Diretrizes para projetos
de tecnologia assistiva com valores da moda: abordagem Behaviorista contra o
estigma social
Guidelines for
assistive technology projects with fashion values: a Behavioral approach
against social estigma
Julia
Marina Cunha
Mestranda em Design
pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – juliamarinac@gmail.com –
http://orcid.org/0000-0002-6023-5368
Letícia
Takayama
Mestranda em
Design pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) –
takayamaleticia@gmail.com – http://orcid.org/0000-0002-3180-9158
Giselle
Merino
Doutora em Engenharia
de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – gisellemerino@gmail.com – http://orcid.org/0000-0003-4085-3561
Richard
Perassi
Doutor em Comunicação
e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – richard.perassi@gmail.com
– http://orcid.org/0000-0003-0696-4110
Resumo
Neste artigo, são
propostas quatro diretrizes integradas para projetos de produtos ou
dispositivos de tecnologia assistiva (TA). As diretrizes foram redigidas a
partir de informações e argumentos resultantes de pesquisa teórica, em textos
de diversos autores. As fontes de pesquisa foram selecionadas em uma etapa
exploratória, pesquisadas em bases digitais online.
O tema de estudo é a relação entre os dispositivos assistivos e o estigma
social das pessoas consideradas deficientes. A proposição central é a associação
estético-simbólica positiva dos projetos de dispositivos assistivos à cultura
da moda. Isso é justificado pela possibilidade de alteração do comportamento
social em função de mudanças socioambientais, como indica a teoria Behaviorismo Radical no contexto de Psicologia Comportamental.
Palavras-chave: Cultura da moda. Design de produto. Comportamento. Ambiente social.
Abstract
In this article, four integrated
guidelines are proposed for assistive technology (TA) products or devices. The guidelines
were written based on information and arguments resulted from theoretical
research, in texts from several authors. The sources of the research were
selected in an exploratory stage, searching in online digital databases. The
topic of study is the relationship between the assistive devices and the social
stigma of people considered disabled. The central proposition is the positive
aesthetic-symbolic association in the project of assistive devices to the
fashion culture. This is justified by the possibility of altering social
behavior due to socioenvironmental changes, as indicated by the Radical
Behaviorism theory in the context of Behavioral Psychology.
Keywords: Fashion culture. Product design. Behavior. Social environment.
Recebido
em: 25/10/2018
Aceito em:
04/02/2019
Considerando-se a literatura, especialmente os
romances, como o clássico popularizado com o título “O Corcunda de Notre-Dame”
(1831) de Victor Hugo, a deficiência física ou mental foi historicamente
relacionada com características depreciativas, como incapacidade e fraqueza. O
comportamento operante de marginalização de pessoas consideradas deficientes
foi consolidado desde a antiguidade, definindo um processo cultural de
diferenciação ou estigmatização.
Para Crocker, Major e Steele (1998), uma
pessoa estigmatizada é uma pessoa cuja identidade fica comprometida diante do
grupo social, colocando em dúvida a plenitude de sua condição humana. Também, o
estigma pode ser provocado, evidenciado ou reforçado por comportamentos,
produtos ou ambientes que enfatizam a deficiência.
Considerando-se a participação de
comportamentos, produtos e ambientes no processo de reforço ou superação dos
estigmas, é necessário salientar a possibilidade e a necessidade de
desenvolvimento consciente e eficiente dos projetos de produtos e ambientes.
Entre outros profissionais e pessoas em geral, destacam-se as ações conscientes
e eficientes de engenheiros, arquitetos e designers, no desenvolvimento de
projetos e produtos que promovam a superação dos estigmas e a integração
político-social das pessoas. Especialmente, deve-se considerar que produtos e
ambientes também influenciam ou definem comportamentos, podendo estimular
círculos virtuosos de interação e integração sociopolíticas.
O trabalho continuado de diferentes
profissionais desenvolve e aplica sistemas de conceitos, procedimentos e
instrumentos, que caracterizam as “tecnologias assistivas” (TA), por serem
especialmente destinadas à integração social de pessoas com deficiência
(PcD). Em síntese, as tecnologias
assistivas desenvolvem e oferecem dispositivos para que as pessoas conquistem
mais independência e capacidade de (1) interação e (2) integração social:
1.
Para
a interação social são primeiramente necessários recursos e dispositivos
funcionais, que devem facilitar ou garantir mobilidade, percepção sensorial ou
cognitiva e expressão pessoal.
2.
Para
a integração social, entretanto, são também necessários recursos
estético-simbólicos que promovam autoestima e autoconfiança na pessoa, por
apresentarem sinais estético-expressivos e aspectos simbólicos que colaboram
com sua aceitação pelo grupo social.
De
maneira geral, os projetos de produtos voltados ao acesso e ao aprimoramento da
interação social ou interpessoal são predominantemente focados nos atributos
funcionais. Comumente, esses são esteticamente apresentados como produtos
médicos, reforçando o comportamento socialmente estigmatizado e relacionado à
deficiência (NEWELL, 2003).
Observa-se que a integração social ocorre
predominantemente fora do ambiente médico-hospitalar. Inclusive, nos ambientes
sociais cotidianos, os comportamentos e os elementos de convívio são diferentes
do contexto médico-hospitalar. Isso requer cuidados diferenciados com relação
aos aspectos estético-simbólicos, históricos e culturais associados aos produtos
(RAVNEBERG; SÖDERSTRÖM, 2017).
Comumente, os dispositivos assistivos são
produtos utilizados junto ao corpo. Assim, participam do sistema
físico-configurativo da identidade pessoal, como um acessório que interfere na
percepção e no significado do corpo (FORTUNATI; KATZ; RICCINI, 2003).
Culturalmente, há o jogo social entre o comum
e o incomum. Em geral, as pessoas procuram se destacar pelo bom gosto. Assim,
apresentam-se de maneira incomum, porque personalizam elementos e artifícios já
aceitos nos códigos socioculturais vigentes.
Por exemplo, ao longo do tempo, os dispositivos assistivos designados
como óculos foram produtos totalmente integrados no contexto sociocultural da
moda. Há pessoas que não sofrem de fotofobia e, mesmo assim, insistem usar
óculos em dias de sol ameno, porque consideram que, estética e simbolicamente,
o produto é um atributo positivo na composição de sua identidade social.
Inclusive, no conjunto dos modelos ofertados, as pessoas procuram escolher e
usar pares de óculos que, de maneira especial ou incomum, marquem positivamente
sua presença no ambiente social.
Em geral, acredita-se que, comumente, os
produtos de moda valorizam a autoimagem das pessoas, estimulando também
comportamentos mais receptivos por parte do grupo social. A pessoa positivamente percebida tende a ser
admirada e melhor acolhida.
Os produtos de moda, como peças de vestuário e
outros acessórios pessoais são signos sociais da linguagem não verbal (LURIE,
2000). Tais signos são integrados ao modo de expressão e à identidade
individual, participando diretamente na composição da imagem social das pessoas
(KATZ, 2008). Há muito tempo, a evolução
cultural da humanidade revestiu comportamentos e produtos com atributos
socioculturais de caráter estético-simbólico. Entre outros exemplos, a função
de proteção de vestimentas e acessórios foi continuamente revestida por
sentidos estéticos e significados simbólicos, desde a pré-história (PENDERGAST;
PENDERGAST; HERMSEN, 2004).
O uso de objetos e os ritos de adorno do corpo
foram incentivados por reforços positivos de atração, admiração e aceitação
interpessoal ou pública, sustentando o processo cultural, que incentivou a
ampliação da moda aos diferentes grupos da sociedade (SVENDSEN, 2006). Os produtos de uso e as atitudes pessoais
influenciam no comportamento dos integrantes do grupo social, porque constituem
discursos não verbais que, especialmente, afetam os interesses de aproximação,
repulsa ou medo, interferindo na aceitação ou rejeição do grupo social.
Além disso, os produtos de uso pessoal também
e principalmente interferem na autoimagem das pessoas e influenciam suas
atitudes nos grupos sociais. Entre outros aspectos, os produtos de uso pessoal
também são elementos estético-simbólicos influentes, como mediadores das percepções
e dos comportamentos da pessoa usuária e das pessoas que participam de seus
grupos sociais.
Em língua inglesa, o termo behavior significa comportamento ou
comportar-se e, com base em alguns conceitos de teorias consideradas behavioristas, apresenta-se neste artigo
uma reflexão sobre dispositivos assistivos influenciadores e mediadores de
comportamentos, como produtos de uso pessoal relacionados ao contexto da moda.
Nos estudos em Behaviorismo, é indicado que o “comportamento operante” é moldado por
influências ambientais. Por sua vez, autores como Adams, Bell e Griffin (2007)
denunciam que, antes do século XX, a partir dos costumes de antigas
civilizações, as pessoas consideradas deficientes foram discriminadas e
marginalizadas ou estigmatizadas de maneira negativa. Contudo, após a Segunda
Guerra Mundial (1945), houve expressiva redução da visão negativa,
principalmente, devido às sequelas da guerra (DICHER; TREVISAM, 2014; BODINE,
2013).
Para Schewinsky (2004), os primeiros indícios
do estigma à deficiência são encontrados na antiga cultura greco-romana, porque
eram valorizadas as características corporais adequadas para a guerra. No
período medieval o que era considerado anomalia física ou mental referia-se aos
atributos maléficos relacionados com ocultismo e bruxaria. Inclusive, as
crianças estigmatizadas eram condenadas à morte ou ao abandono. As mudanças
mais relevantes ocorreram no século XX, como consequências das duas grandes
guerras mundiais. Isso incluiu programas de reabilitação para mutilados, ampliando
as forças produtivas das cidades que necessitavam ser reconstruídas (DICHER;
TREVISAM, 2014).
Apesar da mudança perceptiva a partir de
meados do século XX, o estigma com relação às pessoas consideradas deficientes
ainda não foi totalmente superado. Mas, a partir dessa mudança, foram
desenvolvidos estudos continuados e apresentadas diretrizes, para o
desenvolvimento de dispositivos assistivos. Mais especialmente, como produtos
de uso pessoal, cujas qualidades estéticas e os aspectos simbólicos favoreçam a
autoestima e a aceitação social. A relação com a moda é destacada neste artigo
porque, sob a visão behaviorista, Baum (2005) assinala que as características
estéticas dos produtos definem aspectos simbólicos. Assim, considera-se que a
associação sensorial dos produtos com sinais e signos da moda interfere
positivamente na percepção e no comportamento do usuário e das pessoas do grupo
social.
Como resultantes do estudo realizado, são aqui
apresentadas quatro diretrizes, para orientar o desenvolvimento de projetos de
tecnologia assistiva (TA) em associação com a cultura da moda, visando reduzir
o estigma que ainda atinge pessoas socialmente consideradas deficientes.
Trata-se de um estudo de conhecimento aplicado
ou “pesquisa aplicada”, que resultou na proposição de quatro diretrizes, como
recursos incrementais à metodologia de projetos. Na pesquisa aplicada, considera-se a necessidade
do conhecimento, de acordo com a aplicação dos resultados, visando “contribuir
para fins práticos, como solução mais ou menos imediata do problema encontrado
na realidade” (BARROS; LEHFELD, 2000, p. 78).
Para
explicar e justificar a proposição das diretrizes, neste artigo são brevemente
descritos: (1) conceitos; (2) argumentos, e (3) procedimentos, que orientam a
associação entre tecnologia assistiva e cultura da moda.
As etapas de realização da pesquisa foram
caracterizadas por: (1) estudo exploratório em bases digitais online da produção teórica já existente;
(2) seleção das fontes de interesse; (3) estudo teórico-bibliográfico nas
fontes selecionadas para coleta de conceitos e informações; (4) organização,
descrição e interpretação de informações, de acordo com a teoria Behaviorismo Radical, e (5) proposição
das diretrizes.
Na etapa exploratória, foram realizadas buscas
em bases de dados digitais online, Scopus
e SciELO, respectivamente de língua
inglesa e portuguesa. As palavras-chave utilizadas foram: "estigma/ stigma", "deficiência/
disability", "tecnologia assistiva/ assistive technology", "moda/ fashion", "estética/ aesthetic",
"behaviorismo radical/ radical
behaviorism" e "comportamento/
behavior".
A descrição completa da pesquisa exploratória
foi apresentada em outro relatório. Neste artigo, a seleção dos textos foi
especificamente direcionada para a apresentação das ideias de interesse. Foram
selecionados informações e argumentos que, direta ou indiretamente, auxiliam na
evidenciação da relação positiva entre projetos de tecnologia assistiva (TA) e
cultura da moda. Tal relação é mediada pelos conceitos de “estigma social” e
“comportamento operante”.
No contexto deste estudo, o conceito “estigma”
caracteriza a atitude social negativa diante de alguma característica pessoal
congênita ou adquirida. Além disso, considera-se que procedimentos, ambientes e
especialmente produtos, podem assinalar a característica já estigmatizada
socialmente. Em geral, a deficiência requer que a pessoa use produtos para lhe
auxiliar ou assistir (BICHARD; COLEMAN; LANGDON, 2007). Mas, há produtos que
potencializam o estigma social, porque ressaltam as características
estigmatizadas.
O estigma, portanto, não é um traço da
deficiência ou do produto usado, sendo resultante da relação negativa entre um
atributo físico ou mental e as percepções e expectativas das pessoas do grupo
social (figura 1), sobre o que é normal ou comum em uma determinada situação
(BISPO; BRANCO, 2008).
Por serem comumente e prioritariamente focados
nos benefícios funcionais, inclusive, com aparência de produtos ou equipamentos
médicos, os dispositivos assistivos tendem a ressaltar, para os
estigmatizadores, características já estigmatizadas, reforçando na imagem da
pessoa estigmatizada os estereótipos da deficiência e, consequentemente, o
estigma social (figura 1).
As pessoas que não são profissionais de saúde
ou que não convivem rotineiramente com a cultura médico-hospitalar sentem que
sua estabilidade psicológica ou emocional é ameaçada por referências e
lembranças associadas aos dispositivos assistivos. No meio social, são
comumente vistos como produtos especiais, diretamente relacionados à debilidade
humana (SHINOHARA; WOBBROCK, 2011).
Figura 1:
Representação gráfica da dinâmica do estigma
Fonte: adaptado de Vaes (2014).
Há um efeito negativo direto na autoimagem das
pessoas estigmatizadas, porque o preconceito social é também interiorizado por
elas mesmas. Isso aumenta sua dificuldade de interação e integração social
porque, devido ao preconceito compartilhado, os sinais diferenciados costumam
humilhar a pessoa e intimidar psicologicamente os integrantes do grupo
social.
Entre os sinais perceptivos, os objetos
socialmente apresentados cumprem papel importante na construção da identidade
pessoal e da imagem pública das pessoas. Há objetos cujo uso público depende da
livre escolha da pessoa, mesmo que se considerem possíveis benefícios
estético-simbólicos ou funcionais, pessoais ou sociopolíticos. Mas, há outros
objetos que são impostos por diversas razões étnico-culturais, religiosas ou
sociopolíticas. Também, há os objetos impostos por limitações mentais ou
biofísicas.
Em grande parte, os dispositivos assistivos
são objetos utilizados publicamente por necessidade (BISPO; BRANCO, 2008). Mas,
como os produtos em geral, os dispositivos assistivos também expressam valores,
que são observados, interpretados e avaliados, de acordo com percepções
pessoais e sociais, positivas e negativas (VAES, 2014).
A aparência do corpo e suas manifestações
ativas, percebidas por sentidos e sensores diversos, caracterizam o primeiro
sistema de expressão e comunicação das pessoas que, continuamente, foi
acrescido com vestimentas, acessórios, instrumentos e produtos de uso pessoal
(FORTUNATI; KATZ; RICCINI, 2003). Ao longo da existência humana, o corpo é
suporte e meio de produção de linguagem (KATZ, 2008).
A palavra “moda” é oriunda do latim modus (maneira), como: uso, estilo ou
hábito aceito, que pode variar conforme a época e as influências do meio. Com
significado semelhante, o termo fashion
é usado na língua inglesa, apesar de ser etimologicamente decorrente da palavra
francesa façon (modo) (CIDREIRA, 2006).
Moda, vestimenta e adorno são palavras que
representam práticas significativas da vida diária, representando modos como a
ordem sociopolítica é experienciada, explorada, comunicada e reproduzida.
Aquilo que a pessoa escolhe vestir, também, é o modo como escolhe se
diferenciar e expressar a própria identidade na vestimenta (BARNARD, 2003).
Portanto, a pessoa expressa seu posicionamento psicossocial pela linguagem de
roupas e acessórios, com cores, formatos e adereços sustentados pelo corpo e
dinamizados por suas ações. Assim, o comportamento da pessoa e dos integrantes
do grupo social é psicologicamente e fisicamente influenciado por vestimenta e
acessórios (KATZ, 2008).
Desde
sempre, a vestimenta e os acessórios em conjunção ao comportamento público
provocaram reações estéticas e associações simbólicas, representando status, classe ou função social. Isso
também é associado às características e ao uso público de objetos ou produtos
pessoais, que são apresentados junto ao corpo das pessoas (VAES, 2014).
O conceito de moda implica no conjunto
temporário e renovável de códigos que, positivamente, são associados aos
conceitos de atualidade e glamour,
como atributos de sinais perceptíveis em produtos e atuações. Esses códigos são
balizadores e, positivamente ou não, qualificam produtos e ações, de acordo com
seu potencial fashion. Também, há
códigos de moda que, positivamente, qualificam conjuntos clássicos de sinais
associados com valores mais permanentes de qualidade e elegância (PERASSI,
2014).
Na atualidade, ocorreu um amplo reposicionamento
na cultura da moda, incluindo-se o respeito à diversidade e a responsabilidade
socioambiental, entre outros aspectos que, também, ampliaram sua aceitação
social. Assim, a associação de produtos e atuações ao conceito de moda, ainda
mais que antes, contribui na percepção social positiva do grupo e no incremento
da autoestima das pessoas.
Diante do que foi exposto sobre o estigma que
recai sobre a aparência dos produtos médico-hospitalares. Considerando-se,
também, a crescente valorização da moda, como um conceito ampliado, pelo
reposicionamento em favor da popularização de produtos e ações fashion, incluindo a diversidade
étnico-cultural e de gênero e responsabilidade socioambiental. É possível e
coerente, ainda, considerar-se oportuna a associação dos projetos ou produtos
de tecnologia assistiva com os valores expressivos e conceituais da cultura da
moda.
Behaviorismo
Radical é uma
linha teórica da área de Psicologia
Comportamental, que considera a interação entre os organismos e o ambiente,
indicando que o comportamento de um organismo é uma resposta aos fatores
ambientais (SKINNER, 1974). Portanto, é o conhecimento das interações
ambientais que permite entender o comportamento do organismo, considerando-se a
história do condicionamento relacionado ao seu repertório comportamental
(ZILIO, 2010).
O comportamento possui fluxo contínuo e é o
resultado de um processo de atividades que nunca cessa. Para analisá-lo é
necessário dividir as ocorrências comportamentais em unidades menores
observáveis. O estudo dos fragmentos das ocorrências comportamentais permite
observar padrões e prever as respostas do organismo perante uma determinada
condição ambiental (ZILIO, 2010).
A previsão das respostas comportamentais é
baseada no conceito de “comportamento operante”, criado para sistematizar um
modelo de seleção por respostas e consequências. A resposta operante, neste
sentido, reflete a questão do reforço positivo ou negativo relacionado a uma
consequência. O reforço positivo fortalece o comportamento que o produziu,
aumentando a chance de vir a ocorrer novamente. Já o reforço negativo provoca a
redução ou a interrupção do comportamento (SKINNER, 1974; TEIXEIRA, 2010).
Do ponto de vista psicológico, é enfatizado o
papel do comportamento operante na avaliação das pessoas, como modo de formar
impressões a respeito e antecipar um comportamento (DITTMAR, 1992). Como foram
assinalados com relação às reações humanas ao que é socialmente considerado
deficiência, os padrões comportamentais observados como estigma, são
historicamente reforçados por um passado de marginalização e discriminação das
pessoas estigmatizadas (ADAMS; BELL; GRIFFIN, 2007).
É interessante assinalar que as guerras foram
centrais na antiguidade greco-romana, para a consolidação do estigma aos
inadequados para o combate, bem como para o combate ao estigma na modernidade,
devido à necessidade de reintegração dos mutilados na vida social produtiva.
Historicamente, portanto, houve reforços
comportamentais e simbólicos na consolidação do estigma. Primeiramente, na
antiguidade, foi negativamente considerada a inadequação física para a guerra.
Em seguida, houve o estigma simbólico-religioso do período medieval.
No século XX, a necessidade de readaptação
físico-funcional dos mutilados de guerra ao contexto social serviu de atenuante
para o estigma. Contudo, a tecnologia assistiva (TA) foi enfaticamente
direcionada à readaptação físico-funcional, inclusive, investindo em produtos
estética e simbolicamente associados à cultura médico-hospitalar. Isso reforçou
comportamentos mecanicamente interativos, mas simbolicamente restritivos.
Nessas condições, o comportamento operante da pessoa e dos integrantes do grupo
social é pouco integrativo. O ambiente, os objetos e as atitudes salientam
diferenças, determinando barreiras comportamentais à participação das pessoas
nos grupos sociais (RONCOLETTA, 2014).
É necessário fortalecer os aspectos
estético-simbólicos favoráveis à integração psicossocial. Assim, a visualidade
e outros estímulos sensório-simbólicos relacionados à cultura da moda podem e
devem ser integrados nos projetos de produtos assistivos. Juntamente com
vestimentas, acessórios e atitudes, os produtos assistivos também participam do
conjunto de signos materiais e performáticos que estimulam comportamentos
socioculturais integradores.
Observou-se que, nas análises dos fragmentos
de ocorrências, há um padrão de comportamento operante direcionado à redução do
estigma. Considerou-se também que o comportamento é decorrente de fatores
ambientais. Por isso, a adequação
de
elementos e aspectos de interação sociocultural à cultura da moda, oportuniza a
integração estético-simbólica da pessoa nos grupos sociais, influenciando na
redução do estigma social.
A seguir são indicadas quatro diretrizes, para
o desenvolvimento de tecnologia assistiva (TA). Mais especificamente, essas
diretrizes foram consideradas e destinadas ao desenvolvimento de projetos de
produtos assistivos. De modo geral, os conceitos e os argumentos aqui adotados
são resultantes da seleção e do estudo das fontes teóricas encontradas em repositórios digitais online. Considera-se que, mesmo não sendo todas específicas, no
geral, as diretrizes confirmam a positividade da cultura da moda, como sistema
estético-simbólico de integração sociocultural. Enfim, adotando-se o
pressuposto Behaviorista Radical,
considera-se que o comportamento pode ser modificado e, por isso, as diretrizes
são propostas como parte dos contínuos investimentos na redução do estigma
sociocultural.
As pessoas consideradas com deficiência são
comumente colocadas em um grupo estereotipado, o que acaba por generalizar a
deficiência, deixando de considerar as características do indivíduo e a
diversidade dentro desse grupo (PULLIN, 2010). As pesquisas relacionadas à TA
são principalmente relacionadas aos fatores funcionais e de uso, negligenciando
a experiência das pessoas e os significados pessoais atribuídos aos
dispositivos (BROWN; WEBSTER, 2004).
Segundo Wolfensberger (2000), na construção do
papel social do indivíduo a aparência é um fator importante, o qual contribui
para a formação de uma imagem positiva ou negativa da pessoa. Por sua vez,
Leary (2000) concorda que vestimenta, adorno e outros pertences podem ser
utilizados para gerir a aparência da pessoa, porque isso caracteriza seus modos
de expressão pessoal. O conhecimento do usuário, por meio da pesquisa prévia,
permite inserir no projeto dos produtos assistivos aspectos estéticos e
figurativos que cumprem a função simbólica de expressão da identidade pessoal,
condizente com a imagem pública que a pessoa deseja expressar, gerando uma
relação psicoafetiva positiva entre usuário e o produto e reforçando sua
confiança para integrar o grupo social (JACOBSON, 2014).
As tentativas de dissimular a percepção dos
produtos assistivos são comumente observadas. Isso é evidente nas tentativas de
esconder ou camuflar os dispositivos durante o uso, implicando na mensagem
estigmatizada, para a pessoa e para o grupo social, de que a deficiência é algo
a ser ocultado. Assim, diminuir o tamanho do produto, ou dissimular sua
aparência com o uso de material transparente ou cor da pele, pode ser mais
prejudicial que positivo. Comumente, essas características também remetem aos
produtos médicos que, historicamente, já foram relacionados com impressões
negativas. A associação inerente dos dispositivos assistivos com doenças
reforça um simbolismo social que é primário na formação do estigma
sociocultural (GAFFNEY, 2010). Com essa aparência e conotação, o uso de
dispositivos assistivos em público pode até levar à marginalização e ao
constrangimento do usuário (VAES, 2014).
A personalização dos produtos assistivos pode
ser definida com a customização de elementos e aspectos, para atender às
especificidades físicas, funcionais e estético-simbólicas de cada pessoa. Mas,
quando não há possibilidade de customização individualizada, é a diversidade
estético-simbólica de modelos, com possibilidades adaptativas de uso e
funcionalidade, que permite a escolha personalizada. Isso viabiliza ao usuário
a expressão de sua autoimagem de acordo com os valores socioculturais que
pretende comunicar ao grupo social.
A variedade de opções ou a personalização
investem em cada usuário como uma pessoa em particular, fornecendo-lhe produtos
com características especiais adequadas às suas necessidades (PINE II, 1994). A
individualização de atitudes e as escolhas aparentes são as principais fontes
de expressão e autonomia. A autoestima da pessoa é fortalecida quando sua
imagem pública é positivamente expressa, porque foi identificada e
representada, com a escolha e o uso de produtos personalizados. Trata-se de
identificação e diferenciação da própria individualidade (JACOBSON, 2014).
Exceto quando há uma informação verbal de
terceiros, que é recebida e creditada pela influência do informante, a
percepção direta de algo como fashion
ou clássico, no contexto da moda, é primeiramente um fenômeno estético. Isso
porque o observador associa, por semelhança, as sensações e os sentimentos
experimentados de imediato, com lembranças relacionadas a estímulos
anteriormente associado à moda. Os padrões de beleza são históricos, mas é
constante a capacidade das pessoas de vivenciar esteticamente a beleza,
influenciadas pelos valores de cada época.
As expressões da moda fundam e difundem sinais
momentâneos de beleza, vivenciados com sentido estético e simbolicamente
valorizados, devido à importância sociocultural da moda. Quando esses sinais
perduram como esteticamente belos, também são simbolicamente considerados
clássicos. No geral, a moda envolve aspectos sociopolíticos, econômicos,
geográficos, além de valores artístico-culturais e padrões estéticos,
sinalizando diversas mudanças nas variações de cores, materiais, estampas,
formas, silhuetas, detalhes e acabamentos (LIGER, 2012; MATHARU, 2011).
O uso de produtos relacionados com a moda,
sejam percebidos como clássicos ou novidade, costuma proporcionar às pessoas
sentidos de beleza e significados de valor. Inclusive, isso propõe conforto
psicológico, porque amparada pelo valor da moda, a pessoa vivencia bem-estar e
potencializa sua autoestima, sentindo-se culturalmente integrada e socialmente
valorizada (SOUZA; HELD, 2011).
Acredita-se que a aplicação estético-simbólica
dos códigos da moda nos projetos de dispositivos assistivos propicia a
autovalorização da pessoa, facilitando sua aceitação e integração nos grupos
sociais. Na perspectiva comportamental, considera-se que processos
estético-cognitivos e atitudes sociais são induzidos pela utilização de um
determinado vestuário (ADAM; GALINSKY, 2012).
Esse artigo foi resultado de uma pesquisa
descritiva sobre estudos já publicados que relacionam a tecnologia assistiva
(TA) e o estigma social, historicamente dirigido às pessoas consideradas
deficientes. As fontes teóricas
consultadas foram identificadas e selecionadas em base de dados online, na etapa exploratória da
pesquisa.
A descrição seletiva de parte das informações
coletadas foi interpretada de acordo com o conceito de “comportamento
operante”, parte da teoria Behaviorismo Radical. Foram especialmente adotadas
duas considerações relacionadas ao conceito: (1) a primeira considera que o
comportamento é determinado pelo ambiente e (2) a segunda que o comportamento
pode ser alterado com mudanças na dinâmica do ambiente.
Desde meados do século XX, observou-se a
tendência continuada de redução do estigma social. Contudo, também foi indicado
que, comumente, os aspectos estético-simbólicos da cultura médico-hospitalar
são enfatizados nos dispositivos assistivos. Isso foi assinalado como um fator
negativo no processo de redução do estigma com relação às pessoas socialmente
consideradas deficientes.
Considera-se que, comumente, os aspectos
estético-simbólicos da cultura médico-hospitalar influenciam o ambiente de
interação social das pessoas. Isso foi indicado como limitador para um processo
mais efetivo de integração sociocultural da pessoa com o grupo social. Para
reduzir ainda mais o estigma social, indicam-se que, nos projetos de
dispositivos assistivos, sejam ressaltados os aspectos estético-simbólicos
relacionados à cultura da moda. Tal indicação foi sustentada por conceitos e
argumentos, os quais foram identificados e selecionados nas fontes teóricas e
descritos de maneira logicamente ordenada neste artigo.
Além disso, como resultantes da pesquisa
realizada são apresentadas quatro diretrizes, para o desenvolvimento de
projetos de produtos ou dispositivos na área de tecnologia assistiva (TA).
Destaca-se que as diretrizes propostas foram definidas com base no levantamento
teórico apresentado neste artigo, para a validação das mesmas seria necessária
coleta de dados com usuários, portanto como desenvolvimentos futuros pontua-se
a pesquisa de campo. Observa-se que as três diretrizes iniciais sustentam ou
justificam, de maneira integrada, a proposição da quarta diretriz:
1.
Pesquisar o perfil do usuário e
saber seus gostos, desejos e aspirações. Primeiro, é necessário, mas não suficiente, que estética e
simbolicamente o produto esteja relacionado à cultura da moda. Também
necessário um produto adequado ao usuário que, pessoalmente, deve sentir-se
identificado com o produto que o representa socialmente;
2.
Não camuflar o produto com
miniaturização, cor de pele ou transparências. Uma vez que dissimular o produto não é o
mais recomendável, é melhor apresentá-lo estética e simbolicamente de modo
positivo. Para tanto, uma possibilidade interessante é associar a estética do
produto à cultura da moda;
3.
Possibilitar personalização do
produto ou oferecer diversidade de modelos. Uma
vez que se conhece o perfil psicossocial do usuário, é possível desenvolver um
projeto de customização com aspectos interessantes à expressão pública da
identidade pessoal em coerência com elementos estético-simbólicos relacionados
à cultura da moda. De outro modo, é possível oferecer diferentes modelos de um
mesmo produto que, apesar das diferenças, sejam esteticamente relacionados à
cultura da moda. A variedade permitirá à pessoa escolher um produto mais
adequado às suas necessidades de uso e à sua personalidade psicossocial.
4.
Adotar características estético-simbólicas
relacionadas à moda.
Trata-se de uma possibilidade positiva para valorizar a autoestima e a imagem
pública do usuário, sendo também possível conciliar as características pessoais
com sinais que, estética e simbolicamente, sejam associados à moda. Além disso,
permite a diversificação de modelos, porque há ampla diversidade de sinais
percebidos como signos da moda. Por fim, já que o produto não deve ser
dissimulado e deve se afastar esteticamente da cultura médico-hospitalar, é
cultural e socialmente positivo associá-lo à moda.
Diante disso, são propostas as quatro
diretrizes anteriores que, de maneira integrada, podem ser consideradas nos
projetos de produtos ou dispositivos de tecnologia assistiva (TA). Para tanto,
é necessário que, com base nas evidências e nos argumentos já apresentados, os
desenvolvedores ou projetistas concordem que é possível e positiva a redução do
estigma social, em decorrência da associação estético-simbólica dos projetos
com a cultura da moda.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao
Programa de Pós-Graduação em Design da Universidade Federal de Santa Catarina
(PPGD/UFSC), que viabilizaram essa pesquisa.
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