíram para a constituição da estrutura dramática interna. Estes recursos se tratam, por um lado, de influências culturais que interagiram na construção da identidade artística da obra e, por outro lado, de convenções emprestadas de outras tradições, tais como os tópos do repertório lírico, os conceitos de mundos primários e secundários da literatura de ficção, e possíveis referências a personalidades conhecidas, as quais serviram de inspiração para a caracterização de personagens. Verificou-se que recursos extrínsecos, além de contribuírem para os processos de dramatização na ópera, também desempenham um papel importante na elaboração de um discurso didático subjacente.Este artigo tem por objetivo traçar as
origens dramático-musicais da ópera em
três atos Elegy for Young Lovers (1961), com
música do compositor alemão Hans Werner Henze e libretto de Auden e Kallman.
Através da pesquisa de fontes literárias e
teóricas sobre esta obra, com ênfase nos
escritos dos próprios autores, foi examinada a existência de recursos extrínsecos que
contribuíram para a constituição da estrutura dramática interna. Estes recursos se
tratam, por um lado, de influências culturais que interagiram na construção da identidade artística da obra e, por outro lado, de
convenções emprestadas de outras tradições, tais como os tópos do repertório lírico, os conceitos de mundos primários e
secundários da literatura de ficção, e possíveis referências a personalidades conhecidas, as quais serviram de inspiração para
a caracterização de personagens. Verificou-se que recursos extrínsecos, além de
contribuírem para os processos de dramatização na ópera, também desempenham
um papel importante na elaboração de um
discurso didático subjacente.

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Biografia do Autor

Cinthia Pinheiro Alireti, Universidade Estadual de Campinas

Regente e Co-diretora artística da Orquestra Sinfônica da Unicamp

Referências

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Publicado

2020-10-18

Como Citar

ALIRETI, Cinthia Pinheiro. Rumo aos "mundos secundários" na ópera Elegy for Young Lovers de Henze. Orfeu, Florianópolis, v. 5, n. 1, 2020. DOI: 10.5965/2525530405012020209. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/17627. Acesso em: 2 nov. 2024.