As aulas de leitura e escrita em Sergipe para meninas, na passagem do século XIX e XX
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984723816302015085Resumo
Este estudo tem como intenção investigar os materiais escolares utilizados no ensino da leitura e da escrita de meninas, principalmente na passagem do século XIX para o século XX: livros, cartilhas, lápis, penas, traslados, cadernos de caligrafia, lousas de ardósia, entre outros. O estudo fundamenta-se nos pressupostos teórico-metodológicos da História Cultural e da História da Educação, utilizando principalmente as categorias de representação e apropriação de Roger Chartier e cultura material escolar de Rosa Fátima de Souza. As primeiras aulas públicas de primeiras letras para meninas em Sergipe iniciaram seu funcionamento em 1831, cumprindo as exigências determinadas pela Lei Imperial de 1827. A expansão destas primeiras aulas foi gradual e, no final do século XIX, as escolas particulares para meninas dividiam a função de educação das jovens com as aulas públicas femininas e mistas. No ano da Proclamação da República, Sergipe já contava com 172 escolas de primeiras letras, sendo 78 masculinas, 20 femininas e 74 mistas. No início da década de 1920, seis grupos escolares estavam em funcionamento na cidade de Aracaju, atendendo alunos e alunas. A modernização da escolarização primária feminina em Sergipe aconteceu aliada à criação e expansão dos grupos escolares não apenas na capital, mas também no interior do Estado. A medida, além de ampliar o acesso das meninas à educação pública, permitiu maior espaço para o exercício do magistério às professoras no restrito ambiente da sala de aula. Espera-se contribuir para elucidar alguns dos dispositivos das práticas da educação feminina em Sergipe, no período pesquisado.
Palavras-chave: Educação feminina; História; Sergipe.Downloads
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