A relação solidária entre oralidade e linguagem gráfica na Educação Infantil: um estudo de caso sobre o desenvolvimento do pensamento antes da alfabetização
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984723826622025040Palavras-chave:
educação infantil, estudo de caso, metáforas, linguagem gráfica, linguagem oralResumo
Este estudo investigou como a Educação Infantil pode criar condições favoráveis para que crianças desenvolvam capacidades de pensamento, leitura de mundo e expressão antes dos processos formais de alfabetização, por meio da análise da relação solidária entre oralidade e linguagem gráfica. Utilizou-se um estudo de caso qualitativo desenvolvido no contexto do Observatório da Cultura Infantil (OBECI), focalizando uma investigação sobre teorias infantis acerca do crescimento corporal. A pesquisa acompanhou um grupo de cinco crianças de cinco anos durante sete meses (maio-novembro/2019), analisando dados documentais que incluíam registros escritos, fotografias, filmagens e produções infantis. O trabalho fundamentou-se em três pilares teóricos: a perspectiva de Bruner (2000) sobre a vontade de aprender das crianças; as ferramentas cognitivas de Egan para desenvolvimento da linguagem oral (2007, 2001a, 2001b); e o conceito de Malaguzzi (2001, 2005) sobre a relação solidária das “cem linguagens” das crianças. As análises revelaram que as crianças utilizam estratégias metacognitivas complexas, empregando metáforas, oposições binárias e narrativas para elaborar suas teorias. A linguagem gráfica funcionou como plataforma democrática para expressão do pensamento, permitindo negociação de significados e aprofundamento das investigações infantis. O artigo reforça que a relação entre oralidade e desenho, mediada por escolhas pedagógicas intencionais, possibilita às crianças desenvolverem competências essenciais para pensar, simbolizar e expressar-se, equipando-as com ferramentas cognitivas fundamentais para seu desenvolvimento integral antes da alfabetização formal.
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