Autobiografias de designers de moda como ferramentas para pesquisa histórica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1982615x08162015005

Palavras-chave:

designer de moda, autobiografia, autoria, autoexpressão, história da moda

Resumo

Os designers de moda constituem uma parte da moda ocidental moderna e estão entre as mais intrigantes e controversas figuras. A moda é um sistema centrado no design, mas que tende a excluir o designer do discurso teórico e histórico. Em outros campos das produções culturais, artistas e arquitetos deram um enfoque crucial - por meio de seus escritos - sobre os principais temas em suas áreas, contribuindo assim para desenvolvê-los na historiografia e na literatura. No caso da moda, ao contrário, o material textual que os designers de moda produzem é considerado promocional para eles próprios, para suas coleções e para sua marca. Esta interpretação é aceita pela indústria da moda, bem como pelos estudos de moda, que reconhecem a contribuição extremamente limitada dos designers à historiografia e à crítica. Este trabalho pretende discutir o papel histórico e contemporâneo das explanações dos designers no campo da moda. Levando-se em consideração as publicações de estilistas de moda do século XX e XXI, o trabalho explora relatos autobiográficos de designers de moda sobre sua entrada no mundo da moda, com especial atenção a sua educação e aos períodos como aprendizes[1]. Também se apresenta uma visão sobre as dificuldades que os designers encontram na gestão de sua imagem pública.


[1] NT: Na França, muitos jovens que não fazem ensino superior entram em um sistema de formação vocacionada (direcionado ao trabalho) ou se tornam aprendizes de algum ofício através da apprentissage. O programa que forma os aprendizes engloba pessoas geralmente entre dezesseis e vinte e seis anos que completaram o ensino básico, proporcionando uma formação geral, teórica e prática, e os certifica profissionalmente. A apprentissage é uma combinação de aprendizagem na prática, com disciplinas oferecidas um ou dois dias por semana (um mínimo de 400 horas por ano em um centro de treinamento de aprendiz (centre de formation d’apprentis/CFA/ CFA). O período como aprendiz dura de um a três anos, dependendo do tipo de profissão e a qualificação requerida. Na carreira voltada à criação de moda, percebe-se uma grande importância dessa etapa na formação dos designers. 

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Publicado

2015-07-01

Como Citar

VACCARI, Alessandra; ESTEVES, Jennifer. Autobiografias de designers de moda como ferramentas para pesquisa histórica. Modapalavra e-periódico, Florianópolis, v. 8, n. 16, p. 005–24, 2015. DOI: 10.5965/1982615x08162015005. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/modapalavra/article/view/1982615x08162015005. Acesso em: 20 dez. 2024.