Interação e coletividade: apontamentos etnográficos sobre uma roda de choro
DOI:
https://doi.org/10.5965/2525530404012019005Palavras-chave:
etnomusicologia, interação, coletividade, etnografia, rodas de choroResumo
A música praticada em uma roda de choro está sujeita a elementos informais e variações espontâneas que são consequências diretas e indiretas da interação e da coletividade. No presente texto busco demonstrar como este fazer musical proporciona formas simultâneas de negociação, pormove tomadas instantâneas de decisões e oferece possibilidades singulares de organização. Teoricamente dialogo com autores da área de etnomusicologia que apresentam discussões sobre fazer musical coletivo e suas possíveis relações entre música e sociedade. Posteriormente, apresento dados etnográficos construídos ao longo da minha pesquisa de campo, enfatizando, sobretudo, propostas de negociação, dinâmicas de revezamento, revezamentos entre músicos, e diretrizes para a escolha dos instrumentos que serão tocados.Downloads
Referências
ARAGÃO, Pedro. O Baú do Animal: Alexandre Gonçalves Pinto e O Choro. Rio de Janeiro: Folha Seca, 2013.
BERTHO, Renan Moretti. Academia do choro: performance e fazer musical na roda. Dissertação (Mestrado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.
BERTHO, Renan Moretti. Gravações performadas: material fonográfico e aprimoramento técnico em uma roda de choro. Tulha, Ribeirão Preto, v. 4, n. 2, p. 215-227, jul./dez. 2018.
BESSA, Virgínia de Almeida. A escuta singular de Pixinguinha: história e música popular no Brasil nos anos 1920 e 1930. São Paulo: Alameda, 2010.
BLACKING, John. How musical is man? 6. ed. Seattle: University of Washington Press, 2000, 1973.
LACKING, John. Music, Culture, and Experience. Selected Papers. BYRON, Reginald (Ed.). Chicago: University of Chicago Press, 1995.
CAZES, Henrique. Choro: do quintal ao Municipal. 4. ed. São Paulo: Editora 34, 2010.
CHAFFIN, R.; LEMIEUX, A. F.; CHEN C. Spontaneity and Creativity in Highly Practised Performance. In: DELIÈGE; WIGGINS (Eds.). Musical Creativity. Hove and New York: Psychology Press, 2006. p. 200-2018.
CLAYTON, Martin. Entrainment, ethnography and musical interation. In: CLAYTON, Martin; DUECK Byron; LEANTE, Laura (Org.). Experience and Meaning in Music Performance. New York: Oxford University Press, 2013.
CONTIER, A. D. O nacional na música erudita brasileira: Mário de Andrade a questão da identidade cultural. Fênix, Uberlândia, v. I, p. 1-22, 2004.
CORTES, Almir. Improvisando em música popular: um estudo sobre o choro, o frevo e o baião e sua relação com a “música instrumental” brasileira. 2012. 285 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.
DINIZ, André. O Rio musical de Anacleto de Medeiros: a vida, a obra e o tempo de um mestre do choro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
LARA FILHO, Ivaldo; SILVA, Gabriela; FREIRE, Ricardo. Análise do contexto da Roda de Choro com base no conceito de ordem musical de John Blacking. Per Musi, Belo Horizonte, n. 23, p. 148-161, 2011.
LIMA REZENDE, Gabriel S. S. O problema da tradição na trajetória de Jacob do Bandolim: comentários à história oficial do choro. Tese (Doutorado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014.
LIVINGSTON-ISENHOUR, Tamara Elena; GARCIA, Thomas George Caracas. Choro: a social history of a Brazilian popular music. Bloomington: Indiana University Press, 2005.
MOURA, Rafael M. O toque de Midas do choro: estabilidade e fricção a luz das tópicas. Dissertação (Mestrado em Música) – Universidade de Brasília, Brasília, 2012.
RAPOSO de MEDEIROS, B. Ritmo na língua e na música: o elo possível. Música em Perspectiva, v. 2, p. 45-63, 2009.
REILY, Suzel. Voices of the Magi: enchanted jouneys in Southeast Brazil. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.
SEEGER, Anthony. Por que cantam os Kῖsêdjê: uma antropologia musical de um povo amazônico. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
SOUSA, Miranda Bartira Tagliari Rodrigues Nunes de. O Clube do Choro de São Paulo: arquivo e memória da música popular na década de 1970. Dissertação (Mestrado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2009.
TRAVASSOS, Elizabeth. John Blacking ou uma humanidade sonora e saudavelmente organizada. Cadernos de Campo (São Paulo, 1991), Brasil, v. 16, n. 16, p. 191-200, mar. 2007.
WISNIK, Jose Miguel; SQUEFF, Enio. Música. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1983.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 ORFEU
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.