ModaPalavra, Florianópolis, V. 17, N. 43, p. 203-256, jul/dez. 2024
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
Prata, entre outros. No entanto, os prossionais citados parecem
usar as redes apenas para complementar sua atuação e não focam
suas carreiras apenas nas redes sociais.
Para tratar melhor das dimensões da inuência, Campbell e
Farrel (2020) propõem uma classicação dos inuenciadores levando
em consideração o número de seguidores, entre outros fatores. De
modo que, “nano inuenciadores” possuem até 10 mil seguidores,
“micro inuenciadores” possuem entre 10 e 100 mil seguidores,
“macro inuenciadores” possuem entre 100 mil e 1 milhão de
seguidores e “mega inuenciadores” ou “celebridades” possuem
mais de 1 milhão de seguidores. As “celebridades” se diferenciam
de “mega inuenciadores” à medida em que são reconhecidos pelo
público fora do contexto das redes sociais.
No ramo prossional da inuência de moda, Chiara Ferragni,
Aimee Song e Alexa Chung são nomes que se destacam mundialmente.
Já no Brasil, entre as maiores inuenciadoras de moda no Instagram,
estão: Thássia Naves, Camila Coelho, Helena Bordon, Silvia Braz
e Camila Coutinho. Todas elas sendo classicadas como “mega
inuenciadoras” (Campbell e Farrel, 2020), contando com mais de
um milhão de seguidores. Observa-se, nos pers de todas elas, um
estilo de vida luxuoso, exibição de “looks do dia” e a divulgação de
diversos produtos em parceria com grandes marcas.
Essa presença da publicidade no conteúdo das “mega
inuenciadoras” nos permite estabelecer um paralelo com a estrutura
das revistas de moda. Sendo possível assim que, embora seja um
conteúdo muito admirado, os espectadores vejam essa realidade
como algo distante da sua própria. No Brasil, Karhawi (2021)
arma que tal desalinhamento entre conteúdo e realidade foi alvo
de críticas durante a pandemia de Covid-19. Nesse período o papel
das inuenciadoras foi questionado diante da constante postagem de
“looks do dia” e ans enquanto o país enfrentava a pandemia e uma
crise econômica que afetou diversos setores.
Segundo Karhawi (2021), quando as blogueiras se
prossionalizam e atingem o patamar de inuenciadoras, inicia-se
uma discussão sobre a ética e responsabilidade inerentes à função