Aparelhos privados de hegemonia e discursos privatistas no Ensino Médio amapaense
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984723822492021156Resumo
A privatização da educação pública no Brasil se manifesta de diversas formas, incluindo a participação de grupos empresariais e de Aparelhos Privados de Hegemonia (APH) na definição da agenda educacional. O objetivo desse texto foi o de analisar o discurso de um desses Aparelhos, o Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), na implementação do Ensino Médio público em Tempo Integral (EMTI) no Amapá no período entre 2016 e 2018. Tivemos em vista identificar os seus mecanismos de atuação na implementação dessa política e investigar o discurso privatista no que tange à gestão das Escolas Estaduais em Tempo Integral no estado. A pergunta central que orientou a investigação foi: que discursos e práticas têm se constituído na relação entre os interesses privatistas e os sujeitos envolvidos na implementação do EMTI no Amapá, após 2016? Para alcançar os objetivos propostos, realizamos exame de documentos nacionais e estaduais referentes à Política de Educação em Tempo Integral e entrevistas semiestruturadas com 12 sujeitos. Foi possível concluir que há no EMTI uma política gerencialista que expressa a cultura de metas, planilha de indicadores, índices de produtividade, avaliação e a ideologia da qualidade educacional; ademais, que a atuação governamental, em aliança com um Aparelho Privado de Hegemonia burguesa, é fundamental para implementação da ETI no Amapá e tem reforçado a mercantilização do processo escolar, garantindo a hegemonia das políticas neoliberais no âmbito da educação.
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