Os professores da Escola Normal do Pará no período de 1900 a 1919
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984723822492021373Resumo
O artigo trata da trajetória de professores da Escola Normal do Pará no período de 1900 a 1919, com o objetivo de verificar se tais trajetórias os revelam como intelectuais de seu tempo. O estudo teve como referência o conceito de práticas culturais de Michael de Certeau (2014). A concepção de intelectual se baseou em Vieira (2011, 2015), para quem as regras de reconhecimento do intelectual incluem credenciais formais como diplomas e títulos, mas também a capacidade de persuasão decorrente de habilidades retóricas e textuais. Com base no método da prosopografia utilizou-se como procedimento de pesquisa o estudo documental. Dos trinta e quatro professores encontrados, foram analisados seis. A formação desses professores era variada: direito, engenharia, literatura e sacerdotal. Além de professores, exerceram outras profissões como: jornalista, escritor, compositor, crítico de arte, pianista, poeta, literato, prosador e noticiarista. Assumiram cargos e posições de destaque social como: cônsul em Caiena, diretor da instrução pública, diretores de escola, deputado estadual, prefeito, desembargador do Tribunal de Justiça, membro do Conselho Superior de Ensino, membros fundadores da Academia Paraense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Tais posições sociais e profissionais evidenciam o exercício de liderança política, distinção social, habilidades de oratória e poder de persuasão. Suas habilidades orais e escritas lhes permitiam não apenas produzir literatura, arte e conhecimentos, mas também a elaboração e veiculação de ideias. Como figuras públicas influenciavam o meio acadêmico, literário e político da sociedade em que viviam. Sem dúvida, eram intelectuais de seu tempo.
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