Editorial

 

Editorial

 

 Teresa Mateiro

Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil

 

 Guilherme S. de Barros

Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil

 

Revista Orfeu

Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil

ISSN: 2525-5304

Periodicidade: Contínua

vol. 7, núm. 1, 2022

revistaorfeu@gmail.com

 

URL: https://periodicos.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/23026  

Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação.


Este trabalho está sob uma Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.

Editorial

Para atuar como editoras deste Dossiê foram convidadas as professoras Dras. Maria Cecília Torres e Ana Lúcia Louro, por serem pesquisadoras de referência no campo da pesquisa (auto)biográfica em educação musical. Suas teses foram orientadas pela professora Dra. Jusamara Souza, líder do Grupo de Pesquisa Educação Musical e Cotidiano (EMCO): a primeira, defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação (2003) e segunda no Programa de Pós-Graduação em Música (2004), ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os dois trabalhos acadêmicos exploram as teorias do cotidiano e a identidade profissional docente na área de música, usando como metodologia o método biográfico que tem o relato de vida e a autobiografia como eixos de pesquisa.

Maria Cecília de Araújo Rodrigues Torres foi professora de música na escola de educação básica por mais de 20 anos. Foi professora e coordenadora de ensino dos cursos de Pedagogia da Arte na Fundação de Artes (Fundarte), da Universidade do Estado do Rio Grande do Sul (UERGS), bem como exerceu as mesmas funções no curso de Licenciatura em Música do Centro Universitário Metodista (IPA), na capital gaúcha. Por vários anos, foi presidente do Conselho editorial e editora da Revista da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM).

Ana Lúcia de Marques e Louro-Hettwer é professora titular na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde trabalha como professora dos cursos de Música e do Programa de Pós-graduação em Educação. Ao longo dos anos orientou 19 dissertações de mestrado, sete de doutorado, ademais de inúmeros trabalhos de conclusão de curso e projetos de iniciação científica, com temáticas vinculadas às linhas de pesquisa do Grupo que coordena, intitulado Auto-narrativas de práticas musicais (NarraMus).

Praticamente quase 20 anos depois da primeira tese de doutorado, a da professora Maria Cecília Torres, a temática deste Dossiê é inédita entre os periódicos da área de música. Desse modo, podemos afirmar que este número é um marco para a área de educação musical, pois por meio da elaboração de trabalhos acadêmicos, estão se abrindo outras possibilidades metodológicas e epistemológicas para produzir conhecimento a partir das experiências vividas e narradas pelos sujeitos. Assim, tivemos como propósito promover um espaço de intercâmbio acadêmico, inovador e especializado, entre os poucos grupos de pesquisa do país que trabalham nessa linha.

Neste Dossiê, destacamos os cinco artigos publicados, resultante da produção do Grupo de Pesquisa Educação Musical e Autobiografia, liderado pela professora Dra. Delmary Vasconcelos de Abreu, da Universidade de Brasília (UnB). Outros grupos estão também representados. Entretanto, o mais importante é colocar em circulação resultados de pesquisa, estudos do tipo estado do conhecimento, ensaios e discussões teórico- metodológicas, com a finalidade de promover e destacar a perspectiva da pesquisa (auto)biográfica em educação musical como uma comunidade de prática.

Agradecemos o tempo, a disponibilidade e o empenho de Cecília e Ana, tornando concreto o sonho e o desejo de um grupo de professoras da área de educação musical que vem trabalhando com pesquisa na abordagem das (auto)biografias.

Por fim, ainda neste volume 7, número 1, queremos sublinhar a publicação de dois ensaios aprovados na seção Temática livre e uma tradução. Alexandre Eleutério Rocha, Flávio Santos Pereira e Luis Abraham Cayón Durán, da UnB, analisam os aspectos marcantes da estética e linguagem do blues, um gênero musical afro-americano secular. Por sua vez, Silvia Cordeiro Nassif, professora da Unicamp, reflete sobre questões teóricas e epistemológicas dos trabalhos de pesquisa produzidos na graduação e na pós- graduação. Na sessão Traduções, a entrevista gravada em vídeo feita por Flávia Motoyama Narita (UnB) à professora inglesa Lucy Green, foi transcrita e, posteriormente, traduzida para o português por Luciana Hamond, professora da UFMT. A temática é sobre a aprendizagem musical informal.

Convidamos leitores e leitoras a serem também autores e autoras. Como escreveu Morin (2003, p. 258)1: “Necessidade de escrever, isto é, de encontrar um modus vivendi com a fantasia. Desde, então, escrevo para conhecer, refletir, trabalhar agir, comunicar, existir. E escrever é mais do que nunca, sim, a palavra correta, modus vivendi”.

Florianópolis, dezembro de 2022.

Profa. Dra. Teresa Mateiro

Prof. Dr. Guilherme S. de Barros

Editores da Revista Orfeu

Referências

Morin, Edgar. X da questão: o sujeito à flor da pele. Porto Alegre: ArtMed, 2003. Trad. de Fátima Murad.