Mito, mídia e formação sociocultural - Um olhar sobre o personagem transgênero em Sense8

Autores

  • Hertz Wendel de Camargo
  • Janiclei Aparecida Mendonça

Resumo

A Netflix é uma empresa americana que oferta serviços de televisão por internet a mais de 40 países que, juntos, mensalmente, consomem mais de um bilhão de horas em séries, filmes e produções originais. O presente trabalho destaca um dos últimos lançamentos da empresa, a série Sense8. A primeira temporada apresentou oito personagens de etnias, gêneros, sexualidades, culturas e realidades distintas, em diferentes partes do mundo, psiquicamente conectados, compartilhando talentos, conhecimentos, memórias e sentimentos, apontando para uma experiência mítica. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é analisar a estrutura mítica presente na relação da heroína transgênera com o plot e o subplot da série no intuito de averiguar se a questão da transexualidade influencia ou não na narrativa primordial. A escolha do tema justifica-se pelas produções midiáticas constituírem parte indelével da formação sociocultural do homem contemporâneo e pela abordagem do transgênero, assunto em voga no atual panorama social. Para tanto, utilizou-se, como base, a metodologia que denominamos “Quaternidade Mítica da Narrativa Audiovisual”, baseada nos estudos de Jung, nos anos 1940, e Canevacci (1990). Conclui-se que a pesquisa do mito no cinema pode ser aplicada às produções audiovisuais seriadas, além de validar os estudos culturais a partir de diferentes produções midiáticas, revelando que, dos mitos às mídias, cada contexto histórico se pauta em linguagens e narrativas do seu tempo mantendo vivas suas mitologias e, assim, revelar como o mito participa da educação visual do homem e como proporciona uma leitura plausível da nossa atual condição cultural.

Palavras-chave: Mito; Série audivisual; Transexualidade; Sense8.

 

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Publicado

2016-05-30

Como Citar

DE CAMARGO, Hertz Wendel; MENDONÇA, Janiclei Aparecida. Mito, mídia e formação sociocultural - Um olhar sobre o personagem transgênero em Sense8. Revista Linhas, Florianópolis, v. 17, n. 34, p. 149–178, 2016. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/view/1984723817342016149. Acesso em: 16 nov. 2024.