Do ator ao espectador: a voz que toca
DOI:
https://doi.org/10.5965/1808312904062009072Palavras-chave:
teatro, voz, sonoridade, treinamento da voz, capacidade vocalResumo
Este artigo tem por objetivo refletir sobre o uso da voz e da palavra no teatro como meio eficaz para o alcance do espectador, não somente em termos de audição e com- preensão, mas de modo que possa sensibilizar e envolver o público. Ainda que as palavras carreguem um conteúdo semântico inegável, é o significante – a forma como se explora as sonoridades para gerar sentidos – que pode tornar a cena mais orgânica e de maior envolvi- mento com o público. Para tal reflexão, foram pesquisados alguns teóricos do teatro com o intuito de entremear o uso da voz e da palavra/texto no trabalho do ator e como o teatro no século XX, a partir da decadência do textocentrismo, passa a preocupar-se muito mais em atingir o espectador e envolvê-lo por vias sensoriais e não mais em representar os textos de forma declamatória. Foi dado um enfoque especial a três dos principais nomes do teatro daquele século: Stanislavski, Artaud e Grotowski. Esta análise mostrou que um ponto de intersecção entre os autores é a percepção do espectador e o quanto a voz é capaz de envolver o público, podendo aflorar sentimentos a partir das sonoridades produzidas, seja nas palavras ou através de sons não verbais. Por fim, se faz uma reflexão sobre a importân- cia do treinamento técnico da voz para que o alcance do espectador, através da via sonora, se efetive não apenas intuitivamente, mas sim fazendo com que o ator tenha domínio de toda a sua capacidade vocal, independentemente do objetivo estético que vise atingir.Downloads
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