Meteoritos no pomar: sobre o potencial construtivo da integração funcional
DOI:
https://doi.org/10.5965/2525530405012020130Palavras-chave:
Composição musical, tonalidade funcional, forma musical, integração funcionalResumo
De Monteverdi a Mahler, R. Strauss e o jovem Schoenberg, a tonalidade constantemente
desafiou suas próprias bases morfológicas e mostrou-se, ademais, rica em formas e em procedimentos formais. O presente artigo tem por objetivo demonstrar o potencial construtivo de um procedimento composicional que denomino integração funcional, o qual consiste em imbuir contextualmente de funcionalidade acordes, fragmentos melódicos etc. concebidos por meios alienígenas à tonalidade funcional. Para tanto, exponho aqui os mínimos requisitos morfológicos para que as propriedades construtivas da tonalidade – como, e.g., as relações funcionais entre seções formais ou as relações de reciprocidade entre níveis locais e níveis mais amplos de organização harmônica – operem; e relato o processo de composição de uma peça para clarineta, na qual realizo um tal processo de integração funcional. Concluo, em especial, que esse procedimento propiciou uma relação constante de descoberta com a tonalidade e com a forma resultante, não prescrita e singular.
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